Sereno fim

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O nono mês de gravidez chegou, junto dele o medo e a ansiedade. Medo, porque pensar no parto normal me dava arrepios. As vezes me pego pensando na dor de ter dois bebês em um parto normal, ou seja, dor ao dobro.

A qualquer hora minha bolsa pode estourar, e os cuidados comigo foram redobrados por o Léo, os pais dele e a Carol. Não fica mais sozinha por um minuto, a não ser no banho. Estou em uma prisão na minha própria casa.

O quarto dos bebês já está pronto e a única coisa que falta para ficar completo é os dois, cada um, em seu bercinho. Estamos sem aguentar de tanta ansiedade. Léo só falta babar em cima de minha barriga, quando chega do trabalho não desgruda mais de mim. Sua mãe me faz companhia durante o dia. Agora que parei de trabalhar ela me ajuda em casa. Carol me visita quase todo dia e as vezes vem com Caio. E pelo que ela me contou ele a pediu em casamento e também, finalmente, abriu o jogo com ela sobre sua ex esposa. Parece que agora está tudo bem. Mas o casamento só vai sair, de acordo com eles, quando os bebês ja estiverem caminhando. Pois querem porque querem que eles participem do casamento.

Já são 18:30 e Léo está quase chegando do trabalho. Hoje vamos sair para jantar, eu e ele, para comemorarmos seu aniversário.

Ouço a porta destrancando e deve ser ele.
Estou assistindo e Léo chega me dando um beijo na cabeça.

- Oi meu amor, como foi seu dia? - ele pergunta sentando ao meu lado.

- Nada de muito novo. Estou cansada, esse barrigão tá pesando muito. Mas a coisa boa é que nossos filhos já estão quase chegando. - falei acariciando minha barriga sentindo um chute.

-Olha coloca a mão aqui, sente. Está chutando - falo sorrindo e Léo fica todo bobo ao colocar a mão.

- Meus pequenos estão loucos para ver o Papai também - ele fala entre sorrisos.

- Vamos nos arrumar pra comemorar seu dia meu amor.

- Tudo bem, minha mãe foi embora que horas?

- Já tem alguns minutos, era 18:00. Não faz muito tempo.

- Ah, então tudo bem. Me preocupo com vc e os pequenos. Nunca se sabe quando eles vão querer sair. Não quero que esteja sozinha quando isso acontecer.

- Relaxa, meu bem. Vai dar tudo certo. Agora vamos logo que está ficando tarde.

- Ok.. vamos.

Subimos pro quarto e senti uma pontada das costas para barriga, mas continuei andando porque não foi muito forte.
Fui para um banheiro e tomei banho. Me vesti no quarto e minutos depois Léo entrou no banheiro. Senti outra pontada, só que dessa vez mais forte e precisei sentar na cama.

A dor só aumentava e um líquido escorreu por minhas pernas. A bolsa estourou.

- Léo!! Me ajuda aqui!! A bolsa estourou! - gritei e Léo entendeu errado.

- Que bolsa estourou meu amor? Nunca vi bolsa estourar! - ele falou e senti raiva da lerdeza de Léo.

- Leonardo!!! Os bebês vão nascer se você não sair logo desse banheiro! - eu gritei mais um vez, já cheia de dor.

- O que?!! Calma eu tô indo, agora, to indo. Calma, vai ficar tudo bem. - ele falou nervoso, saindo do banheiro.

- Então anda logo! Veste uma roupa e pega a mala dos bebês lá no quarto. Rápido, eu não estou aguentando de dor! - falei nervosa e Léo colocou uma bermuda e uma camisa e correu para o quarto dos bebês e trouxe a Mala. Me pegou no colo, desceu as escadas e me colocou dentro do carro. Pegou o celular e ligou para a mãe dele avisando que já estavam nascendo. Pedi para ele ligar pra Carol também e assim ele fez.

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