capítulo 1

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Essa mini fanfic é baseada no filme Bandaged... Espero que gostem...
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Camila, nossa protagonista em questão, escrevia um de seus belos poemas, enquanto uma chuva torrencial caia lá fora incessante, sendo visto os respingos da mesma atravez da pequena janela de vidro.

Logo após a morte de sua querida mãe, sendo mantida confinada à uma mansão decadente por seu pai Alejandro Cabello, esse era o melhor passatempo da bela morena esbelta, de cabelos longos e castanhos, os olhos expressivos de mesma cor. Rosto fino, com seus traços delicados. Camila era linda!

  Não só o seu melhor passatempo, menina doce e sonhadora, amava escrever, era uma paixão.

  Enquanto escrevia, com uma bela caneta tinteiro, pingos de sangue cairam de seu nariz no papel branco. A morena tratou logo de limpá-lo com um pequeno lenço, cessando o sangue. Por sempre ficar em casa, quase não sair muito, ou muito menos praticar algum exercício, acaba se tornando vulnerável a qualquer doença. Precisa está sempre tomando vitaminas.

  Com a caneta, ela começou a formar traços aleatórios dos pingos de sangue no papel.

  Depois de um tempo, alguns papéis se encontrava amassados sobre a mesa, e a morena tentava resolver um cálculo matemático. Ela também não frequentava a escola, seu pai à ensinava em casa.

  Ouviu um barulho de carro, nem era preciso olhar pela janela para saber que era o seu pai que acabara de chegar, mas ela o fez. A chuva havia cessado um pouco.

Camila tratou logo de limpar toda a bagunça.

  Antes de entrar dentro de casa, Alejandro foi até seu laboratório alimentar os pequenos ratinhos. Como um médico cirurgião, o mesmo os criava com o objetivo de usá-los como cobaias em experiências de remédios e afins.

  Camila desceu de seu quarto, até a sala, onde seu pai retirava o seu palitó.

— Olá, papai! Como foi no hospital?

— O mesmo de sempre. — Falou, depositando o palitó em um cabideiro. Camila depositou um beijo em sua bochecha. — Dê-me 5 minutos, pegue suas coisas e vá ao escritório. — Falou se referindo a matéria para estudar.

  [...]

  Alejandro riscada alguns cálculos.

— Você não entendeu o ponto principal. Quando não há um diagrama, da primitiva da função integral, use a intregação por partes. Aqui, por exemplo... — Abriu um livro. — agora, nós não sabemos como calcular a primitiva do xcos(x). Mas desde que saibamos o produto, podemos calcular a integração por partes. — Camila prestava atenção. — Suponha que u'(x)=cosx e v(x)=x. Quando u(x)=sinx e v'(x)=1. Assim... — A verdade é que Camila queria mesmo era fugir daquela aula de matemática.

  [...]

  Camila lia em seu quarto.

"Ociosa juventude
  De tudo pervertida
  Por minha virtude
  Eu perdi a vida.

  Ah! Que venha a hora
  Que as almas enamora.

  Eu disse a mim: cessa,
  Que eu não te veja:
  Nenhuma promessa
  De rara beleza.
  E vá sem martírio
  Ao doce exílio.

  Foi tão longa a espera
  Que eu não olvido.
  O terror, fera,
  Aos céus dedico.

  E uma sede estranha
  Corrói-me as entranhas.

  Assim os Prados
  Vastos, floridos
  De mirra e nardo
  Vãos esquecidos
  Na viagem tosca
  De cem feias moscas.

  Ah! A viuvagem
  Sem quem as ame
  Só têm a imagem
  Da Notre-Dame!
  Será a prece pia."

— Camila? — Ouviu seu pai à chamar, mas continuou sua leitura.

"A virgem Maria?
  Ociosa juventude
  De tudo pervertida."

— Camila! — Seu pai chamou novamente. — Camila! — Seu pai e sua avó à esperava para o jantar.

  Logo a morena chegou à cozinha.

— Sáo 20h e 5min. — Seu pai falou.

— Desculpe, eu não ouvi. Estava lendo. — Falou se sentando a terceira cadeira da pequena mesa que alí se encontrava.

— Se quiser ler faça-o depois do jantar. — Alejandro falou à servindo com sopa.

— Sim, pai.

— Da próxima vez, ficará sem jantar se teimar em se atrasar. — Camila ficou em silêncio.

— Que tempestade essa manhã! — Mercedes comentou. — O tempo está louco. Desde a minha juventude que não chove nessa época do ano.

— Os humanos consomem demais. Estão sufocando o planeta. — Alejandro comentou. Camila tomava sua sopa enquanto os ouvia.

— Podem prová-lo cientificamente, papai?

— Sim, naturalmente. Se quiser saber mais, arranjo um avançado texto sobre metereologia. — Tomou um pouco da sopa. — Para o seu 18º aniversário.

— Para o meu aniversário? — Camila questionou.

— Seria um bom presente prático.

— Sim, mas...

— Prático e educativo. — Falou à interrompendo. — Distante da nossa cultura de anúncio de tevê.

— O que eu realmente queria era ir para a faculdade. Seria educativo estudar poesia.

— Poesia?

— Sim. Oscar Wilde, Rimbaud, Baudelaire... e literatura também.

— O que há de bom em estudar literatura e poesia? — Questionou seu pai. — Pode ler para si mesma e isso é suficiente. Oscar Wilde não merece toda a atenção que você dá a ele. O homem era um pervertido e foi preso. Se quiser escrever poesia pode fazê-lo com o seu coração com o que tem em casa.

— Mas aprenderei mais se for na faculdade...

— Não mesmo... não se aprende com eficácia em grupo.

— Mas você não gosta de me ensinar poesia...

— Ficará melhor com as ciências. Poderá ajudar-me aqui. Depois seria uma Doutora, como eu.

— Eu mudei de idéia.

— Esse é seu problema. Nunca permanece em nada. Lembra o que aconteceu quando tinha 12 anos? Quis ir para o colégio interno, mas voltou para casa 3 meses depois. Disse que não fez amigos. E chorava na hora de dormir todas as noites. Não é? — Camila abaixou a cabeça.

  [...]

  Alejandro se encontrava em seu escritório, tinha um par de brincos com duas pedras rubis, de sua falecida esposa em mãos, enquanto olhava um porta-retrato contendo uma foto da mesma.

  Camila descia as escadas pensativa.

"Quando sua mão adoeceu por dois longos anos... "[...] O que há de bom em estudar literatura e poesia?" ... seu pai me perguntou... "Pode ler para si mesma e isso é suficiente." ... virá tomará conta de você... "O homem era um pervertido e foi preso." ... mas não posso ir. "Você não entendeu o ponto principal" "Ficará melhor com as ciências." "Se quiser escrever poesia pode fazê-lo com o seu coração com o que tem em casa."

     As lembranças invadiam a cabeça de Camila, todas as palavras de seu pai, de sua avó, lembranças antigas, enquanto caminhava até uma pequena estante cheia de remédios e venenos...

  "Você é tudo o que ele tem."

  Ela pegou um vidro contendo veneno. Alejandro ainda estava no escritório, quando ouviu o barulho de algo se quebrando e o grito de Camila em seguida, logo após um trovão, já que voltara a chover naquela noite.
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Beijos 😘😘

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