1 - A Festa

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20 horas

Inauguração do novo prédio da Prisma Empreendimentos, empresa capitaneada por Júlio Praxedes, no Distrito Federal. O Próprio Júlio estava na recepção no último andar, onde foi construído um restaurante e local de festas, esperando seus convidados chegarem.

O prédio encontrava-se no Setor Comercial Norte, muito bem localizado, de 20 andares, todos com salas comerciais. Mas o mais importante eram os dois últimos andares anteriores ao salão de festas. Totalmente dedicados a Júlio. Eram as salas que somente ele tinha acesso e foi planejado até os últimos detalhes. Era o ápice de sua carreira como programador.

Júlio sempre fora rico, neto de um banqueiro estabelecido em Brasília praticamente desde que esta foi construída, no final dos anos 50. O banco agora era dirigido por seu pai, Artur Praxedes, com mãos de ferro. Muita gente poderia ter considerado que o futuro de Júlio estava já delineado, no entanto, quando era adolescente, nos anos 80, ao ter contato com a informática descobriu que tinha um dom. Toda aquela linguagem de computador e de programas era facilmente lido pelo jovem; era um hacker nato.

Quando quase foi preso pela Polícia Federal ao invadir o seu sistema, tomou uma decisão: ia trabalhar com segurança. Ao invés de invadir sistemas, iria criar programas de segurança, para evitar que gente como ele conseguisse atacar os programas de locais como o Governo Federal, aeroportos, bancos (afinal era filho e neto de banqueiros) e outros que necessitassem muito de segurança digital.

Na Universidade de Brasília conheceu Nelson Fontes de Lima, seu futuro sócio, que também fazia Informática, sendo alunos da mesma sala, e muitas vezes sentavam juntos.

Talita já estava se formando em Administração quando se conheceram. E desde então não se largaram mais. Se casaram logo depois de ele formar. Nelson foi um dos padrinhos.

E assim foi criada a Prisma Digital. Um pequeno escritório em um lugar mais afastado de Brasília, e como estava começando fazia a segurança de pequenos hotéis e outros empreendimentos do Plano Piloto. Como todo bom negócio, o boca a boca dos clientes chamou a atenção dos grandes na capital federal.

Júlio passou a ganhar mais, pois agora os clientes eram os mais ricos da cidade. Todos queriam segurança para não perder dinheiro ou poder. O seu trabalho não o impediu de fazer uma faculdade de Informática (mesmo às vezes sabendo que tinha mais conhecimento que muitos professores), com pós voltada à segurança digital.

Júlio e Talita não tinham filhos, ainda, já que estavam trabalhando bastante para crescerem e terem mais estabilidade, que não demorou a vir. Agora estavam planejando ter um filho nas próximas férias de verão. Seria como uma segunda lua de mel. Já estava tudo pronto para isso.

Ao seu lado sua linda esposa Talita Praxedes, usando um vestido de tirar o fôlego, com uma grande fenda nas costas. E um pouco mais distante, já no bar preparando uma bebida, está Nelson Thiago, seu sócio.

Os primeiros convidados foram os pais de Júlio, Artur e Neide.

— Olá pai, mãe, fiquem à vontade. Querem uma bebida? Só pedir ao barman que ele dará o que quiserem.

— Obrigado filho. — Disse Artur, abraçando o filho. — Vejo que pensou em tudo.

— Ah, sim. Além de vocês, teremos alguns convidados especiais. Talita disse que o Governador e o presidente do Senado estarão aqui. — Acenou para sua esposa que confirmou.

— E pelo visto, somos os primeiros! — Exclamou Neide, mãe de Júlio.

— Sim, mãe.

Se despediram e foram até ao bar, onde pediram suas bebidas e sentaram em um dos sofás.

Morte na MadrugadaOnde histórias criam vida. Descubra agora