Capitulo 1

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07:00 Horas – Quinta-Feira. 

O despertador tocou, para minha infelicidade.

Sabia que tinha de me levantar e ir tomar banho , mas isso não era o pior , mal olhei pela janela vi o quão escura estava a rua , ouvia-se o vento a balançar as folhas das árvores . Mal destapei um pouco a minha barriga, senti uma aragem gelada, encolhi-me toda e voltei a tapar-me. Depois de uns cinco minutos a tremer por baixo dos lençóis, ouvi passos a vir em direção ao meu quarto, destapei-me logo, corri para a casa de banho e liguei a torneira da banheira, depois voltei para o quarto, tranquei a porta para não me incomodarem e voltei para a casa de banho. Despi o pijama, fechei a torneira quando a banheira ficou quase cheia e deitei-me lá dentro. A água estava quente, ao tocar na minha pele gelada, arrepiava-me mas dava-me uma sensação tão boa. Lavei-me, lavei o cabelo, terminei o banho, embrulhei-me a uma toalha, destapei o coisitio da banheira para a água vazar e fui para o quarto. Preparei a minha roupa, vi se ficava bem. Depois vesti-me, calcei-me, entrei na casa de banho, arranjei o cabelo, pus corretor de olheiras, passei um creme hidratante na cara e nas mãos, fui buscar a mala e o telemóvel e sai do quarto. Desci as escadas e deparei-me com as filhas da minha madrasta e com ela á mesa. O meu pai não estava em casa. Entrei na cozinha, peguei num pão-de-leite, pus manteiga e fiambre, enchi um copo com sumo de maracujá natural e sentei-me a tomar o pequeno almoço.

Rachel [madrasta] – Já não há educação?

- Desculpe, bom dia. 

Nós tratávamos como meros desconhecidos, devido á popularidade que aos longos dos anos os meus pais ganharam e então era um costume e dava uma aparência mais agradável á família, mesmo depois da morte da minha mãe…

Rachel – Já não devia de estar na escola?

- Ainda tenho 20 minutos e a escola não é longe de casa.

Mary – Mãe estou bem vestida?

Rachel – Claro que está querida, você vai por já os meninos doidos. – Revirei os olhos.

Carly – E eu?

Rachel – Claro que está filha, vocês são lindas. – Elas riram-se e eu acabei de comer.

- Posso levantar-me? – Perguntei calmamente.

Rachel – Pode, despache-se ou ainda se atrasada.

- Sim Rachel.

Subi para o meu quarto, já farta da mesma conversa, pois todos os dias era a mesma coisa. Lavei os dentes, dei uma voltinha á frente do espelho e depois fui novamente para baixo. Peguei nas coisas e sai de casa, dizendo “ até logo “ da porta, antes de a fechar. Pus os phones no telemóvel e comecei a ouvir musica, pelo caminho para a escola ia fazendo pequenos toques. Ao entrar na escola, arrumei tudo dentro da mala, pus o telemóvel no silencio e fui ter com a Joanne. 

Joanne – Amiga desde o 5º ano, que até ao 11º ano está ao lado de Brianna. Dão-se muito bem, mas ela também desconhece o lado rebelde da amiga.

- Bom dia. – Disse, chegando ao pé dela e cumprimentando-a com dois beijos.

Joanne – Bem-disposta? – Sorriu-me.

- Nem por isso, a Rachel e as suas filhas estão sempre a chatear-me, é de manhã até á noite. – Tocou.

Joanne – Tens que aprender a ignorar, ouvir e esquecer.

- Tem mesmo que ser. 

A aula passou rápido, era aula de inglês [é como se fosse português em Portugal, mas como vivem em New York, é inglês], a disciplina que mais gostava, pois era a que falava. Os meus dois nomes do meio são portugueses, pois a minha mãe era portuguesa, nasceu lá e viveu lá até ás 10 anos, mas como queria realizar o seu sonho, teve que vir para New York. A outra aula era Matemática, a disciplina mais difícil para mim, mas tinha boas notas, pois tinha aulas em casa, ou melhor explicações de Matemática, Geografia e História. No fim das aulas, dei uma corridinha para casa, pois tinha combinado encontrar-me lá com a Tina, a minha melhor amiga. Ela sabia onde morava, mas não sabia em que escola andava, nem que dançava ballet, não conhecia a minha família, pois sei se os apresentasse, o meu pai ia ficar com muito má impressão dela, por ter piercings e vestir-se á “marginal” como ele diz.

Valentina, Tina 5 furos na orelha esquerda, 4 na direita, piercing no nariz, lábio sobrancelha e umbigo. Usa maquilhagem, lápis preto carregado, e rímel, mas fica-lhe bem, devido á cor dos olhos e ao tom de pele, ela é linda!

- Tina, desculpa, atrasei-me. – Cumprimentei-a.

Tina – É na paz Brianna, vais mudar de roupa ou nem por isso?

- Nepia, está frio. Não queres um casaco, deves de estar gelada!

Tina – Por acaso, não era mau de todo.

- Anda, vou emprestar-te. – Rodei a chave. – Assim que eu entrar, sobe as escadas a correr, o meu quarto é o que tem o meu nome na porta e fecha-te lá dentro, para a Lily, a empregada, não te ver.

- É tranquilo baby.

Fizemos o combinado. Ela foi logo para o meu quarto e eu fui cumprimentar a Lily. Subi para o meu quarto, emprestei-lhe um casaco, calcei uns ténis, peguei no skate de ambas, pois ela tinha-o deixado no meu quarto á 2 dias e desci as escadas calmamente, para que a Lily não percebe que estava acompanhada.

Lily – Vai sair menina? – Gritou da cozinha.

- Sim, venho ás 19:30!

Lily – Está bem, até logo.

Não respondi. Saímos de casa, pusemos o skate por baixo dos pés e fomos até ao bairro onde ela morava, ao chegarmos ao Skatepark o pessoal veio ter connosco. Cumprimentei-os com um passa-bem esquisito e depois sentámo-nos num banco á conversa.

Jimmy – Coméq’ é amanhã, sempre vamos á disco?

- Obvio, vamos mostrar aos Skry quem são os Fantasy! 

Josh – Assim é que se fala miúda!

Sophie – Vamos andar? – Apontou para os skates.

Jimmy – Let’s go!

Levantei-me, dei um empurrão no skate, depois corri e quando ia aterrar em cima dele, alguém chocou contra mim fazendo-me cair de costas.

- Autch! 

xxx – Desculpa, tás’ bem?

Street DancerOnde histórias criam vida. Descubra agora