Street Dancer

Capítulo 2

Levantei-me, dei um empurrão no skate, depois corri e quando ia aterrar em cima dele, alguém chocou contra mim fazendo-me cair de costas.

- Autch!

xxx – Desculpa, tás’ bem?

- Acabaste de me cair em cima, cai de costas e achas que estou bem? – Gritei irritada.

xxx – Calma rapariga! – Levantei-me e olhei para ele.

Nossa, ele era perfeito. Fiquei fixa a olhar para a face dele, a observar todos os detalhes. Ele tinha os olhos cor de mel, cabelo claro, não loiro, mas também não é bem castanho, pele pouco morena, alto e era realmente lindo. Ele passou as mãos á frente dos meus olhos, quando acordei do meu estado de transe a olhar para ele, preparei para me desculpar por causa da minha arrogância, mas comecei a ouvir uma batida, olhei para o lado e vi a Tina a pousar o rádio. Olhei para o Jason, empurrei o skate para o Jimmy, dei três passos para trás a balançar as ancas e depois apenas um passo sensual que me colou a ele.

- Todos os miúdos deste bairro sabes dançar, será que tu também sabes, ou simplesmente vais deixar-te humilhar por uma rapariga?

Ele riu-se e passou as mãos pela minha cintura, fazendo pressão para que as movimentasse sensualmente, pus as mãos no seu peito e começámos uma batalha de dança, á frente de todos os que estavam ou passavam pelo skatepark.

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Estava a gostar imenso de dançar, sentia-me livre ao faze-lo, mesmo que esteja a faze-lo nas costas do meu pai, eu não podia deixar de dançar na rua, eu amava aquilo, sentir-me livre, cada movimento, cada batida, não sei, era uma emoção, era espetacular, não existem palavras para descrever, simplesmente a dança era a minha vida e isso eu afirmo com todo o orgulho e certeza. No fim da battle, todos começaram a bater palmas. Olhei para o rapaz e aproximei-me dele, enquanto tentava controlar a respiração, pois estava bastante cansada.

- Amanhã á noite, no Battle’s Disco, vamos ver quem ganha.

xxx – Isso é um desafio?

- Passa a ser. – Pisquei-lhe o olho e virei-lhe as costas.

xxx – Espera! – Olhei para trás. – Como te chamas?

- Isso agora. – Mordi o lábio e virei-me para a Tina a rir-me.

Sentei-me no banco a descansar um pouco. Eu e o pessoal falávamos, riamos ás gargalhadas, estávamos ansiosos pela noite de amanhã, já há muito tempo que não competia com alguém que desconhecia os movimentos, quer dizer, os Skry são um grupo de dança de rua lá do bairro, que todas as performances são diferentes e bastante boas, apesar de alguns passos ou musicas serem copiados de outros grupos. Nós, somos os Fantasy, mais que um grupo de dança de rua, somos uma família. Todos nós passámos por algo difícil no passado, o que nos revoltou e nos tornou no que somos hoje. Apesar do bairro onde eles vivem e eu passo a maioria do tempo, não somos marginais, apenas temos um sonho e esse queremos realizá-lo todos juntos, como um grupo e uma família que somos. Senti o meu telemóvel a vibrar, tirei-o do bolso e vi que o meu pai estava a a ligar-me, afastei-me do pessoal, atendi receosa e a pensar em mil mentiras.

- chamada com o pai –

- Estou?

Joseph – Onde está Brianna?

- Estou na praia, a dançar um pouco.

Joseph – Está a ficar tarde, venha para casa.

- Sim. Adeus pai.

- chamada com o pai –

Suspirei de alívio. Despedi-me do pessoal, pus o skate a andar no chão e saltei para cima dele, equilibrando-me na perfeição. Apressei-me para chegar a casa, mal entrei na minha rua, pus o skate na mão, escondi-o num esconderijo do meu quintal, que era uma árvore, com uma porta que mal se notava, pus lá dentro e fechei e de forma a ninguém notar. Sacudi as roupas, ajeitei o cabelo, suspirei e entrei em casa. Vi o meu pai a entrar na cozinha, fechei a porta e aparecei também na cozinha. Cumprimentei-os.

- Vou trocar de roupa e já venho para a mesa.

Rachel - O jantar já está na mesa, podia ter chegado mais cedo.

- Mas não cheguei, já volto.

Respondi um bocado fria. Subi as escadas, fui para o meu quarto, pus o telemóvel a carregar, despi-me, tomei um duche e vesti o pijama, desci as escadas apressada, entrei na cozinha e sentei-me a jantar. No fim do jantar fui ver um bocado de televisão, depois fui para o quarto reaver a matéria que dei, para não tirar más notas, fui um bocado á net, mudei a foto do perfil do meu facebook e fui ver os pedidos de amizade, aceitei alguns porque eram da minha escola e outros porque conhecia de vista. Desliguei tudo, deitei-me e fiz de tudo para adormecer, mas como estava tão ansiosa pela battle, demorei imenso tempo.

Acordei com o telemóvel a vibrar, vibrou tanto que caiu para o chão. Estiquei-me até o encontrar e acabei por cair da cama.

- Ai que shit! – Resmunguei ensonada.

Apanhei o telemóvel e fui para a casa de banho, estiquei o meu cabelo, fiz um rabo-de-cavalo com uma fita e fiz um laço. Fui até á varanda, para ver como estava o tempo e realmente estava mais quente o tempo, dava para usar calções á tarde, agora tinha que levar um vestido, pois o meu pai não me quer ver de calções. Vesti-me, calcei-me, lavei os dentes, pois ia convidar a Joanne para ir almoçar comigo. Mandei-me mensagem e ela aceitou, disse que dentro de 10 minutos estava á minha porta. Fiz a cama, desci e avisei que ia tomar o pequeno-almoço com a Joanne. A Mary e a Carly olharam-me de alto a baixo, com cara de enjoadas.

- Querem uma foto? Dura mais tempo. – Com elas eu falava mesmo á bruta.

Mary – Fala com respeito oh!

- Ui, tu não mereces respeito, por isso…

Ouvi a campainha tocar. Espreitei e vi que era a Joanne, sai logo de casa e fomos para o Starbuck’s. Pedi um leite com chocolate quente e ela pediu a mesma coisa. Estava beber quando ela tirou a máquina da mala e tirou-me uma foto. Mas como ficou estranha, tirou-me outra e eu já estava mais decente.