Graças a você a minha vida é quente

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A neve caia de forma lenta, e pintava tudo a sua volta de branco, Kim KiBum não gostava do frio, não gostava da neve e esse único motivo era ter que a enfrentar sozinho. Andava de forma tranquila pelo parque que sempre ia se exercitar,estava branco e congelado e o mesmo não estava tão diferente, sua toca continha alguns flocos de neve assim como suas luvas estavam molhadas pela neve derretida. Se encolheu e  avistou um banco a frente onde se sentou, tinha marcado com alguns amigos ali naquele local e os mesmos estavam atrasados.

Alguém seria morto!

Pensava o pobre KiBum que esbravejava palavras de maldição para seus amigos que o traíram, fechou os olhos e arrumou o cachecol em volta de seu pescoço, odiava aquela epoca e torcia para que a mesma fosse embora rapidamente.

Seus pensamentos foram cortados por uma voz melodiosa, que  ressoou de uma forma tão linda que o mesmo virou seu rosto dando de cara com uma madeixa cor de rosa cheia de neve, um rapaz  tocava seu violão de forma tranquila. KiBum se perguntava se o mesmo não estava com os dedos congelados, como alguém poderia andar por aí sem luvas? Ainda mais tocar em um tempo como esse? Ninguém iria o escutar.

Aquilo era loucura!

Resolveu parar de encarar o estranho, mas a música que o mesmo cantava despertou um mal humor no azulado que o encarou mais ainda com uma carranca irritada.

Aquele sujeito deveria estar brincando consigo não é?

- Porque odeia tanto o inverno? - Foi pego de súbito pela pergunta do mesmo, KiBum se encolheu e resolveu ignora-lo, não podia falar com estranhos não é mesmo?

Pode ouvir uma risada gostosa ecoar pelos seus ouvidos e logo voltou sua atenção para o rosado que achava graça na birra do maior. KiBum queria bater nele.

- Não devo falar com estranhos. - Tá isso foi um pouco infantil vindo do maior, porém o estranho até então achou graça e sorriu mostrando aquela fileira de dentes branquinhos, KiBum se sentiu quente.

- Sou Kim JongHyun, agora não somos mais estranhos. - O mesmo disse estendendo uma mão e KiBum apenas a olhou desconfiado. Ninguém falava com um estranho sem interesse. - Prometo que nao mordo.

O azulado ficou tenso e tirou a luva para apertar aquelas mãos bonitas, não tinha calo algum e ainda mais estavam quentes, KiBum se sentiu aquecer com o simples contato.

- Kim KiBum... - Murmurou com um fio de voz e acabou espirrando por estar tanto tempo exposto no frio.

O Kim voltou a se encolher e pegou o celular apenas para bufar assim que viu a mensagem de seu melhor amigo. 

"Me desculpe Bummie mas não poderei aparecer, o metro estava parado e tive que voltar para cada."

"Sinto muito"

Aquilo só poderia ser uma brincadeira de mau gosto, agora estava ali congelando enquanto seu amigo estava no conforto do apartamento. Soltou um longo suspiro e tombou a cabeça para trás. Sentiu alguns fragmentos de neve cair em seu rosto e não ligou muito para aquilo, ja estava na merda mesmo.

- Posso te pagar um chocolate quente? - Ouviu aquela voz novamente e pensou que o sujeito havia indo embora, porém ele estava ali sorrindo e lhe estendendo uma mão para que se levantasse.

Quem iria recusar um chocolate quente não é?

KiBum aceitou de prontidão e logo seguiu para a cafeteria do outro lado da rua, o ambiente era agradável e bem quentinho e ali estava protegido do frio e ainda por cima ganhou uma bebida grátis de um quase desconhecido.

- Você sempre toca no parque em momentos inconvenientes? - Não deixou de não perguntar para o rosado já que estava muito curioso com a história deste.

- Não... mais hoje foi um dia difícil então senti vontade de ir até lá para esfriar a cabeça ou iria acabar fazendo uma loucura. - O mesmo confessou deixando KiBum surpreso.

- Você é sempre assim?

- Assim como?

Ele estava brincando não é? KiBum estava inconformado do quanto o mesmo era lerdo.

- Fala da sua vida privada para qualquer um? - Viu o sorriso um tanto triste brincar em seus lábios e logo o olhou. - Eu só me sento confortável em lhe dizer meus problemas, mesmo não sendo com detalhes, você me parece confiável.

Foi naquele momento que KiBum sentiu que aquela simples palavras iriam mudar tudo em sua vida e foi assim que ele conheceu a pessoa mais importante de sua vida. Em um lugar que gostava muito, na estação de ano que odiava, porém agora ama a mesma pois aquela mesma pessoa lhe esquenta e o protege do frio.

Kim JongHyun o guardião da chave mais preciosa, Key o guardião da porta mais preciosa, ambos eram preciosos um para o outro do seu próprio jeito e isso era o que bastava para o amor de  nunca se apagar.

- No que tanto pensa? - KiBum fora surpreendido por seu marido que adentrou o quarto e o pegou um tanto pensativo. Sorriu largo para o mesmo e o abraçou apertado enquanto lhe dava selares.

- Estou pensando no quando odiava o inverno e que agora ele é um dos motivos por eu te amar tanto, se não fosse por ele eu não teria aceitado tomar um bebida com você e era bem provável que nao estaríamos aqui agora abraçados falando um com o outro. - JongHyun sorriu e puxou Kibum para um abraço, mesmo esse sendo mais alto que si, ainda se encaixava perfeitamente em seus braços.

- O destino é engraçado Bummie e mesmo que não nos esbarrassemos naquele lugar iríamos nos encontrar porque eu sou a porta a qual sua chave abre e isso nunca irá mudar. -  deixou um selar no pescoço alheio e foi ali que KiBum pode perceber, nunca iria viver sem aquele homem nem por um bilhão de anos e ele estava certo, foram feitos um para o outro mesmo com todos os defeitos pois um completava o outro em um círculo sem fim.

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