Capítulo 1

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21 de fevereiro de 2016

Finalmente terminei de desarrumar as caixas, apesar de todos os olhares e comentários, eu me sentia bem nesse apartamento, é um lugar espaço e fresco. Como um jovem poderia querer acabar com sua própria vida morando aqui?

Segui meu questionamento por mais alguns minutos até que ouvi meu telefone tocar praticamente atirando - me sobre o mesmo para atendê - lo.

- Rose! - Exclamei após ler seu nome na tela atendendo de imediato. - Meu Deus achei que não me ligaria mais.

- Sisi para de ser dramática. Eu disse que ligaria quando você chegasse a Detroit mas eu tive imprevistos.

- Tudo bem - Suspirei ajustando minha posição no sofá. - Não sabe como estão as coisas aqui, esse apartamento, bom, eu gostei, mas é que...

- É que o que Lassie. Não me enrola!

- Um garoto se suicidou aqui faz uns 9 meses, eu não acredito nessas coisas e o apartamento é muito bom mas. Eu tô confusa sabe?

- Uh, te entendo perfeitamente - Fez uma pausa. - Mas se você não estiver se sentindo bem, por que não tenta a casa que eu te falei.

- Naquele bairro? Prefiro correr o risco do fantasma desse garoto sei lá puxar meu pé a noite.

- Docinho para com isso.. - Sua voz era manhosa, ela sabia que eu seria capaz de ceder qualquer coisa se a fizesse. - Mamãe está preocupada com você, ela ficou meio insegura, a filha dela indo morar fora do Texas, é terrível! E você sabe como ela é dramática.

- Aí aí eu sei, Rose! - Rolei os olhos - De qualquer jeito, eu tô bem, só não vou ficar a minha vida toda vivendo as custas da minha mãe. Preciso conhecer novos ares.

- Você acha que a grande Miranda Anmar vai te entender? Docinho por mais que ela esteja errada é sua mãe e te ama.

- E só por isso que eu tenho que voltar pro Texas e ter a vida que ela quer? - Jurei ter ouvido ela murmurar um sim e bufei. - Não mesmo!

- Você é mesmo filha dela. Tenho que ir, tô atrasada pra aula de Pilates.

- Tchau Rose... - O silêncio se instaurou por uns instantes. - Espera!

- Hum?

- Eu amo você. - Dito isso afastei o telefone do meu ouvido e desliguei.

Me levantei colocando o celular na mesinha de centro e então caminhando até o banheiro. Retirei minhas roupas juntando - as em minhas mãos e então as atirando no cesto.

25 de fevereiro de 2016

Acordei completamente coberta de suor, ainda era noite. Me levantei da cama questionando - me o motivo de ter acordado essa hora. Passei a mão nos olhos olhando pelas janelas do quarto e a porta entreaberta. Talvez tenha esquecido de tranca - lá.
Me levantei indo até a mesma e a fechando em seguida. Ao me deitar olhei o horário no despertador 11:07 pm. Rolei os olhos me virando na cama e então parei meus olhos no pequeno filete de luz que saira do meu armário. Isso só pode se um sonho.
Me levantei novamente me esticando e logo após caminhei até o armário. Ao abrir o armário tive que rir, não tinha nada, era apenas uma ilusão da minha cabeça. Também, depois de tantos olhares, cruzes apontadas a mim e as pessoas falando que eu estava louca de comprar um apartamento depois de ter ocorrido um suicídio. Inventaram até que vozes são ouvidas dele.

Tudo baboseira!

Voltei a me deitar dessa vez notando que a tempestade havia abaixado um pouco. Para a minha alegria, sou apaixonada por frio. Me lembra as viagens que realizava a Estônia com papai. Ao por a cabeça no travesseiro me vieram milhares de recordaçõe, é como se ele ainda estivesse aqui comigo, eu odeio o fato de não ter a presença dele aqui acompanhando minha vida. O acidente mesmo depois de anos me deixava enormes sequelas como a falta dele.

26 de fevereiro de 2016

Acordei bastante disposta, fiz meu café da manhã dessa vez reforçado, hoje teria que visitar a faculdade onde iria estudar aqui, tenho que voltar a ativa.
Minhas roupas eram como as de qualquer universitária normal. Nada chamativo demais. Apanhei minha bolsa no sofá e e então sai. Só depois de morar uns dias na cidade que eu descobri o quão difícil era pegar um transporte em Detroit. Cheguei atrasada na minha visita com o diretor, pra minha "surpresa".

Agora lá estava eu, parada em frente a uma foto de um rapaz lindo de olhos castanhos e cabelos de cor chocolate. Ele era sem dúvidas o rapaz mais lindo que já havia visto na minha vida. Não que no Texas não tem muitos caras bonitos mas esse em especial. Será que ele é algum modelo? E por que tem cartazes sobre luto aqui? Meu Deus ele morreu.
Assim que cheguei a minha conclusão, levei minhas mãos até minha boca como se tivesse falado um palavrão.

- Procura alguma coisa senhorita Collins? - Disse uma voz grave me fazendo despertar do transe.

- Prefiro senhorita Anmar. - Me virei para o rapaz que possivelmente seria o diretor. - Oh claro, nós nos falamos nas aulas

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⏰ Última atualização: Nov 17, 2018 ⏰

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