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P.O.V Elizabeth O'Bryen

    Eu realmente adorava o outono. Folhas alaranjadas caíam do lado de fora do chalé, e a xícara de chocolate quente aquecia minhas mãos. A lua deixava tudo mais iluminado, com seus raios prateados. Eu estava organizando as últimas coisas, dobrando as roupas para colocar de volta na mala. O barulho da porta sendo aberta chamou a minha atenção. Fui até a sala para encontrar um Charlie largando seu casaco na poltrona. Tentei segurar minha curiosidade, mas falhei miseravelmente.

- E então, como foi? – Perguntei, e ele me deu um sorriso radiante.

- Eu consegui.

Retribui o sorriso e corri para lhe dar um abraço. Tínhamos deixado NY há quase uma semana para que ele fizesse uma entrevista para entrar em Yale. Charlie era um grande nerd, então eu sabia que notas não seriam um problema, mas não pude deixar de me sentir aliviada.

- Deus, Charlie, eu estou tão orgulhosa de você! Nós temos muita coisa para organizar quando chegarmos em casa. Espera só até Clarke e Beatrice souberem... devíamos ligar para elas agora mesmo! Ou seria melhor contar pessoalmente? Eu...

- Liz, respira – ele me interrompeu – Você parece mais animada do que eu.

- Bom, talvez eu esteja – retruquei, mas meu sorriso diminuiu. – Você não está animado?

- É claro que eu to animado, sua coió – ele respondeu, e riu da minha cara de ofendida. – Eu só vou sentir falta de vocês três.

- Ah, que gracinha, parece até gente. – Eu disse, e o abracei mais uma vez. – Você ainda tem alguns meses com a gente, então é melhor aproveitar. E você sempre vai poder nos visitar.

- Era pra você falar "Ah, Charlie, também vamos sentir sua falta". Mas assim tá bom também, eu acho.

- Acho que isso já é o óbvio. – Respondi, rindo. – Agora vamos comer porque a única coisa que eu quero agora é dormir. Temos que sair cedo amanhã.

   - Relaxa, a Clarke tá bem. Ela não tem um ataque há muito tempo.

Eu sabia que aquilo era verdade, mas não conseguia não me preocupar. Eu o empurrei para a cozinha ao invés de responder.

                                           ⚜⚜⚜⚜ 

     O dia seguinte amanheceu ainda mais frio. Abri os olhos sem querer me mexer, e olhei para o relógio que ficava na mesa de cabeceira. 9:55. "Merda", pensei, e me levantei, sentando na beirada da cama. Calcei as pantufas e fui até o quarto de Charlie, que ficava ao lado, esperando encontra-lo na cama e acordá-lo, mas a cama estava feita, e não havia sinal dele. Franzi as sobrancelhas. Ele quase sempre acorda depois de mim, ou me espera para levantar. Tínhamos que ter saído às oito horas. Agora íamos chegar atrasados. Saí para procura-lo. Antes, passei no banheiro para lavar o rosto e acordar.

     Meu cabelo estava totalmente despenteado. Eu gostava da cor dele – inicialmente era um castanho insosso, então há uns três anos pintei de um vermelho vibrante. Abri a torneira e molhei o rosto com a água fria, mas mesmo assim, continuava parecendo algum bicho atropelado.

     Desci as escadas, que rangeram sobre o meu peso. Ouvi um barulho vindo da cozinha, e me dirigi até lá.

     - Charlie? - Chamei, no meio de um bocejo. 

     O cheiro de panquecas invadiu minhas narinas. Duas xícaras e uma garrafa de café estavam em cima da mesa. Charlie estava de costas para mim, no fogão. Ele se virou, e abriu um sorriso.

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⏰ Última atualização: Apr 21, 2017 ⏰

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