Forgotten Past => Larry S.

Capítulo 11

Após correr alguns quarteirões debaixo de uma chuva forte, Harry apenas desistiu de tentar perseguir o carro de Louis, então ele apenas decidiu voltar para casa e ligar para Liam, que não demorou muito para chegar e encontrar o amigo no sofá molhado e desolado.
-Acredite amigo, todos tem dificuldades durante a vida, olhe a minha por exemplo, um belo exemplo de fracasso com uma dose extra de pessoa perdida - dizia o rapaz enquanto se sentava.
-Eu não sei onde estou quando acordo de manhã Liam, eu não sei o que devo fazer com o meu dia, ou qual cidade eu moro, onde eu trabalho e o que eu faço para sobreviver, dependo de alguns pedaços de papéis para saber o que fiz ontem, quem eu vi, as pessoas que eu conheço, quem eu deveria conhecer ou em quem eu devo confiar. E sabe o que é pior? Isso nunca vai mudar para mim. Me diz Liam, o que eu devo fazer? - Harry finalmente ergueu a cabeça e o rapaz pode notar seu olhar vazio, Harry definitivamente poderia ser o melhor exemplo de pessoa perdida, mas Liam o poupou de ter que ouvir isso, então ele apenas disse de forma mais serena o que o rapaz precisava ouvir
-Pode tentar engolir em pedaços pequenos, só o que precisa saber para viver hoje, porque isso é o que importa. E você sempre terá a mim também, caso isso venha a ser esquecido - Harry sorriu, pouco, mas o suficiente para que suas covinhas aparecessem, e foi naquele momento em que ele agradeceu pela existência de Liam.
-Será que é possível se apaixonar por alguém todos os dias? - Dessa vez foi a Liam sorrir e responder "Hora Hazz, e não é isso o que todo mundo quer?"
-Acabou não é? - Após Harry deixar o amigo no sofá sem entender, ele foi para o quarto esperando apenas para que o rapaz saísse para retirar suas roupas molhadas, se deitar e esquecer do que havia ocorrido durante o dia. Liam não demorou muito para entender o recado então ele apenas se certificou de pegar a chave extra.

[...]

A manhã seguinte amanheceu menos chuvosa, mas o céu ainda permanecia cinza demais para Louis que dirigia pelas ruas da cidade até chegar no Andy's mae's
-Bom dia - Seu chefe estava em uma das mesas perfeitamente alinhadas do centro respondendo apenas com um aceno de cabeça - Estou adiantado, não dormi bem essa noite. E sem flores hoje, de volta ao plástico, você me venceu - Já vestido com o avental por cima de sua roupa casual, Louis notou a diferença no olhar do mais velho, já curioso ele se sentou na cadeira da frente perguntando se havia algo de errado, até porque estamos falando de Louis, o pequeno rapaz que sempre se preocupa demais.
-Você já ouviu falar em confisco? - Louis apenas balançou a cabeça negando na espera em que seu chefe lhe explicasse - Empréstimo estudantil, quando o governo pega todo seu salário antes de você. Sinto muito rapaz. - O mais velho passou a folha do banco para que Louis pudesse entender totalmente onde ele queria chegar.
-Mas eu não posso viver sem um salário, eu não posso trabalhar e tentar ir a faculdade. O que eu vou fazer? - Louis já se via cancelando sua faculdade e tentando arrumar mais um emprego que adorasse tanto quanto o Andy's.
O chefe do garoto apenas retirou do bolso notas em um envelope e entregou para Louis, que no primeiro momento recusou alegando ser muito dinheiro, mas depois de não muita insistência ele o abraçou, repetindo pelo menos umas 3 vezes um obrigado. 

(...)

-Eu não estou entendendo, isso é culpa minha? Está me despedindo Sam? - Harry estava surpreso, até onde ele se lembrava nunca havia sido demitido de nenhum emprego, e trabalhar para Sam na relojoaria era algo na qual ele gostava.
-Bom, eu não posso ter o meu negócio sem seguro e não querem renová-lo se continuar com você. - E apesar de Sam gostar de Harry ele pretendia manter a sua loja aberta por mais alguns anos - Mas escuta, se lembra dos amigos dos seus pais? Os smiths, parece que eles abriram uma vaga na lavanderia deles, eu poderia ligar e...
-Sam, olha, obrigado por tudo. Está tudo bem, relaxa. - Harry sorriu e antes de sair abraçou o senhor.
(...)
Louis havia ido mais cedo para casa, dispensa na qual seu chefe havia lhe dado, e no caminho de casa ele repensou sobre tudo e decidiu que começaria hoje a arrumar sua vida.
Ele começou ligando para a agência de advogados para tratar sobre a tal herança que havia de receber.