Trinta e sete graus celsius e eu caminhando em baixo do sol quente ou melhor torrando em baixo do sol quente.
Minhas caronas simplesmente desapareceram, só me deixando a escolha de eu voltar andando da escola.
Se fosse um dia normal estaria irritada, com vontade de acertar a cabeça de alguém com o vaso caro da minha nonna mas não , hoje foi o último dia de aula do ano o que quer dizer que eu estou oficialmente de férias.
Estou livre, leve e solta, também colocaria linda nessa lista mas linda eu sou todos os dias.
As férias é sempre é a melhor época do ano para mim porque tem muitas datas comemorativas/festas de aniversário para encher o bucho,ficar praticamente morando no cinema com a Cristina e o Vitor e de quebra voltar para a Itália.
Isso mesmo, voltar, voltar para a terra do melhor músico do mundo Nicola di Bari e a minha também.O que muitas pessoas não sabem é que eu não sou do Brasil, eu sou italiana, nasci e vivi a maior parte da minha vida lá.
Então quando chega às férias é sinal de que eu vou rever a minha penca de familiares, ser abraçada pelos milhares de tios e tias, primas e primos e ser tratada como criança porque nessa família ninguém nunca cresce. Comer a comida da Nonna Gemma que é na minha opinião e dos clientes do restaurante dos Matarazzo a melhor do mundo, chutar a bunda flácida do Lucca de novo e o melhor de tudo matar a saudade da Henrietta.
Henri para os mais íntimos é a minha melhor e mais velha amiga (se por acaso Helena ou Cristina verem isto elas terão uma sincope nervosa, bom talvez a Cristina não,só a Helena) ela é a pessoa que presenciou todos os momentos da minha vida de perto e às vezes de longe pelo Skype.
É meio difícil viver em um país sem sua família, tudo bem que criei vários laços com as pessoas daqui, mas mesmo assim a saudade bate forte quando por exemplo quero compartilhar uma novidade com um tio ou uma tia e vejo que eles não estão aqui do meu lado como estariam se eu tivesse continuado lá, conversar pelo telefone nunca é a mesma coisa.
Os únicos membros do clã Matarazzo que residem no Brasil são:
Luna Matarazzo (minha mamma);
Oscar Diaz(meu babbo);
Gabriel e Ingrid (meus primos) e por ultimo mas não menos importante minha tia Rita a responsável por estarmos morando no Brasil.Uns anos atrás quando a doida resolveu tentar a vida no Brasil -Sinceramente não sei o que ela foi tentar, a vida estava ótima na Itália- minha mãe ficou com dó da irmã caçula vivendo sozinha com o filho pequeno e não conseguiu abandonar o grude e resolveu vir junto.
Meu pai não viu problema já que mesmo sendo espanhol, meu "avô" era brasileiro então ele já estava familiarizado com a cultura e a língua do povo.
As únicas panacas que não sabiam falar português eram eu e a mamma.Parabéns dona Rita vá para um país que você não saiba falar a língua continue assim que a senhora vai longe.
Continuando, eu e a minha mente maquiavélica de dez anos juntamente com a Nonna Gemma armamos um plano. Eu ficaria morando com meus avós e meus pais iriam para o Brasil.
Estava dando tudo certo, até que a minha mamma apelou para manipulação e sentimentalismo barato também conhecido como chantagem emocional usando a seguinte cartada :
-Lana você vai deixar seu primo sozinho morando lá sem você ?
Eu não resisti, mesmo amando minha família e Henrietta eu não podia deixar Gabriel. Não conseguia imaginar meu priminho sozinho, vivendo em um país estranho e novo sem a minha companhia.
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Made in Italy
Teen Fiction"Capa feita por @clubedobatman" Lana tem uma obsessão estranha por Sherlock Holmes, canecas, teatro e esportes que envolvem gente se batendo. Quem diria que a bebê Matarazzo, que mais se parece com uma modelo de catálogo de roupas boho chic com um t...