Fidalgo Pomposo

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2: Adriana

João entrou com o carro na garagem subterrânea do prédio luxuoso e avisou que chegamos sorrindo. Prontamente Valentim saiu do carro, antes que João abrisse a porta, e atrapalhado, o jovem motorista correu para meu lado fazendo a gentiliza de abrir minha porta, coisa por que agradeci.

- Leve a mala do Sr. Valentim pelo elevador de serviços João, deixe na porta, desça e espere-me, só vou acompanhar o Sr. Valentim e logo desço.

- Sim, dona Ana. – João acenou cortês.

Rapidamente corri para o lado de Valentim com o pês doendo horrores, mas com um sorriso estampando no rosto, pois o chefão já me olhava com irritação.

- Por aqui.

E juntos entramos no elevador. Claro, eu atras dele. Para onde foi "as damas primeiro"? Enfim... o elevador tinha um espelho espectacular, grande, que cobria a parede inteira da trás, dando a impressão de ser mais espaçoso que parecia.

- Seu andar é o 9⁰, que é a cobertura. - Disse clicando no botão 9, e de novo ele não se expressou. Só acenou. O...k...

Assim que as portas fecharam, aquela tensão do carro tomou conta do lugar, mas desta vez multiplicada. Fogo meu! Isso estava começando a me irritar. Era quase palpável a energia no elevador. A pergunta que não queria se calar era: de que energia falávamos?

Quando as portas voltaram a abrir de novo os dois fugimos do confinamento como se lá dentro estivesse pegando fogo. Suspirei aliviada.

Tirei as chaves da carteira e passei-o, tomando cuidado para não encosta-lo.

- Esse é o seu chaveiro, nele tem todas chaves da casa e... - Merda! Mas um furo.

Rapidamente vasculhei a pasta e tirei as chaves do carro. Com sorriso apertado o clarifiquei, - estas são as chaves do seu carro. Mil desculpas, mas esqueci-me de lhe mostrar. Mas pode ficar descasando que ele já esta na garagem do prédio. Um Evoque vermelho, como o senhor pediu. – Disse com o coração na mão.

Ele acenou de novo, mas desta vez, pela primeira vez, mostrando sinais de humanidade. Talvez ainda tivesse salvação nossa relação e seu mau-humor não passasse de estresse de estar horas e horas confinado dentro de um avião.

Ele pegou as chaves da minha mão e no processo rouçou meus dedos que vibraram pelo simples toque. Isto estava se tornando sério. Pigarrei discretamente e afastei para que o dono pudesse estrear sua nova casa.

Deveria ser bom ter todo um andar para si, sem vizinhos e incómodos, num bairro privilegiado desses. Andamos pelo longo corredor que só continha uma porta só e a chave rodou numa maçaneta dourada e abracadabra.

Segurei a respiração enquanto Valentim analisava tudo, bem era meu trabalho em jogo, pois fui eu que pessoalmente organizei, comprei e decorei tudo, então se ele não gostasse

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Segurei a respiração enquanto Valentim analisava tudo, bem era meu trabalho em jogo, pois fui eu que pessoalmente organizei, comprei e decorei tudo, então se ele não gostasse...

Orgulho e Preconceito: As Cores do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora