(Jeongguk's POV)
Meu sorriso de satisfação enfeitava meu rosto. Tinha encontrado minha diversão do dia tão rapidamente, que nem tive o gostinho de procurar. Mas não importava. Ele parecia com medo, seus olhos arregalados e sua boca entreaberta procurando palavras para dizer. Mas é claro que eu não o permitiria fazer isso primeiro.
"Oi. Meu nome é Jeon Jungkook, e o seu?", perguntei, no meu nível máximo de falsa simpatia.
"Kim Taehyung", disse o jovem, conseguindo manter a voz firme apesar do medo aparente. "Eu só estava de passagem, eu já vou..."
"Entrar, claro, por que não? Aposto que você sabe jogar sinuca, não sabe?"
"Não muito, eu preciso ir mesmo, meu pai precisa dos remédios e..."
"Ah, então é isso que você carrega?", abaixei meu olhos para a pequena sacola que ele segurava. "Achei que eram drogas", sorri, não sendo retribuído.
"Ora, ora! Amiguinho, Jeon?", Jimin apareceu atrás de mim, seus olhos sobre o corpo de Taehyung, sua língua se remexendo em sua boca sedenta.
"Claro, esse é o Taehyung. Entra aí!", com minha mão direita, segurei o braço do loirinho e o puxei para dentro do bar, levanto-o para o fundo.
Olhei para Hoseok, que entendeu o que eu queria e fechou a porta atrás de mim, impedindo que a luz do sol entrasse naquele lugar. Não precisávamos dela, apenas o fraco facho de luz das lâmpadas artificiais daquele bar eram o suficiente, aliás, era a iluminação perfeita para o momento. Uma luz fraca.
Taehyung olhou à sua volta, não entendendo o que estava se passando. Sorri malicioso, olhando para os companheiros ao redor. Yoongi e Hoseok ficaram em um canto, ambos não gostavam de participar de nossos rituais, apenas observavam, e no caso de Hoseok, sua diversão era rir do espetáculo. Namjoon estalava os dedos, seu sorriso de gângster mudando sua face. De um ser bobo e amigável, Namjoon passava a ser alguém que você não se aproximaria.
Já Jimin e eu tínhamos a mesma posição. Ambos querendo a mesma carne, o mesmo sangue.
Mas aquele era meu. Eu queria somente ele.
"Esse é meu. Eu arranjo outro pra você", disse, fazendo a expressão de Jimin ficar inconformada.
"Mas..."
"O que eu disse?"
Não precisei alterar a voz pra que ele pudesse entender. Jimin me respeitava. Eu tinha sido seu criador, e ele não ousaria me desobedecer.
O pequeno se afastou alguns passos, cabisbaixo como uma criança que ele nunca fora. E Taehyung?
Ele tremia. E temia.
"Você teme a morte, Taehyung?", minha voz era obscura e gelada.
"Mais do que você pensa. Mas você com certeza não teme", respondeu ele, como em um desafio.
"Uau, e por que você diz isso, rapaz?"
"Porque você já está morto"
Fechei minha cara, entendendo aquilo como uma ameaça. Como aquele fracassado podia me ameaçar? O que ele pretendia, chamar os amiguinhos idiotas dele? Ele era um policial, por acaso?
Mas ele apenas me olhava. Não parecia me encarar, não demonstrava raiva. Apenas medo e... algo que eu não pude identificar. Que ser estranho, oras, já desperdicei tempo demais tentando entendê-lo.
Era hora da diversão.
Caminhei em passos lentos em sua direção em meu tradicional suspense. As solas dos meus sapatos faziam um barulho agradável aos meus ouvidos, e amedrontador aos ouvidos alheios. Era uma sola velha, gasta, e era isso que me agradava. Seu som único, minha identidade. O som de perigo chegando.
Parei em frente ao corpo trêmulo de Taehyung, levantando calmamente minha mão direita e levando até seu rosto. O acariciei com ternura, uma falsa ternura. Continuei meu movimento, descendo minha palma até seu pescoço, e a partir daí encostando minhas unhas em sua pele como um animal feroz pronto para atacar. E de fato, não era diferente. Primeiro é necessário conhecer o produto antes de usá-lo.
Aproximei meu rosto, fazendo o pequeno afastar a cabeça para trás, mas isso não me importava. Eu só precisava de seu cheiro. Encostei meu nariz em seu pescoço e inspirei sentindo um cheiro incrível de perfume e rosas.
Ora, rosas? Seria isso mesmo?
Me afastei, olhando-o. Ele tinha um olhar diferente. Não conseguia identificar, era só... Diferente.
"Por que não vai logo com isso?", questionou ele, parecendo preparado para o que viria.
"Como quiser, Taehyung"
Com um movimento rápido e espantoso, rasguei sua camiseta de pano fino por completo, arrancando-a de seu corpo e jogando-a em um canto. Hoseok já tinha começado a rir, um som já habitual para mim. Comecei mordendo os mamilos da vítima, ouvindo um pequeno gemido de dor.
E não era hora de gemer ainda.
O empurrei fazendo-o cair no chão, tendo-o entre minhas pernas, seus braços presos pelas minhas mãos. Aquele corpo... era especial. Ele não tinha apenas o cheiro de carne. Tinha cheiro de rosas. Isso era incomum pra mim, eu estava acostumado apenas a agir como um animal selvagem, atacando, mordendo, arrancando sangue até que eu me satisfizesse por completo.
Mas eu havia travado.
Me senti um tolo, parado, olhando para aquele peito nu sob meu corpo. Taehyung me olhava nos olhos, coisa que ele fez desde o momento que eu o vi pela primeira vez. Era como se ele encontrasse algo diferente neles. Assim como eu havia encontrado algo diferente em seu cheiro.
"O que foi, Jeon?", a voz de Jimin me questionou. "Decidiu deixar ele pra mim?"
Deixar pra ele? Jamais. Aquele corpo era eu que havia encontrado, então ele pertencia a mim. Mas eu não conseguia fazer nada, era como se fosse um doce que eu quisesse guardar para mais tarde.
Mas é claro que eu não podia deixá-lo ir.
Me levantei, deixando todos perplexos. Eu dizia a mim mesmo que não tinha fracassado, mas eu sabia que isso não era completa verdade. Eu simplesmente não tinha conseguido, e pronto. Talvez porque aquele cheiro me nauseasse. Ou porque ele não parava de olhar para meus olhos, coisa que ninguém tinha coragem de fazer, nem mesmo Jimin.
"Namjoon", disse eu, com cabeça baixa e voz rouca.
"Sim?", respondeu ele prontamente.
"Sua vez"
Namjoon sorriu abertamente, e um gemido inconformado soou atrás de mim. Viera de Jimin, obviamente não entendendo minha atitude, e irritado por eu não ter deixado o corpo para ele, já que eu não faria nada. Mas claro, eu não devia satisfação a ninguém.
Virei-me de costas, ouvindo os gemidos doloridos de Taehyung e o som gracioso dos murros de Namjoon. Era isso que ele sabia fazer, esmurrar, e apenas isso. E eu sentia prazer em ver o sofrimento dos outros, aliás, todos os seres humanos são medíocres. E com aquele loirinho não era diferente.
Eu estava gostando de saber que pelo menos naquele momento, a dor dele era maior do que a minha.
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live || taekook version
Fanfiction[ADAPTATION] "Eu sempre estive rodeado por rosas exuberantes e vivas, mas queria encontrar alguma murcha para que eu pudesse fazê-la renascer". Versão original: Live ➸ narry storan by @prettiestziam