(Jungkook's POV)
Normalmente eu não aceitaria. Mandaria ele pro inferno com palavras ou então com minhas próprias mãos. Mas o efeito que ele me causava era aborrecedor e viciante. E o mais estranho era que até seu cheiro me viciava. Era humilhante assumir, mas eu gostava de sua presença e tentava ignorar o fato de que ele estava me dominando de uma maneira que ninguém jamais conseguiu.
Eu sabia que se recusasse seu pedido, ficaria o dia todo pensando nisso. Então eu simplesmente aceitei. Aquilo não me faria mal.
Taehyung pareceu radiante e foi logo pegando o telefone, dizendo que iria ligar para Jiwoo para emprestar o carro, quando eu o parei. Pelo que eu percebi, Taehyung não sabia que ela era minha irmã, e não seria nada agradável se ela descobrisse que eu estava dando passeios infantis e idiotas com seu amigo. Eu disse que poderíamos usar meu carro, mas claro, eu que iria dirigir. Taehyung concordou de primeira.
No caminho, paramos em um Drive Thru e pedimos alguns lanches - Taehyung pediu dois naturais, o que era sua cara - e comemos no caminho, com Taehyung me dando sermão, dizendo que era realmente perigoso comer enquanto dirigia. Eu liguei o rádio com um cd dos Misfits, ótimo para ocultar o som irritante de sua voz.
Quando chegamos ao local que Taehyung me indicou, não tive tanta surpresa. Era o mesmo do outro dia, aquele parque feliz, só que desta vez estava aberto e cheio de criancinhas remelentas e sujas de barro. Respirei bem fundo.
"Taehyung, esse é seu único rolê? Aquele dia eu até entendi, mas hoje não dá pra gente transar na frente das criancinhas. Não que eu me importe, mas a polícia sim"
Taehyung riu e desceu do carro, me fazendo fazer a mesma coisa. Tudo bem, JungKook, vamos lá. Você está em um parque feliz e remelento, cheio de gente fedorenta e sem graça, vários sorrisos falsos e forçados, e várias famílias de comercial de margarina querendo passar a impressão de que são felizes, mas na verdade estão loucos pra ir embora, encontrar com seus amantes, apostar em um cassino, ou simplesmente encher a cara até não lembrar mais o próprio nome. Bando de idiotas. Aliás, nesse dia, eu estava me incluindo nisso.
Segui Taehyung até um local fechado, e fomos até uma porta aberta, entrando na sala. Logo que fiz isso, quase surtei. Dezenas de crianças rindo, brincando, pulando. Todas coloridas, com roupas de desenhos como Mickey e Ben 10. Eu iria vomitar dali a pouco.
"Bem, gente!", pronunciou Taehyung, fazendo todas se calarem instantaneamente. "Na aula de hoje, eu queria apresentar um grande amigo para vocês... Jeon Jungkook! Digam 'oi' pro tio Kookie!"
Não é verdade. Por favor, alguém me diz que isso não é verdade!
"Oi, tio Kookie!", disseram as crianças, em coro. Eu me limitei a dar um meio sorriso extremamente forçado.
Me sentei em um canto, e fui forçado a tirar os sapatos. Aquilo iria acabar logo, certo? E depois disso, Taehyung iria pagar. Iria sim.
A aula começou. Taehyung ligou o rádio, colocando uma musica relaxante, e iniciou com um alongamento. Claro que eu não participei. Logo depois, ele colocou uma música mais agitada, fazendo as crianças pularem, dançarem, gritarem e coisas do tipo. Quando todas pareciam já cansadas, ele iniciou algumas brincadeiras, que as faziam correr, passar por baixo umas das pernas das outras, reconhecer o amigo de olhos fechados.
Ao longo da aula eu me lembrei de minha infância, quando brincava com Jiwoo, correndo pela rua e deixando Jihyo louca. Namjoom também participou dela, e fazia parte do nosso "clubinho secreto", onde nos reuníamos em uma casa abandonada e bolávamos planos infalíveis e inocentes, que nunca davam certo. Quer dizer, quase nunca. Mas claro, tudo isso foi antes... Bem antes.
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live || taekook version
Fanfiction[ADAPTATION] "Eu sempre estive rodeado por rosas exuberantes e vivas, mas queria encontrar alguma murcha para que eu pudesse fazê-la renascer". Versão original: Live ➸ narry storan by @prettiestziam