Aconteceu

0.2

Acordei com murro na porta da minha casa. Eram 4:30 AM

- Mas que porra é essa? -Gritei

Ninguém respondeu, mas os murros continuaram. Criei coragem eu fui ver quem era, quando abri a porta dei de cara com o Matheus, cheirando a bebida e drogas e a cara inchada, parece que ele levou um soco. Eu sei que eu estava brava e chateada com ele, mas ver ele naquela situação me quebrou o coração.

MEL: O que aconteceu?

MATH: Eu resolvi sair pra curtir um pouco, voltando pra casa eu lembrei que a gente pode curtir juntos! Eu tentei trazer uma garrafa, mas tomei no meio do caminho.

MEL: Matheus vai pra sua casa, você não está nadabem, amanhã é um novo dia. Boa noite!

MATH: Mel me escuta, eu estou muito bem, eu só quero que você saiba que eu sou completamente apaixonado pela Isa...

Não esperei com que ele completasse a frase e fechei a porta na cara dele, eu estava muito cansada pra ter que ouvir ele falando que está apaixonado. Voltei pra cama e tentei dormir, me mexi tanto que acabei caindo, olhei no relógio e eram 5:43 AM, já que eu não conseguiria dormir, resolvi tomar um banho bem calmo e relaxante. me arrumei pra ir a faculdade, decidida que eu superaria esse amor não correspondido...

Cheguei na escola, e todo os olhares estavam em mim, eu nem me incomodei, mas de repente eu me peguei procurando pelo olha de Matheus e lá estava ele rodeado de gente, fingindo que eu nunca signifiquei nada pra ele (isso é se eu tive algum significado). Quando cheguei na sala, fui direto sentar ao lado de Christopher. Nós estávamos ficando bem próximos, ele é um menino fofo, engraçado, me sinto bem ao lado dele.

CHRIS: Mel, vamos sair esse final de semana? Conheci um barzinho muito legal!

MEL: Sério? Vamos sim, quero me divertir muito esse final de semana, já que hoje ainda é terça...

CHRIS: Tudo certo então, ate o final de sema a gente volta nesse assunto. Ah Mel, não sei se eu tenho esse direito, mas você tá bem? Eu ando sentindo que você tá em outro mundo, você quer colocar pra fora?

MEL: Muito obrigada pela preocupação, mas eu estou bem, só tive uma pequena desilusão recentemente, só que a vida é curta demais pra ficar se lamentando pelos cantos...

Após bater o sinal pro almoço, resolvi ficar na fala, não estava afim de olha pra cara do Matheus

CHRIS: Tá certo. Vou sair andando pela faculdade, quer vir junto?

MEL: Não, muito obrigada pelo convite.

Eu estava péssima em relação ao Matheus, mas eu não deveria, nós crescemos juntos, acho que era paranoia da minha cabeça, vou conversar com ele hoje depois das aulas e resolver tudo. E o Christopher, o que será que quer comigo? Ele apareceu do nada, eu nunca vi ele na faculdade e ninguém falou que ele é transferido. Ando ficando doida com tudo, tenho que para de desconfiar das pessoas que estão a minha volta. Continuando com a cabeça na faculdade, as aulas passaram rápido demais. Fui pra casa correndo, sem nem falar com ninguém, eu queria muito resolver as coisa com o meu melhor amigo, até porque a falta dele nos meus dias estão me matando.

Subi até o andar do Matheus, quando sai do elevador vi a porta entre aberta e logo entrei, sempre foi assim, nunca ligamos pra isso, até aquele momento, até ver ele transando com a Isabella, aquilo foi pior que uma facada na barriga, eu nunca pensei que ele teria coragem de fazer isso comigo. Quando eles percebeu que eu estava lá, paralisou, até parece que viu morto andando.

MEL: Me desculpe por atrapalhar o momento de você eu pensei que você estaria sozinho ou em boa companhia, bom como eu estou sobrando, vou ir embora, foi uma perca de tempo tentar me resolver com você!

MATH: Não te ensinaram a bater na porta? Mas você não precisa ficar ai, vem aqui participar com a gente.

Foi ai que eu percebi que o Matheus não estava bem, uma voz enrolada...

ISABELLA: Sério que você vai chamar ela pra nossa brincadeira?

MEL: Me respeita Isabella, você tá aqui só pra tampar um buraco que ele tem.

MATH: O buraco que você abriu Melanie, você que me deixou assim, nesse estado deplorável. Isabella vai embora por favor, eu tenho muita coisa pra conversar com a Melanie.

MEL: Não precisa expulsar ninguém e nem vem conversar comigo. Tchau Matheus.

MATH: Não vai Mel, fica por favor, vamos conversar e resolver esses problemas

ISABELLA: VOCÊ VAI ME LARGAR PRA CONVERSAR COM ESSA AI PEDRO?

MEL: Pelo menos eu sei me dar o valor que eu mereço, já você não se dá o valor e os outros só te afundam mais.

Depois essas trocas de doces palavras, virei as costas e fui embora para minha casa. Naquele momento eu só queria colocar pra fora todas as lágrimas que estão querendo transbordar, mas eu tenho que ser forte, é muita humilhação pra uma pessoa só. Escutei batidas na porta, porém já sabia quem era e não queria ouvir nada que vinha da boca dele, mas infelizmente ele sabia gritar...

MATHEUS: Olha, eu sei que você está brava ou irritada, sei que você está chateada, triste, magoada e eu não tiro os meus motivos, você sabe que isso que aconteceu com a Isabella não significa nada pra mim, depois que eu te vi com intimidade com o menino da sua sala, eu senti que perdi você, eu senti que você me trocaria, que pararia de me amar, que me substituiria.

Nesse momento eu não aguentei e comecei a rir.

MATHEUS: Então eu comecei me afogar na bebida, tentar esquecer você bebendo e me drogando não funciona, te ver hoje com ele, conversando sobre sair, foi um tiro que eu levei, mas a culpa não é sua, eu me afastei de você, sem ao menos explicar o que aconteceu. Achei que se você ficasse brava comigo seria mais fácil de falar.

Eu estava ficando meio cansada, o que que ele estava me escondendo?

MEL: Matheus, nós crescemos juntos, não tem o porque de me esconder algo que te deixa angustiado, você sabe que eu sempre estive ao seu lado, não te deixaria por nada, nós somos tipo irmãos, você faz parte de mim e eu faço parte de você como a gente sempre falou. Eu estaria mentindo falando que nada que você me fez não tivesse me atingido, mas na verdade eu só queria chorar, queria ter de voltar meu amigo, meu anjo da guarda. Eu quero que nossa amizade continue pra sempre, até quando ficarmos bem velhinhos, contando nossas aventuras pros nossos filhos. Mas pra gente continuar essa amizade não pode ter segredos!

MATHEUS: Mel eu sinto muito, não poder cumprir essa meta de envelhecer e contar nossas aventuras pros pirralhos que vão ficar correndo pela casa.

MEL: O que você quer dizer com isso? Você não quer ter essa amizade? Eu entendo, não vou ficar brava se for isso.

MATHEUS: Antes fosse eu não querer ser seu anjo da guarda. Melanie, eu estou com câncer e tenho poucos dias de vida, talvez alguns meses.