Capítulo Três

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10/02 – Sexta-feira

Faz alguns dias que Augusto entrou no mesmo grupo de amigos de Anna, ela está feliz por isso, sempre fica animada em conhecer alguém novo, mas é admissível que com ele é diferente.

Anna sabe o que sente pelos amigos dela, mas com Augusto a sensação um tanto diferente. Estar perto dele, rir, conversar sobre assuntos aleatórios e inúteis, são as coisas mais simples, porém com ele essa simplicidade a deixa feliz de alguma forma.

É dia de ir à igreja, Anna, a mãe e a irmã vão juntas depois do pai. Anna percorre as pessoas presentes no local com os olhos, algumas crianças, adultos e idosos como maioria, adolescentes são pouco de se ver com frequência, até que seus olhos param em um amigo conhecido. Ela acena para Augusto e vai se sentar um pouco mais a frente dele. Anna sempre prestou muita atenção no que o pai falava no altar, mas hoje algo está tomando sua concentração, ela não consegue evitar não olhar para traz, então rapidamente se vira e encontra os círculos cor de mel que tanto adorava. Anna perde a noção do tempo que fica naquela posição e no mesmo instante que Augusto percebe e a encara de volta sua mãe, disfarçadamente, lhe da uma cotovelada no braço. Por conta do susto, Anna se vira para frente sem olhar para sua mãe, está envergonhada.

Algumas horas depois, quando as pessoas já estavam levantadas se cumprimentando e fazendo as perguntas típicas de sempre, Anna permanece ao lado da mãe e da irmã esperando que seu pai termine lá no fundo para que possamos ir.

Augusto está na porta da igreja a encarando intencionalmente, assim que Anna percebe ele faz um gesto com a mão para que ela vá até ele. Ela pede licença educadamente para as pessoas que estavam ao redor dela e sai em direção a entrada.

- Oi. – Anna é a primeira a fala, ainda sem olhar em seus olhos, um pouco tímida por ele ter percebido que ela o observava.

- É a sua mãe? – Augusto aponta com a cabeça para a mulher de calça e blusa de manga com um olhar desconfiado.

- Sim... - Desviando da mãe, Anna pôde reparar melhor em seu "amigo". Ele usava uma calça escura, tênis e uma blusa listrada acompanhada de um casaco jeans só até a metade do braço.

- Queria me falar alguma coisa? - ele puxa a atenção dela

- Que? Foi você que me chamou. – Anna afirma confusa.

- Sim, mas foi você quem estava me encarando lá dentro. – Gus desvia o olhar do dela e sorri.

- Ahh... E-Eu não... Estava só – Anna encara seus pés a fim de encontrar uma desculpa convincente

- Tudo bem, não precisa ficar vermelha. – Anna pousa suas mãos nas bochechas. Ela sabe que sempre fica corada com facilidade, é a genética, isso em certos casos a irrita por não poder esconder suas emoções. – Eu queria te perguntar se...

- Anna, Estamos indo. – Seus pais e sua irmã a esperam ao lado dela. Anna encara Augusto esperando que ele continue a falar.

- Tudo bem, depois a gente conversa – Ele muda de assunto ao receber olhares desconfiados tanto da mãe quanto do pai de Anna. – Tchau.

Anna fica um pouco decepcionada, estava curiosa para saber o que ele queria perguntar, mas mesmo assim se despede dele e segue com a família.

- Até logo, Gus.

Anna tentou estudar ao máximo para a prova de amanhã assim que chegou em casa, mas para ela as palavras não colaboravam e teimavam em entrar a sua cabeça. Ela não entendia o que estava acontecendo, sempre aprendeu os assuntos com facilidade, também tinha uma ótima memória visual, ou seja, bastava prestar atenção na aula que o resto não era de se preocupar, porém ela estava com uma certa "dificuldade" de se concentrar. E essa dificuldade tem nome e olhos lindos.

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