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Blaire Montgomery (Point Of View)

Desde o momento frágil de Abel eu procurei me manter perto dele, pelo menos até eu achar as palavras e o momento certo pra contar a verdade.
Daqui uma semana é a audiência dele pela guarda de Angel. Ele vem me implorando pra que eu faça um pré-natal e eu tento convence-lo de que tudo vai ficar bem.

-Podíamos ir ao lago hoje!- Ele sugeriu se levantando do sofá.

-É aqui perto?- Perguntei receosa.

-Sim!- Ele assentiu e levantou sua mão pra que eu me levantasse também.

-Vamos nessa então!- Sorri e ele retribuiu com seu lindo sorriso.

-Vamos bolinha!- Ele acariciou minha barriga.

O dia está bem ensolarado, colaborando pra um passeio gostoso. Abel começou a falar sobre o quanto ele sente a falta da família dele e os amigos que moram no Canadá e que ele não os vê desde quando chegou aqui à cerca de um ano e meio atrás. Ele me contou também que é formado em direito e que pretende pegar a guarda de Angel e tocar a vida deles em New York.

-Eu sei que quer fugir desse assunto, mas eu queria que pudesse confiar em mim pra compartilhar pelo menos um pouco!- Ele segurou minha mão, estamos sentados perto de uma árvore de frente ao lago.

-Eu confio em você!- Eu o olhei.

-Quem morreu?- Ele perguntou fazendo meu coração acelerar. Vamos lá Blake! É só dizer quem morreu.

-Brian!- Eu sussurrei. É tão difícil dizer o nome dele em voz alta.

-Por acaso é um homicídio que houve uns meses atrás?- Ele perguntou e eu assenti balançando a cabeça positivamente. -Vocês se conheciam?- Ele perguntou ficando de frente pra mim. Estou prestes a chorar.

-Ele era o pai dessa criança Abel!- Eu solucei. -Eu o amava!- Toquei na minha barriga respirando fundo tentando me controlar.

-Oh Blair! Eu sinto muito!- Ele me abraçou. -Fica aqui! Não vai embora Blair! Eu cuido dessa criança com você!- Ele tocou na minha barriga enquanto me olhava com seus olhos tão sinceros.

Ele é tão bom, oh céus me ajude!
Onde fui me meter? Ele nunca mais vai amar alguém depois de perder sua esposa. Ainda mais uma mentirosa como eu!

-Eu queria poder ficar Abel! Aqui não dá! Eu preciso ir embora dessa cidade!- Eu fechei os olhos tentando esquecer isso que ele está dizendo. Abel é um homem bom demais pra se envolver nessa bagunça toda.

-Eu vou pegar a guarda de Angel e sumimos desse lugar Blair! A gente vai pra New York e faz nossa vida lá! Você e Sunny vão ser feliz com a gente!- Seus olhos brilhantes e esperançosos me fazem acreditar nisso! Sorte teve Louise de ter um homem como esse! Tenho sorte dele ter aparecido no meu caminho, não posso desapontá-lo.

-A gente vai ser feliz Abel!- Eu sussurrei fechando os olhos e implorando pra Deus que ele me dê uma nova oportunidade de ser feliz mais uma vez e que dê a guarda de Angel pra ele.

. . .

-Eu realmente acho que Sunny adoraria umas panquecas do Tio Abel!- Eu me joguei no sofá e senti meu bebê se mexer dentro de mim.

-Ela está mexendo!- Ele se aproximou tocando na minha barriga.

-Está!- Eu sorri apreciando Abel de joelhos na minha frente acariciando minha barriga.

-Sunny essa sua mamãe é uma folgada! Mas a gente se dá bem. Está tudo certo aí dentro né? Mamãe não quer ir ao hospital mas o titio Abel vai cuidar de você!- Ele beijou minha barriga e eu senti uma corrente de calor percorrer meu corpo. O olhei e sorri.

-Gostou do titio Abel né?- Perguntei tentando disfarçar o calor em lugares inusitados.

-Vem! Vamos me ajudar a fazer as panquecas.- Ele me puxou e fomos até a cozinha.

Sujamos todo o balcão de farinha de trigo, passei o dedo sujo de massa na bochecha dele pra irrita-lo e ele passou na minha.

-Você vai limpar isso!- Eu disse cruzando os braços.

-Vai limpar a minha primeiro, aí eu limpo a sua!- Ele cruzou os braços. Então me aproximei dele ficando na ponta dos pés e lambi sua bochecha tirando toda a massa. Ele ficou imóvel, mas em poucos segundos vi um sorriso surgir no rosto dele.

Ele me puxou e repetiu o mesmo ato passando a língua na minha bochecha. A onda de calor voltou a me atingir. O ar sumiu de meus pulmões e eu senti que iria desmaiar quando ele começou a beijar meu pescoço e segurou firme minha cintura.
Minhas coxas entraram em contato com o mármore do balcão e suas mãos as apertaram de maneira ágil.
Levantei meu pescoço o dando espaço para explorar aquela área até finalmente sua mão direita segurar meu cabelo e sua boca ir de encontro a minha. Confesso que ver Abel cozinhar é algo bem quente e estar aqui nessa cozinha tendo um momento tão quente com ele me deixa muito excitada.
Levei minhas mãos até a barra de sua camisa e a tirei revelando sua pele nua. Separei nossos lábios e pude sentir seus olhos sobre mim enquanto eu tocava cada centímetro de seu tronco.
Passei a beijar seu pescoço, sua respiração descompassada é uma das coisas mais gostosas que já ouvi na vida e adoraria continuar a ouvir por um bom tempo.
Suas mãos entraram por baixo da minha blusa me causando arrepios.
Senti um cheiro de queimado e afastei Abel procurando de onde vinha.
Começamos a gargalhar ao perceber que ele deixou a frigideira no fogo com a massa.

-Ótimo!- Ele desligou o fogo e voltou até o balcão pra me colocar no chão. -Quem mandou me distrair Blair?- Ele cruzou os braços e eu ri dando de ombros.

-Boa sorte com suas panquecas!- Ri voltando pra sala, antes que eu o beijasse novamente.

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