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BLAIR MONTGOMERY


Entrei no consultório com um frio na barriga, Abel permaneceu atrás de mim esperando que eu o chamasse para entrar.

-Blair certo?- O doutor perguntou após olhar meu documento.

-Exato!- Assenti.

-Ele irá te acompanhar?- Apontou para Abel que se manteve de braços cruzados.

-Abel, entre!- Pedi e ele se posicionou ao meu lado na maca.

Farei ultrassom antes de marcar minha internação para o parto.

-Tudo bem, vamos ver como está sua garotinha.- Com a enfermeira ele preparou os equipamentos. Abel permaneceu calado enquanto me olhava com uma feição preocupada, eu não sei como vai ser daqui pra frente. Me mantenho forte, ou ao menos tento porque eu o tenho comigo, mesmo que ele pareça distante.

Fechei os olhos respirando fundo quando senti o gel gelado na minha barriga, senti uma mão tocar a minha e ao abrir os olhos vi que era a sua.
Eu me sinto péssima por não ter falado a verdade para Abel, sinto que o magoei de uma forma tão cruel e ele não merecia. Agora sinto que não o mereço.

-Você parece tensa, tente respirar fundo e relaxar.- O médico alertou me fazendo soltar um ar que eu nem sabia que estava segurando. Eu estou preocupada com Abel.

Ele passou o objeto na minha barriga e então a tela começou a transmitir a imagem da ultrassom, minha garotinha está aqui.

-Blair, está tudo bem!- Abel tocou meu rosto.

-A garotinha está em perfeito estado e parece ansiosa para vê-la. Olha a posição dela, a qualquer momento você pode entrar em trabalho de parto.- O doutor disse sorridente e eu automáticamente sorri aliviada.

-Ela está bem!!- Eu sussurrei sentindo meu coração bater forte.

-Creio que restam umas tres semanas e então verá o rostinho da sua menina.- O médico disse enquanto assinava algum papel. -Podemos marcar sua internação para daqui vinte dias isso se a bolsa não estourar antes. Entregue esse papel na recepção e fique com a outra via, tem a receita das vitaminas que deve tomar.- Assenti e me levantei da maca.

-Obrigada doutor!- Abel agradeceu e me seguiu para fora do consultório. Fui até a recepção e entreguei o papel.

Andei até o carro em silêncio, não tenho assunto para conversar com Abel. Sinto que há um muro entre nós e eu não sei se conseguirei atravessa-lo sem a ajuda dele.
Ontem depois do café da manhã ele me levou para o quarto de Angel e disse que eu poderia ficar ali e que Angel dormiria com ele. Eu não sei o que passou pela minha cabeça quando aceitei ir com ele, eu pensei que viveríamos como um casal mas na verdade ele só ficou com dó de mim. O resto do dia ele foi tratar de negócios com Sal e Angel foi brincar com as filhas dele, eu fiquei arrumando minhas roupas. Ele chegou com Angel já era de noite, eu fingi estar dormindo e só o vi hoje pela manhã porque ele me acordou para ir ao consultório. Aqui estamos nós num completo silêncio.

-Está tudo bem?- Ele me olhou antes de ligar o carro e eu assenti sem dizer uma palavra.

Quando chegamos no prédio ele estacionou o carro e então eu desci o deixando para trás.

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