Lobo mau (pt. 4)

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Deitei-me sob uma árvore que tinha umas flores vermelhas quaisquer. Não havia forma de resolver o que fizera. Eu tinha morto dois seres humanos. Quando as pessoas descobrissem eu nunca seria admitido lá. Pelo contrário, talvez me matassem. Mais uma vez, tinha-me deixado ficar mal, a mim e aos outros.

O pior era que não podia negar que gostara das sensações. Porque aquele era eu. Para além de todos os estereótipos que eu insistia em tentar quebrar. Para além dos hábitos um tanto humanos que eu tinha adquirido como o de falar. Para além do nome que eu tinha dado a mim mesmo a fim de me sentir mais humano. O nome era Huma. Huma, o lobo que só queria ser humano...

Adormeci, embargado pelo vinho e pela decepção comigo mesmo.

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