O Mistério do Hotel Breda

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    A luz do dia estava parcialmente ofuscada com o mal tempo, que se encontrava nublado em plena selva de concreto, onde a garoa fina já vinha se estendendo por dias, o sangue escorria pela escada, se misturando com a enxurrada ao meio fio, a frente do Hotel Breda.

Na prancheta do policial, anotações para se dar início ao esclarecimento de mais um crime.

Entre olhares curiosos surgia a pergunta:

- Quem? Com tanta crueldade , havia cometido o assassinato daquela senhora.

Conforme a polícia se tratava de uma prostituta de aparentemente quarenta e seis anos , o que era normal pela mediações do bairro, mulheres com aquela idade se prostituindo.

O detetive Cavalo que acompanha esta investigação já esteve perto da descoberta do criminoso, mas deixou escapar pelos vão dos dedos, quando estava hospedado ao mesmo hotel que ocorrera um latrocínio seguido de morte.

Embora as informações de que tal criminoso vinha praticando atrocidades pelos hotéis e motéis aqui da grande metrópole , a Polícia não conseguia pôr as mãos no sujeito.

Os termômetros espalhados pelas principais avenidas marcavam vinte e nove graus e embora não aparentasse, mas o ar estava péssimo para respirar no cartão postal da cidade, onde o silêncio da Catedral confortava o coração de Karina, que depois de assistir a missa caminhava para o outro lado da cidade, onde exatamente as 9:30 começava mais um dia de aventura em busca de seu ganha pão.
    Karina começou a se prostituir aos vinte e oito anos de idade e agora aos quarenta, se via ameaçada por um maníaco que vinha a barbarizar pelos quatro cantos da cidade. Quando se aproxima do parque onde quase que diariamente fazia seus programas, agora escolhia seus fregueses com cuidado, pois perdera uma amiga assassinada na semana passada e isto vinha tirando o sono de muita gente. Ao chegar no lugar de costume encontra suas amigas reunidas e Ellen a pergunta:

- Bom dia Karina, vai trabalhar hoje ou vai peleguear?

-Pretendo garimpar!

- Não acredito, estamos aqui reunidas preocupadas com a segurança de todas as meninas e você querendo garimpar hoje!

- Fazer o quê Ellen,é a única forma que eu encontrei para ganhar a vida.

- Venha vamos escutar o que a chefe está dizendo para as meninas.

"- Olha crianças! Se vocês preferirem, podem saírem para trabalharem, só que tem um detalhe, não há segurança para a nossa categoria, e como todos sabem nós somos excluídas perante a sociedade, em todos os aspectos. "

A cafetina alertava as garotas sobre o perigo que elas estavam correndo, com um maníaco a solta, e de que andava aterrorizando a grande Metrópole e ao mesmo tempo preocupada, com o lucro diário que proporciona aquelas mulheres.

E boatos eram de que o criminoso só atacava prostitutas indefesas e acima de quarenta anos. De que agia principalmente no bairro da Luz, onde havia uma concentração maiores de mulheres da vida.

Muitas delas já foram casadas, outras já tinham até constituídos famílias e outras nem se quer sabiam o quê era.

A maioria delas tem a solidão como companheira, e a esperança de dias melhores. Algumas quando o assunto é amor, preferem não comentar.

Agora com os fortes boatos de que os crimes cometidos com mulheres acima de quarenta anos, tem a ver com a eliminação de prostitutas da segunda idade, não se sabe, mas de que há uma grande semelhança,todos suspeitam.

A única certeza é que continua solto o assassino, e as pistas levam a polícia a crer de que se trata de um indivíduo alto, cor não definida e que age sempre quando a cidade se encontra com dias e noites de chuvas fortes ou torrenciais.

Embora o último caso foi ocorrido numa manhã com chuva branda, a suspeita é de que prefere dias chuvosos por serem dias com menos circulação de clientes.

Mas a dúvida continuava, não só de investigadores civis, como de quem estava habituado ver a circulação de mulheres a procura de programas no centro da cidade. E comentários eram que havia diminuído muito o movimento nos arredores das praças principais.

E que a maioria delas temiam atuarem por ali, sabendo que havia um psicopata nas mediações  à solta.

Entre Concretos & Lençóis (Em Edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora