Um Dia Típico de Cidade Grande.

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Nós últimos dias, muitos casos foram solucionados na delegacia regional e investigadores da equipe de Cavalo, estavam cada vez mais confiante de que o caso da Praça da Luz, também chegaria a uma conclusão final, para que as noites e manhãs da cidade grande voltassem a ficar em paz, e a inteligência da Polícia não se sentisse ameaçada por um maníaco desconhecido.

Do lado Oeste da cidade estava tudo muito tranquilo, a não ser para Joaquina, a mais jovem da turma das mulheres, ou melhor, a mais nova integrante invisível perante a sociedade.

Joaquina pretendia sair para a batalha, mas pelo noticiário local, tomou conhecimento da greve dos metroviários e nem mesmo saiu de casa, pois de que adiantaria se não haveria fregueses nas mediações.

Porque toda vez que há greve de qualquer categoria relacionada ao transporte de São Paulo, a cidade vira um caos, mas só para o trabalhador com carteira assinada, porque para elas não faz nenhuma diferença. Pelo contrário some tudo que é freguesia. Fica até a impressão de que só a classe trabalhadora frequenta os lugares onde a prostituição funciona de uma maneira bem discreta, quase passando despercebida.

Joaquina a garota que tomara uma decisão importante em sua vida, quando mais jovem fez a promessa de que nunca precisaria de homem algum, agora se via diante desta situação.

Além dos problemas da cidade grande, agora um louco apavorando a sociedade e principalmente a categoria das meninas de vida fácil, onde facilidade mesmo só na teoria, porque para elas que troca seus corpos por uma moeda qualquer, para saciar as vontades de homens que as procuram por uma aventura, estava se tornando cada vez mais difícil.

Seu celular toca, era Karina perguntando sobre tal investigação feita na noite passada:

­- Jô sou eu, karina!

- Eu sei está a sua fusa aqui no visor do celular, como não saber que és tu menina. Fale Karina!

- Jô, O Cavalo te Procurou ontem à noite.

- Sim!

- E oque ele queria?

- Nada! Ele apenas disse que era breve, de que não poderia perder o seu tempo e que eu falasse logo oque eu sabia.

- E oque você respondeu?

- Ora Karina, nada! Apenas disse que não vi nada e de que não sabia de nada. E porque a pergunta?

- Por nada Jô, ele também me perguntou umas coisas, o caso do homem que continua atacando as pessoas no bairro esta com ele, e você sabe né, quando esse investigador encasqueta com alguma coisa, é fogo.

- Sim, eu sei Karina, ele é persistente e isso não é bom!-Ou você ainda tem uma caidinha pelo bruto?

- Dá onde tirou esta ideia Joaquina, nunca passou pela minha cabeça de ficar com aquele grosseirão, nem se fosse bem paga, de cara estúpido estou fora, e ainda mais da polícia!

- Kkkkk! Essa foi boa, mas não esquenta não Karina, oportunidade não faltará.

- Credo em cruz! Deus me livre. (Responde Karina.)

- Beleza Ká, mas se prepare porque o investigador Cavalo esta na área e logo vai lhe fazer novas perguntas.

- Eu sei, e tomara que ele ponha as mãos logo nesse maluco, porque esta atrasando a vida de todos, tu sabe né Jô, quando há policia a paisana nas ruas, a freguesia some.

- Sim. Vou desligar Karina, mais tarde eu te ligo, não irei hoje, devido à greve.

Joaquina desliga o celular e pela janela vê uma neblina que encobre o outro lado do bairro de onde mora, quase não dava para enxergar nada, lembra quando criança, que sua mãe lhe dizia que quando amanhecia assim em São Paulo, o sol seria de arrebentar mamonas. E acabava debruçada na veneziana só esperando escutar os estalos das plantas no quintal. Mas sempre desistia da espera, porque até acontecer, já estaria bem tarde, como para criança tarde é muito tempo, no entanto se distraia com outra coisa, outra brincadeira qualquer.

E hoje Joaquina não tem a mamãe por perto e nem tanto mamonas pelo quintal, somente responsa e a vida dura que lhe cerca de compromissos e dissabores, mas dentro dela a certeza de que teve uma infância maravilhosa, coisas que quando adulto não podemos perceber, o brotar de uma rosa, para onde um girassol vai com todo o seu amarelo, e as que horas mesmo?Abrem os onze horas!

Entre Concretos & Lençóis (Em Edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora