Capítulo 1: Dorian Gray

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     Dorian acordou com sua carruagem sacudindo, provavelmente por causa de um buraco na estrada. Virou-se para trás e verificou o estado do embrulho retangular que levava consigo. Estava tudo bem, então ele se recostou e voltou a dormir. Acordou novamente horas depois com uma voz.

     -Chegamos Sr. Gray -Disse o cocheiro

      -Obrigado Helbert. Aqui, leve uma gorjeta e não conte para ninguém onde estou. Minha localização deve ser um segredo que estou confiando a você.

      -Tudo bem Sr. Gray. Não te desapontarei. Adeus.

     Dorian desceu da carruagem com suas malas e seu embrulho e observou enquanto Helbert e a carruagem desapareciam no horizonte. Finalmente, entrou na pousada que se encontrava logo à sua frente.

     A pousada era um lugar tranquilo e aconchegante. Era uma construção de madeira com uma lareira e cabeças de animais entalhados podiam ser vistas em todos os lugares para qual você olhava. Era o lugar perfeito para fugir de sua vida na cidade. E isso era exatamente o que Dorian queria.

     Depois de dar uma boa olhada no lugar, Dorian se aproximou do balcão para fazer o check-in. No balcão havia um senhor de aproximadamente quarenta anos com uma aparência cansada.

     -Bom dia senhor!-disse Dorian- Meu nome é Dorian Gray e gostaria de fazer o check-in. Eu já havia feito uma reserva há uns 2 dias.

     -Ah, senhor Gray! Estávamos esperando pelo senhor. Preencha esse formulário e eu lhe darei sua chave.

     Depois de lidar com a burocracia, Dorian subiu para seu quarto com suas malas e seu embrulho. No quarto, ele rasgou o embrulho, revelando seu retrato, que Dorian pendurou em um prego na parede. Ele sabia que aquilo era arriscado, porém havia algo naquela pintura, naquela monstruosidade ali representada, que o impedia de não olhá-la. Depois disso, deitou-se e começou a refletir sobre o que o fez chegar até ali.

     Depois de todas as mortes que ocorreram no lugar onde morava, Dorian decidiu que não aguentava mais viver naquelas circunstâncias. Ele tentou se livrar da pintura, já que aquela era a fonte se seus problemas, mas não conseguiu. Ao invés disso, resolveu fugir. Fugiu de sua casa, seus amigos que ainda restavam, sua vida. Agora estava ali, naquela pousada daquela pequena cidade, onde ninguém o conhecia. Ali poderia começar uma nova vida. E, com esse pensamento, adormeceu.

A Dualidade HumanaOnde histórias criam vida. Descubra agora