Lucky | Julian Weigl

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Eu estava terminando mais um dia de trabalho, meus pequenos estavam praticamente pulando de animação por encontrar seus pais novamente quando Nico, um dos garotos, levantou a mãozinha e me disse naquela voz fofa de criança que alguma coisa estava zunindo. Levou um tempo pra eu entender o que exatamente ele estava tentando dizer e, mais ainda, descobrir que era o meu celular.

"É o meu celular, pequeno, obrigada por avisar." a porta se abriu no instante que eu terminei de falar e eles ficaram ainda mais animados por verem os pais do lado de fora.

Eu nunca me canso dessa cena, a ansiedade deles em encontrar novamente os pais que viram apenas algumas horas atrás. É lindo ver que eles não assumem nada como certo, cada minuto é esperado e vale a pena.

Eu abracei e beijei cada um deles e acenei para os pais antes de finalmente ir até a minha bolsa para pegar meu telefone que ainda vibrava. Tinha que ser Jules, ele teme esse pequeno problema com esperar que a pessoa retorne a ligação. Mas depois de mais uma lição dos meus pequenos, pensar nele me fez sorrir como uma garotinha apaixonada, o que eu sou.

Eu deveria ter apostado que era ele! Nove ligações perdidas, wow. Hoje ele está realmente impaciente! Como eu acabei de dizer, ele desconhece a habilidade de esperar que a ligação seja retornada, eu estava digitando o número dele quando o telefone começou a vibrar nas minhas mãos novamente.

"Hoje estamos impacientes como nunca, hein?!" eu disse brincando assim que atendi a ligação.

"Jo?" alguém que não era o meu namorado estava do outro lado da linha. Se eu tivesse que adivinhar eu diria que era Marcel, mas meus ouvidos não são muito confiáveis no quesito ligação.

"Sim...?"

"Graças a Deus, eu já estava perdendo as esperanças." ele disse de maneira aliviada que me deixou preocupada. "Sou eu, Marcel, se você não notou ainda. Tô ligando do celular do Julian porque ele meio que se machucou durante o treino hoje." e uma simples frase tirou meu fôlego.

"Como? O que aconteceu? Como ele ta? Ele ta bem? Foi a coxa? Posso falar com ele?"

"Hey! Calma. Não foi a coxa dele, na verdade foi algo bem mais besta que isso."

"Pelo amor de Deus, Schmelle, me diz de uma vez o que aconteceu antes que eu vomite minhas entranhas de preocupação."

"Ta, desculpa. O treino de hoje foi mais relaxado e nós estávamos jogando em posições diferentes da que normalmente jogamos. Não sei muito bem o porquê, mas ele decidiu que seria goleiro. Não terminou muito bem." ele suspirou. E meus olhos já estavam cheios d'água só de pensar em Jules machucado.

"Ele ta sentindo dor?" eu sei que minha voz quebrou no final, mas o pensamento dele sentindo dor é demais.

"Não agora." ele respirou fundo. "Você está em casa?"

"Trabalho." eu sussurrei de volta.

"Certo. Me manda o endereço por mensagem e eu passo pra te pegar, tudo bem?" eu acenei como se ele pudesse me ver. "Lembre de mandar a mensagem pra o meu número, não o dele, eu não consigo fazer nada no celular dele além de ligar pra você."

•••••

Não  tempo depois que encerramos a ligação ele apareceu na escola e me trouxe aqui para eu poder ver Jules. Aqui sendo o hospital para o qual ele foi trazido depois de alguns exames que realizaram lá mesmo no clube.

O que eu consegui pegar com Marcel: eles estavam num treino pra relaxamento e resolveram fazer uma espécie de recreativo onde ninguém estava jogando na posição oficial e Jules decidiu que ele seria um bom goleiro. No fim das contas ele quebrou o braço tentando impedir um gol de Roman, percebe a ironia? Ainda de acordo com Marcel, ele estava prestes a se chocar contra a trave e colocou o braço para proteger a cabeça.

What Happens in Dortmund... | football one shots [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora