Perfect | Christian Pulisic

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Nós temos o que todo mundo costuma chamar de "amor de infância".

Nós nos conhecemos logo que eu me mudei de volta para os Estados Unidos e desde então nos tornamos quase inseparáveis. As pessoas a nossa volta adoravam dizer que nós acabaríamos juntos, mas esse pensamento nunca passou pela nossa cabeça, pra ser honesto. Eu estava completamente focado em jogar futebol e ela em tirar boas notas. É, ela sempre foi uma aluna nota 10, o que era uma coisa boa, porque eu estava mais pra um aluno nota 7, no máximo 8.

Nós estávamos prestes a completar 13 anos quando as previsões de todo mundo ao nosso redor acabaram, de alguma maneira, virando realidade.

"Chris, posso ir na sua casa agora? Eu preciso te falar uma coisa." ela soou um pouco estranha, como ela fica quando algo está errado.

"Aham, tô te esperando. Aconteceu alguma coisa?" as outras meninas costumam ser más com ela de vez em quando.

"Não, só quero conversar. Até já."

•••••

"Então...?" eu perguntei quando ela se jogou na grama, mas não disse nada.

"É estranho."

"Você é estranha."

"Eu sei. Eu sou sua amiga, como eu ia ser normal?"

"HEY!" e aí ela riu. E eu senti alguma coisa muito estranha que eu nunca senti antes.

"Chris, eu me sinto estranha quando tô com você. Eu tô preocupada." e ela realmente parecia bastante preocupada.

"Estranha? Como assim 'estranha'?"

"Eu não sei. Eu to super normal e quando eu tô com você... É estranho." ela estava quase chorando. E eu ficando realmente preocupado de ela não querer mais que nós fôssemos amigos. Ela é minha melhor amiga!

Não é que eu não tenha amigos do futebol, porque eu tenho, e eles são incríveis, mas ela é a melhor e eu não quero perder essa amizade. Nós somos amigos desde que eu voltei da Inglaterra. Ela me ajuda com a escola, joga vídeo game melhor que os meninos do time, ela é engraçada e gosta de me ver jogando futebol!

"Não chora, Livie. Você não quer mais ser minha amiga, é isso?" eu tinha que perguntar.

"Não. Sim. Eu não sei. É... Eu não sei, Chris. Desculpa."

"Eu te fiz alguma coisa?"

"Não. É só que... Eu realmente não sei como explicar, Chris. É como se eu ainda gostasse de estar com você, mas quisesse estar mais com você?" ela explicou, mas pareceu mais que ela estava me perguntando alguma coisa e eu estava ficando cada vez mais confuso.

"Você se sente estranha, mas ainda gosta de estar comigo e você quer estar mais comigo, mas você não quer mais ser minha amiga?" ela confirmou e começou a chorar. "Livie! Não chora!" eu a abracei e ela me abraçou de volta, mesmo não querendo mais ser minha amiga? "Por que a gente não passa mais tempo juntos se você gostaria disso e eu também, em vez de não sermos mais amigos?"

É engraçado lembrar daquele dia hoje, nós estávamos nos apaixonando um pelo outro e não fazíamos a menor ideia do que estava acontecendo. Embora todo mundo dissesse que nós acabaríamos juntos nós éramos duas crianças de treze anos de idade e não nos importávamos, além de só entendermos o que estávamos sentindo algum tempo depois.

Era meu aniversário de quatorze anos e minha mãe estava terminando de preparar o bolo e algumas outras coisas pra uns amigos e familiares enquanto eu estava no meu quarto esperando Livie chegar. Sempre atrasada.

What Happens in Dortmund... | football one shots [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora