Prólogo

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Era demais para uma jovem de 13 anos... Era demais para qualquer um...

Eu estava com minha mãe no supermercado do Distrito 15, meu Distrito de origem. Não dispúnhamos de muito dinheiro, mas todo início de mês meus irmãos que já trabalhavam, os mais velhos dos quatro, Vicent e Abigail, juntavam os seus ganhos com os de meus pais para comprarmos nossos mantimentos do mês.

Eram poucos, mas minha mãe nos incentivava a economizar os alimentos para que durassem o mês inteiro.
Já estávamos saindo do supermercado quando, a sirene que avisa quando ataques rebeldes acontecerão, soa.

Algo que já estava virando uma rotina para a população de Victoria, um pequeno país escondido debaixo de uma zona de ataque dos países que estão acima de nós.

Existia dois tipos de ataques: os ataques terroristas, que ninguém sabia o real motivo por eles acontecerem, alguns acham que é porque nosso país está em um ponto estratégico para atacar outros países. Nesses ataques os terroristas dispunham de armas, bombas, as vezes até penso que apoio político. Nisso, morriam milhares de pessoas, e centenas de feridos. Eles atacam sem o menor pudor.

Também haviam os ataques rebeldes, que são ataques que contam principalmente com a ajuda de trabalhadores, reclamando de suas cargas horárias gigantescas, péssimas condições de trabalho e horas de trabalhos extras que não contavam com o pagamento por elas.

Rebeldes? Sim, porque o governo miseravelmente considera pessoas que reclamam os seus direitos de baderneiros e rebeldes. Principalmente quando atacam fábricas, empresas e prédios privados.

O governo para acalmar e principalmente calar a população criou uma força de ataque para combater esses grupos, os Rangers, que são uma espécie de soldados que se voluntariaram e se inscreviam para lutar pelo povo.

Os Rangers contava com a ajuda e apoio de todos, porque qualquer um de qualquer distrito poderia participar e se voluntariar, tem seus requisitos, mas qualquer um poderia participar. Eles contam com maior aprovação populacional do que os militares, que depois das polêmicas eles se tornaram os vilões.

Mas nem os Rangers estavam conseguindo conter os rebeldes e terroristas, mas principalmente os terroristas, e o governo só se manifestava contra os terroristas quando eles destruíam bens que pertenciam a eles, bens particulares, caso contrário só os Rangers para nos defender.

Eu estava ali segurando a mão de minha mãe, desesperada, com medo, não sabia se corria ou se permanecia no mesmo lugar. Estava com medo mas ao mesmo tempo com coragem, sempre quis viver momentos de aventura. Mas será que aquele era um bom momento para sonhar acordada?

Minha mãe colocou as mãos sobre meus ombros e me olhou fixamente nos olhos.
- Emmica, não se afaste de mim. Aconteça o que acontecer, não se afaste de mim!

Não sabia o que falar, apenar concordei levemente com a cabeça e a segui por onde ela estava me guiando.

Não sabia o que acontecia, não parava de surgir gente vindo logo atrás de nós. Naquela bagunça eu e minha mãe separamos nossas mãos, tentei procurá-la, procurar sua mão novamente, mas só encontrava pessoas gritando e mãos de outras mulheres procurando seus filhos.

Quando eu percebi já estava na praça principal, que ficava logo atrás do estacionamento do supermercado. Olhava para todos os lados, gritava desesperadamente por minha mãe, e as vezes saía seu nome, o mais doce nome que já ouvi, Noemi.

Olhando para um dos lados vi os olhos mais sedentos por querer me ver, minha mãe estava do outro lado da praça, chorando e gritando meu nome. Não conseguia correr, não conseguia me mover, mas ouvia a sua voz a me gritar.

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