Pelo Ângulo de Roberta

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  -Cadê você menina? Você está atrasada há uma hora! Os traficantes já estão estranhando que eu tô em pé nesse beco esse tempo todo! Eles querem que eu saia por que aqui que é o lugar de compra de drogas!
  -Ah não, Roberta! Não enche!- Depois sussurrou -Eu tô com o Alleshandrë aqui...
  -Aff! Tá bom, valeu, viu Hellēnm!?- Enfurecida desligou o celular. Do outro lado da desligada linha, Hellēnm voltou ao seu jantar romântico com Alleshandrë, no restaurante TOP Restaurante, o restaurante mais top de todo o Acre.
  Roberta por sua vez, não estava se dando muito bem, despediu-se do tráfico e foi embora.
  -Alô? Jessica? Tá fazendo alguma coisa hoje?
  -Oi? Oi. Eu tava dormindo!
  -Ah, desculpa incomodar.
  -Tá, boa noite.
  Roberta então foi para seu apartamento, e dormiu, triste, mas dormiu.
  Pela manhã, Roberta desceu para o térreo do seu prédio, deu bom dia ao porteiro e foi para a delegacia cumprir o trabalho. Lá encontrou Hellēnm, que contou como foi a sua noite e que achava que iam repetir hoje. Roberta reagiu desanimada, se sentia sozinha. Não por causa que Hellēnm furou o encontro, mas também estava muito cansada. Naquele mesmo dia, seu namorado terminou com ela e ao ver sua melhor amiga com um, a fez ter inveja e ainda ter faltado o ritual...! Esses dias não eram os dias de Roberta.
  Foi para o trabalho depois. Um monte de pacientes chatos, um monte de dentistas chatos, a outra recepcionista, sua colega, chata também. No horário do lanche, Jessica falava de seu sonho chato de ser cantora e de como ela deveria procurar um sonho para seguir também (não o de ser vampira, esse não contava). Mas espera! Isso lhe chamou a atenção, aquele papo de encontrar um sonho não era chato, era bem interessante!
  -Já sei! Amém Jessica! Obrigada. Ó, pede pra a Silene me cobrir nessa próxima semana, vou tirar uma folga, encontrar o meu sonho, vo viajar!
  -Opa, opa! Quem foi que te autorizou a tirar férias?
  -Só é uma semaninha, só!
  Passara o fim de semana organizando sua viagem, pensou em ir para a chácara de seu avô, mas lembrou que tinha sido vendida e destruída, para ser construído um clube de campo. Então, pensou em visitar seus pais, mas eles também estariam viajando. Roberta pensou e resolveu ir para um lugar novo, fora de Ohio, mas não podia ser internacional, pois seria muito caro. Resolveu então ir para o Oregon, lá tinha as mais belas paisagens de todo o Acre.
  Logo cedo, Roberta pegou um táxi e foi para o Aeroporto Internacional Christinnah Sherla.
  O voo foi bem tranquilo, serviram um sanduíche do que aparentava ser peito de peru, pelo menos parecia ser. O Oregon não tinha cidades grandes com edifícios altos, era bem pacato, sua capital não era extravagante, era uma cidadezinha cercada por montanhas, com grandes espaços entre as construções. Logo que o avião pousou, ela desceu para pegar sua bagagem e chamou um táxi. O taxista era bem simpático, ele contou um pouco da história da fundação do Oregon, o motivo de o Acre tê-lo comprado da Rússia e as lendas famosas do interior.
  Pararam na porta do hotel fazenda e Roberta despediu do motorista. Fez o check-in e foi levada para seu quarto pelo recepcionista. Desfez as malas, já era final de tarde, pediu o jantar pelo serviço de quarto e adormeceu.

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