Dois

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Uma mensagem de Allan em meu celular diz que ele irá para um bar mais tarde com uns amigos e quer saber se eu topo ir também.

Será que devo ir? Mal o conheço! Mas, por outro lado, essa será uma grande chance de conhecê-lo.

Respondo à mensagem dele com um Sim. e vou me aprontar.

Meia hora depois, estou pronta com uma calça jeans escura, uma sapatilha preta e uma blusa solta azul marinho. Havia lavado meus cabelos negros ondulados que chegavam até no meio das costas e passado delineador para destacar meus olhos azuis.

*

Este bar é pouco conhecido. Eu nunca fui, mas sei o endereço e é perto de minha casa. Enquanto caminho até lá pergunto-me como Allan havia conseguido meu número.

Quando chego, paro na porta. Não consigo me aproximar mais. Fico olhando espantada para aquele lugar. Há muita gente bêbada aqui, não vejo nenhuma mulher. Todos os homens são grandes e fortes e não há nenhum que não tenha pelo menos oito tatuagens pelo corpo.

Me obrigo a entrar e me dirijo a uma mesa de sinuca onde Allan estava jogando. Ao longo do caminho, vários homens ficam me observando como se eu fosse um grande bife.

O lugar tem um forte cheiro de vômito, suor e cerveja. Me seguro para não vomitar e me apresso para chegar logo até Allan.

Chego nele, que está virado de costas e o cutuco no ombro. Allan vira.

— Você veio! — disse abrindo um sorriso.

— Pois é... — digo olhando em volta, com um pouco de arrependimento. — Então... É assim que você passa o tempo? Jogando sinuca em um bar fedido? — indago distraída, olhando em volta.

— Às vezes. — ele dá um sorriso de canto. — Quando dá venho para cá. —

— Humm... — não sei mais o que dizer.

Fico olhando para a mesa, sem saber o que fazer. Me sinto totalmente deslocada. Não quero mais estar aqui. Mas aí me lembro do motivo de ter vindo: conhecer Allan melhor.

— Tem algum amigo aqui? — me sinto idiota por fazer aquele tipo de pergunta, mas quero conversar de algum jeito.

— Não muitos. Mas sou bom na sinuca e as pessoas aqui fazem muitas apostas. Sempre ganho muito dinheiro. — ele diz de um jeito orgulhoso e zombeteiro.

Semicerro os olhos. Continuo fazendo perguntas para saber o máximo possível. Não consigo descobrir muita coisa, mas não estou disposta a desistir tão cedo.

*

Olho no celular e vejo que já está anoitecendo. Despeço-me de Allan e volto depressa para casa. Minha mãe me dará uma grande bronca se chegar e não me encontrar lá.

Quando chego, escancaro a porta e a vejo sentada no sofá imundo fumando um cigarro. Ela olha para mim com desprezo e tira o cigarro da boca.

Posso saber onde você estava? grita.

— Saí com um amigo. —  respondo simplesmente.

— Ah é? Você saiu sem avisar... largou tudo aqui e foi dar por aí, não é? — acusa com um tom sarcástico e uma risada seca.

Dar?!nem todo mundo é como você, idiota. — Eu estava passando a tarde com um amigo! Tenho o direito de sair e me divertir também! — retruco com indignação. Seguro-me ao máximo para não gritar mais alto que ela.

— Pois é. Mas a louça que era para você lavar continua na pia! Mas o que mais eu poderia esperar?! Você é uma inútil e desprezível! — quando termina de falar, agarra uma almofada e a joga com toda a força em minha direção.

Solto um gritinho baixo e me esquivo da almofada por pouco. Olho para minha mãe que me encara como se estivesse prestes a saltar em cima de mim. Nunca havia sentido tanta raiva. Quero xingá-la, gritar, bater com toda minha força nela e depois sair por aquela porta e nunca mais voltar. Mas, se fizer isso, não terei mais para onde ir. Então simplesmente bufo alto e saio pisando firme para meu quarto.

Chegando lá, não acredito no que vejo.

***

A parte boa tá quaaase começando, galera. calma aí.
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