Conflitos

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Faz hoje 1 dia que o Marcus desapareceu, estou muito preocupado com ele e, quando fui ter com a Cassandra para saber dele, ela disse para me meter na minha vida e foi-se embora. Ele bem tinha razão no facto desta gente não dar o braço a torcer.

Umas semanas depois, comecei a duvidar de alguns exames que me têm feito e da repetição de muitos deles, como por exemplo o excesso de exame a alguns cancros e também demasiados exames ao meu sangue.

Tenho andado muito desconfiado da I.S.I., eles têm andado estranhos, e ultimamente não me têm dado os resultados dos meus exames.

"James, faça o favor de subir até ao segundo piso e de se dirigir ao gabinete da senhora Cassandra"

Senti uns pequenos arrepios a subirem-me por completo, e comecei levemente a suar. "O que será que me vai ela dizer desta vez, para sair do projeto?" pensei eu.

Passado alguns minutos, fui lavar a cara com água fria para depois ir ter com a Cassandra.

Ao subir as escadas para o segundo piso lembrei-me de que Marcus me tinha dito que sempre que a Cassandra me pedisse alguma coisa eu tinha de aceitar mesmo que fosse contra a minha vontade, para evitar confusões.

- Olá? Cassandra? - disse eu ao chegar à sala.

E com a sua doce voz Cassandra respondeu:

- Sim, James, podes entrar, preciso de falar contigo!

Muito nervoso dou uns passos para dentro do gabinete e sento-me numa das confortáveis cadeiras da sala.

- Então, caso não saibas ultimamente temos tido alguns problemas com a Instituição, mas quero que saibas que ... - disse Cassandra sendo interrompida por uma chamada urgente no seu telemóvel.

- Estou? Senhora Cassandra?

- Sim, em que posso ajudar?

- Peço imensa desculpa, mas recebemos uma chamada de urgência da secção 1-A, pelo que me parece o Presidente Rick tem uma mensagem para si.

- Ok, então por favor reencaminhe a sua chamada para mim.

- É para já!

Alguns segundos depois, Cassandra recebeu a chamada do Presidente Rick, de quem eu nunca tinha ouvido falar.

- Estou sim, Cassandra? Tenho uns assuntos a tratar contigo e acho que não vais gostar nada.

- O que queres agora, Rick?

- Não te faças de sonsa, sabes bem o que tenho para falar contigo?

- É de novo a conversa das reservas de Potássio? Porque se é devo já te avisar que o Império não me permite que tas dê.

- Para de inventar histórias, e não, não é! Desta vez quero só te dar as minhas ultimas palavras. Nunca mais te metas com a secção 1-A, ouviste bem? Nunca mais.

Começando a lacrimejar, Rick pega numa arma e sem hesitar apontou-a à cabeça com uma enorme firmeza.

- NUNCA! - gritou ele premindo o gatilho.

- Ok, quem é ele, e porque raio se matou? O que é que se passa aqui? - perguntei eu assustado.

- Tem calma, James não é nada que te diga respeito.

- Ok, então o que me querias dizer.

- Olha, James, espero que não te importes mas neste momento tenho outros assuntos para tratar, desculpa.

Acenei que sim com a cabeça e sai do gabinete. "Mas afinal quem era aquele Rick?" perguntei-me a mim mesmo enquanto ia em direção ao meu quarto.

Sem entender bem o que me deu, comecei a perder a paciência. Quer dizer, nem ha um mês não me tinha de preocupar com estes assuntos, e agora que venho aqui para ajudar um suposto "projeto" tenho de me maçar com isto. É de loucos. Sem me controlar comecei a apertar o punho com muita força para me conter, mas instantes mais tarde já tinha dado um enorme murro na parede.

Para me ajudar a relaxar fui-me estender na cama como sempre faço para pensar um pouco. "Será que se o meu pai não tivesse morrido algo disto teria acontecido?" foi o primeiro pensamento que me invadiu a cabeça. Comecei-me a sentir mal-humorado, mas desta vez de uma forma que nunca antes me tinha sentido antes.

Comecei a ranger os meus dentes com a maior força que pude, e tal como anteriormente tinha feito, comecei a apertar o meu punho. Soltei um longo suspiro e pensei duas vezes antes de fazer algo.

   Uns dias antes do final do mês, enquanto estava a vaguear o primeiro piso das instalações, dei de cara com uma conversa entre Cassandra e um dos seguranças. Curioso, escondi-me por de trás de uma parede e tentei ouvir a conversa entre os dois. O máximo que captei, que foi muito por alto, foi Cassandra a dizer que me ia enviar de volta para casa e que ela iria fazer uma viagem. "A secção 1-A?" pensei eu imediatamente, mas de um salto, ao me aperceber de que o segurança se aproximava de mim, fui para o meu quarto.

   Logo depois de chegar ao quarto, tentei montar na minha cabeça o que se estava a passar, mas fui interrompido pelo alto alarme a anunciar: "Jamess Locker, faça o favor de se dirigir ao gabinete da senhora Cassandra". É sempre a mesma coisa quase todas as semanas. Pondo uma cara de inocente, fui para o gabinete com esperança de que ela me contasse sobre a sua tal "viagem".

   Enquanto me dirigia ao gabinete, cruzei-me com Cassandra.

   - Anda, James. Tenho de falar contigo sobre alguns assuntos. - disse ela de imediato.

   Eu, sem comentar nada segui o meu caminho com ela.

   Ao chegar à sala, Cassandra bateu a porta com muita força, provocando em mim um monte de arrepios.

   - James, provavelmente não sabes, mas eu vou ter que seguir em viagem. Também virá para cá uma rapariga da tua secção e tu vais ter que ser reencaminhado para casa. - disse ela convicta.

   - A sério? Porquê? - perguntei eu curioso

   - Olha, peço desculpa mas esse assunto já não te compete a ti.

   - Então e que é que vem? Posso ao menos saber isso?

   - Pronto, ok. O seu nome é Ellen.

   "Ellen? Da secção 3-C? Não conheço" foi a primeira coisa em que pensei. Talvez já a tenha visto, ou se calhar é de outra vila, de certo é que nunca ouvi o seu nome.

   - No dia 25 de março terás de partir. Por volta das duas da tarde irão dois funcionários do departamento de viagem para te levar a casa de comboio. - afirmou Cassandra, interrompendo os meus pensamentos.

   - Dia 25?! Mas é já amanhã! - exclamei eu.

   - Pronto, já começa. James, já te avisei, estou cheia de coisas com que me preocupar, e esse assunto não é uma delas.

   Foi a partir daquele dia que entendi uma coisa, que já me tinham dito antes. Marcus bem me avisou, esta gente não está para brincadeiras. Apesar de não o conhecer bem, sinto a sua falta.

Uoncu: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora