Estava aqui, em frente ao pequeno jardim que cultivava nos fundos de minha casa, terminando de cuidar e cultivar as plantas e flores que precisaria para o dia de amanhã... "O Grande Dia."
Esperava por esse dia uma vez a cada cinco anos.
Pode parecer pouco comparado a tantas outras coisas, mas quando se espera algo com data marcada, até minutos viram uma eternidade de espera...
Imagina um dia antes do acontecimento, depois de esperar quatro anos e trezentos e sessenta e quatro dias?Estava perdida em pensamentos quando uma muda de flor apareceu em minha frente do nada, fazendo com que me afastasse no susto. Olho para as mãos que seguravam a mudinha com a mão no coração tentando me acalmar depois de sentir as batida aceleradas.
Vou subindo lentamente meus olhos e vejo braços fortes, ombros largos envoltos por uma regata branca, e sorrio ao ver que está fisionomia pertence ao meu vizinho, que coincidentemente tem uma pequena horta paralela a minha do outro lado da pequena cerca que divide nossas casas.
- Que susto que você me deu. - me levanto limpando minhas mãos em meu avental que uso para estes fins.
- Desculpa, não foi minha intenção, mas deveria ter mostrado minha presença de outra maneira, já que você estava tão compenetrada em suas tarefas. - ele me sorri timidamente e vejo suas bochechas corarem, o que não é normal de se ver em homens como ele.
Deixe me explicar por que. Meu vizinho é como as pessoas chamam de "Fitness". Com o corpo malhado, mas não ao ponto de ser o estilo "bombado", seus cabelos negros bagunçados, devido a sua mania de puxá-los freqüentemente para trás, com olhos de uma cor negra hipnotizante, seus lábios são de um formato perfeito (nem muito grosso e nem muito fino), com duas covinhas que aparecem sempre que sorri, o que acontece freqüentemente, sem falar em sua pele morena de sol.
Bom, dado as apresentações anatômicas, voltamos para a realidade.
- não precisa se desculpar, sempre me perco em pensamentos quando venho para cá.
- Já havia percebido isso, contando as vezes que te chamei e você nem se mexeu. - ele sorride as covinhas apareceram. - Eu havia falado que quando conseguisse uma muda daquela flor que você comentou outro dia, eu iria vir te dar. Está aqui.
- Ah. Obrigada. - Peguei a mudinha de suas mãos e ele se despediu retornando para dentro de sua casa.
Me abaixei e comecei a planta a muda no local que já havia deixado preparada para ela. Sempre que comentava sobre alguma flor, ele conseguia para mim. Se não fosse pelo dia de amanhã, teria dado uma chance para o meu vizinho. Ele sempre fora gentil comigo, e eu via que está gentileza era destinada a qualquer outra pessoas, o que descartava a idéia de ser exclusividade minha.
Então sempre que ele falava que iria me trazer, eu já deixava uma parte pronta para ela.Terminei meus afazeres no jardim e fui para casa tomar um banho e tentar relaxar, o que estava se tornando uma missão quase impossível nesta data.
Coloquei um vestido florido e me encaminhei para a sala com alguns aperraríeis, um livro e coloquei na mesinha de centro e fui preparar um chá de camomila. Mesmo sabendo que não tinha efeito calmante quando se tratava de mim, eu gostava de seu aroma e gosto, principalmente por ser tirado do meu jardim.
Me sentei de uma forma aconchegante no sofá e liguei a Tv para procurar algo que me distraia.Três filmes medianos depois, eu me sentia ainda mais impaciente. Ao invés de me acalmar, esses filmes fizeram o inverso. Principalmente por um deles ser sobre feitiços feitos por bruxas iniciantes a procura de amor.
Poucos sabem que esses feitiços são, em sua maioria, ineficazes. Quando não tem seus efeitos contrários.
Pois o amor não pode ser conquistado com magia. Por se tratar de um sentimento de livre escolha. Não podemos obrigar alguém a amar outra pessoa com magia. Podemos conseguir atenção, atração, luxúria, sentimentos mais "fracos" e de fácil acesso, digamos assim.
O amor é o sentimento mais puro e verdadeiro que há, e por um dos sentimentos que estão incluídos no que se chama "livre arbítrio", não podemos estar obrigando alguém contra sua vontade.
E isso me fez desejar ainda mais o dia de amanhã.
Desisti de procurar qualquer outra coisa na Tv e a desliguei, pegando o livro e abrindo onde havia parado.Me desliguei de tal maneira ao me perder na leitura que só fui despertar com a campainha tocando. Olhei no relógio e me assustei ao confinar que já passava das sete da noite. Tenho que lembrar de conseguir a continuação desta trilogia sobre os deuses gregos. Principalmente quando a seqüência é sobre Hades e sua maldição amorosa.
Levantei rapidamente para abrir a porta antes que me arrependa do estava por vir. E qual não foi minha suspensa ao ver três "criaturinhas aterrorizantes" tentando me assustar. Mal sabem eles que seria mais fácil eu os assustar. Ri com meu pensamento e peguei a cristina que deixava preparada na mesinha ao lado da porta, despejando balas e bengalinhas de açúcar, não me esquecendo da "cara de assustada" para a alegria das crianças. Entreguei um pouco para o maiorzinho que estava acompanhando os pequenos. Segurança nunca é demais, mesmo em um bairro calmo como o que moro.
E assim que ouvi o click da porta, uma batida foi ouvida novamente... E isso se estendeu por mais meia hora.
Pensando que havia acabado as "visitas assustadoras" e também meus doces, e quando estava quase chegando ao meu local de início, meu sofá, escuto uma nova batida na porta. Ao me dirigir até lá, tentando pensar o que poderia dar para os novos visitantes no lugar dos doces, me surpreendo com meu vizinho na minha porta.
- Marcamos alguma coisa e não lembro?
- Estou me sentindo ultrajado com sua memória precária mylade. - Lucas, meu vizinho, estava vestido de forma "antiquada" para a nossa modernidade. Com roupas do século passado (ou seria retrasado?) ele estava entrando no figurino com suas palavras e modos. - sei que não faz parte de nossos costumes um "Lord", adentrar os aposentos de uma senhorita... - ele pisca de forma divertida. - Vai me deixar plantado do lado de fora?
-Nossa! Isso são modos de se dirigir a uma senhorita?
- A carruagem já virou abóbora. Acabou-se o encanto. Principalmente quando está "senhorita" está em trajes indecentes a esta hora, quando deveria estar adequadamente trajada como este senhor que vos fala.
Estava tão concentra em tentar me distrair que me esqueci que hoje era o dia do baile a fantasia anual do bairro. E como éramos um dos co-fundadores, não poderia faltar.
-Merda!
-Isso são modos senhorita? - ele me olhou de forma "ultrajada". - terei que me dispor a falar com a senhora sua mãe para que lave sua boca com sabão.
Abria porta e fiz uma falta mesura para que ele entrasse e fui correndo para meu quarto se arrumar. Não dando atenção para "fazer sala" quando a pessoa em questão já se sentia em casa.
Aproveitei que já havia tomado meu banho e não estava suada e nem nada do gênero, o que facilitaria meu lado, fui colocar o figurino e começar o castigo, no caso arrumar os cabelos e maquiagem. O que eu despencava 90% das vezes, dando graças a Deus por minha genética me presentear com uma pele lisa e cabelos de fácil manuseio, já que não precisava de nenhuma intervenção de chapinha ou secador. Não podendo esquecer meu legado, que auxilia a genética.
Este ano eu iria com um figurino que lembra a "Bonequinha de Luxo". Não dando a menor atenção para o fato de se está ou não adequado para o tema em questão.
Ao aparecer na sala, Lucas me olha com brilho não olhos.
- Se não gostasse tanto de você é de nossa amizade, não deixaria você escapar. Você está perfeita! Até parece que estou vendo a personagem em minha frente.
- Você também não eta tão mal, "Sr. Darcy". - não havia notado que ele estava com as vestimentas idênticas ao personagem de Jane Austen. - E se não o conhecesse, diria que está tentando me conquistar ao se vestir como um personagem de minha autora predileta.
- E se estiver? - ele pisca um olho e sorri, mostrando suas adoráveis covinhas.
- Vamos? - decido não dar continuidade a conversa.
- A senhorita primeiro....
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Como Fumaça.
FantasySeu maior desejo poderia ser impossível Se não soubesse de uma forma de fazê-lo se realizar... Porém... Será que estaria pronta para as consequências que isto poderia causar? Será que seu desejo valeria tal sacrifício? Sua vontade de que se realizas...