Capitulo 2

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Estava novamente em meu jardim coletando aquilo que iria precisar mais tarde. E ao olhar para a casa ao lado, consigo ver que Lucas ainda dorme.
Como sei? Ele sempre deixa sua cortina da sala aberta quando acorda, dizendo que a melhor sensação era o sol entrando pelas janelas e iluminando este cômodo em questão.
Não saberia dizer se é por superstição ou por uma mania que ele tem, mas nunca vi um dia que ele não fizesse isso como a primeira tarefa do dia ao acordar. E como estavam fechadas, ele não sereia ter acordado ainda.
Já tentei fazer isso por ele, já que ele tinha me dado uma chave reserva para quando precisasse que eu cuidasse de suas plantas internas quando não conseguisse voltar de suas viagens de trabalho, mas ele me proibiu de tocar nas cortinas.
Lotei para dento com a cesta cheia plantas e flores e ao começar a limpar o ambiente e os objetos que iria usar, me recordava a noite de ontem...
"Chegamos no local e fomos a sensação do momento, tendo muitos vizinhos nos confundindo como casal e muitas vizinhas me fuzilando com os olhos, deveriam achar que eu era a "oficial do momento" (mera ilusão).
A festa estava iluminada de tal forma que nos dava a sensação de este voltando no tempo de tão bem decorado que ficou o lugar, dando um ar de salão de bailes que eram dados nas casas das famílias em épocas antigas.
A dança coreografada que enchiam meus olhos de felicidade estava para começar e Lucas seria meu parceiro. O que estranhei, dado ao fato de que ele não sabia dançar desta forma. Mas acabou me surpreendendo mostrando ter ensaiado a finco os passos.
Alguns conseguiam se portar adequadamente ao tema, outros nem tanto. E como eu era uma leitoras voraz quando o assunto eram livros de época, consegui me sair perfeitamente quando alguma vizinha vinha com o intuito de me desestabilizar na frente de meu acompanhante, o que o deixava se segurando para não rir das tentativas fracassadas e dos olhares raivosos que me eram direcionados.
A noite transcorreu bem, com alguns momentos de irritação por causa das desenformadas que tentavam conseguir tirar alguma informação para se vangloriar em cima dos demais sobre saber da vida alheia, e que não aceitavam que a informação era que não tínhamos nenhum concílio amoroso. Até que Lucas, num ato de irritação, alegou que havia se tornado gay.
Depois disso, os olhares femininos eram de "pena"; o que me fazia gargalhar, e Lucas sempre me acompanhava. Ele era um excelente amigo. Mulherengo até demais, o que impossibilita qualquer ato de "romantismo" entre nos, além do fato de não ser algo que eu queira. Mas depois de tantas tentativas, ele entendeu e aceitou nossa amizades, sem partes coloridas.
Ao final da noites estávamos alegres até demais, o que nos deixou leves e sorridentes. O que facilitou a tentativa dele de me beijar.
Não posso dizer que foi ruim, pois eu me assustei naquele momento e não consegui me mover por alguns segundos, mas ele não tentou aprofundar, o que acabou se tornando um delongo mais demorado.
Ele disse que não estava avançando nenhum sinal, que foi coisa de momento por estarmos nos divertindo. Eu acreditei, pois ele me passava verdade e confiança, como sempre foram as coisas entre nós.
Nos despedimos no portãozinho lateral que conectava nossas casa e cada um foi para seu cantinho.
Eu mal consegui retirar a maquiagem, o que me fazia ter mais aversão a essas coisas que cada dia que passa faz com que mais mulheres e ainda mais jovens encham seus rostos de quilos e quilos, coloquei meu pijama e dormi profundamente."

Consegui me distrair ontem. O que eu agradeço a insistência do Lucas. Não teria conseguido este feitio sozinha, não com o nervosismo cada vez maior que estava ontem.
Terminando de deixar os objetos a não, recebi uma mensagem de Lucas dizendo que estaria ali, caso precisasse dele. Depois que comentei com ele sobre o dia de hoje, e de ele ter me visto no dia seguinte ao "Grande Dia" ele sempre me mandava está mensagem, como havia prometido da ultima vez. Agradeci e fui me preparar, já que o horário estava próximo.

Depois de ter colocado o vestido de um roxo quase negro, meu amuleto e as pedras, fui até a bancada e comecei o ritual.
Colocando as plantas na ordem descritas no livro e entoando as palavras que já conhecia de cor, fechei meus olhos seguindo o ritual, senti o ar ao meu redor mudar, eriçando meus pelos da nuca. Meus olhos ficaram esbranquiçados e a cor roxa começou a me rodear junto com a fumaça densa que se focava em minha frente.
As velas que havia acendido começaram a se apagar gradativamente e minha vi começou a se elevar.
E ao despejar a ultima flor que constava no livro, o local ficou escuro e minha respiração estava entrecortada. As forças se esvaiam de meus poros, fazendo com que me colocasse de joelhos antes que desmaiasse. Minhas forças estava cada vez mais fortes, mas isso não garantia que não estaria no estado em que me encontro a todo ritual que preparasse, pelo menos quando o ritual fosse esse.
Os pelos que antes haviam voltados ao normal, voltaram a arrepiar e senti que estava sendo observada. Mas desta vez, senti algo mais, havia algo diferente. Uma mão rodeou minha Cintia fazendo com que me encostasse no corpo de alguém. Fechei meus olhos e respirei fundo sentindo a fragrância amadurada mais forte que a que estava no ambiente. Meus cabelos foram afastados e senti uma respiração quente em minha pele.
- Estava aguardando este momento. - uma voz grossa e marcante foi soprada baixinho em meu ouvido seguido de uma mordida em minha orelha me arrepiando de uma forma gostosa.
- E ele chegou meu amado. - minha voz saiu fraca, mas não pelo meu estado físico, mas por meu estado emocional.
A cada ritual, sentia que meus sentimentos ficavam mais fortes, mais sólidos.
- Vamos aproveitar nosso momento meu amor. Não podemos nos ater a fatos, venha comigo. -Senti que era puxada pela mão em direção ao quarto na penumbra da noite. - confie em mim.
- Sempre!

A noite foi passada repleta de juras de amor, carinho, desejo e luxúria. Aproveitamos cada segundo que ainda tínhamos juntos. Pois demoraria mais mil, oitocentos e vinte e seis dias para nossa próxima entrega.

Como Fumaça.Onde histórias criam vida. Descubra agora