Dois

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Depois de irmos ao parque de diversões, ao cinema, e à lanchonete comer pizza, fomos à uma loja de brinquedos.

Meu menino ficou louco com tantas as opções que tinha; desde pequenos dinossauro de plástico à tamanhos "gigantes".

Andamos por toda a loja, até que ele escolheu um brinquedo. Não foi nada caro como eu imaginei que seria. Eu tinha até juntado um dinheiro para comprar o brinquedo que ele quisesse mas, ao envés de escolher uma coisa cara, ele escolheu um simples carrinho de controle remoto.

Quando eu era criança ter um desse era um luxo, mas hoje, as crianças usam carrinhos de controle remoto grandes o suficiente para elas entrarem. Fiquei abismada quando vi um desses, e com um peso na consciência também. Meu filho não tinha nem um pequeno.

Depois de irmos ao caixa para pagar o brinquedo, saímos da loja e ficamos andando um pouco no shopping, até que meu anjinho me perguntou:

— Aonde vamos agora mamãe?

— Que tal irmos naquela livraria ali? — ele assentiu e fomos.

Fiquei pensando se o que darei a ele é besteira, ou se ele não vai gostar. Mas eu dizia que daria isso ao meu filho quando ele tivesse cinco anos. Tudo bem, eu tinha o quê? Onze, doze anos naquela época? Mas nem por isso eu deixarei de comprá-lo um dos meus livros favoritos.

Logo que entramos na livraria consigo avistar o que procuro, com uma prateleira toda especial para os livros da série. Harry Potter realmente não deixa de ser um dos favoritos.

Caminhamos em direção ao fundo da livraria. É um lugar considerado pequeno, se não souber que tem um segundo andar. Se você ficar na porta, consegue enxergar o fundo perfeitamente.

Pego o primeiro livro da série e mostro-o para meu filho.

Harry Potter e a pedra filosofal. Esse é o primeiro livro de uma série que tem no total oito livros. Se lembra de quando eu falei deles? — pergunto, olhando-o para ver o que ele está achando.

— Lembro, mamãe. A senhora disse que era um dos seus favoritos. — Ele está sorrindo, então acho que vai gostar do presente.

— Ontem eu te disse que te daria um presente muito especial, não disse? — ele assentiu. — Então... eu não sei se você vai gostar ou se interessar pela história, mas...

— É claro que eu vou gostar, mamãe! — disse ele, pulando no meu colo. — A senhora tem um ótimo gosto, tenho certeza que não escolheria qualquer livro para ser seu favorito.

Ele sempre foi tão inteligente... o menino mais inteligente de todos.

Ajeito-o para segura-lo melhor em meus braços.

— Primeiro vou lê-lo para você, depois, se você gostar, eu posso ensiná-lo a ler com ele. O que você acha da ideia? — pergunto, sorrindo.

Ele me responde com um abraço apertado, que faz eu me sentir culpada. Não passo muito tempo com meu filho, estou sempre trabalhando ou estudando, mas tudo o que eu faço é para dar um futuro melhor para ele. Uma casa, uma boa escola... Mas às vezes me pergunto se estou realmente sendo uma boa mãe.

Vamos direção ao caixa, mas acabo vendo um livro que acho que ele iria gostar muito. O pequeno príncipe.

— E se levarmos mais um? — pergunto pegando o livro — Ou mais um? — pergunto pegando mais um livro, Os Contos de Beedle, o Bardo.

Só mais uma chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora