Prisioneira do Amor [PAUSADA]

Momento ruim

EYLAM

Quando abro meus olhos me vejo em um quarto que não é o meu. Olho tudo ao redor e vejo um homem dormindo na poltrona. Me assusto e levanto rapidamente. O que aconteceu?
Tudo em minha cabeça vai se clareando aos poucos, esse é meu novo quarto, minha nova casa, e este é meu "marido".
Tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo para raciocinar. Um dia eu estava feliz em minha casa, com meus pais. No outro, estou casada e morando com um estranho. A vida é mesmo surpreendente.
Devo ter feito muito barulho ao levantar, pois o homem se levanta também, com cara de quem viu algum fantasma.

- Já acordou minha esposa? - Diz ele bocejando.

- Se estou levantada é porque acordei! Ou você é cego? E não me chame assim!

- Estamos casados, terá que se acostumar mulher. - Ele estava indo na direção da porta, mas para e olha pra mim sério - Manere esse tom, exijo mais respeito comigo, mesmo casado com você, continuo sendo seu líder. Não se esqueça com quem está falando, Senhora Agha. - Diz enfatizando o meu mais novo título em tom de deboche, como se eu não o merecesse.

É, acho que nunca irei me dar bem com esse homem.
Decido me arrumar para sair um pouco do quarto, não ficarei aqui o dia todo. Não sei para onde ir, estou totalmente perdida, ninguém me falou o que eu deva fazer; talvez eu deva ajudar nas tarefas da casa.
Assim que saio do meu mais novo quarto acabo trombando com uma criada.
Ela olha para mim espantada e com muito temor, como se soubesse que iria levar alguma repreensão.

- D-desculpa s-senhora Agha. Não t-tive a in...

- Não se preocupe, não foi nada. -Interrompo ela- Como se chama?

- Sherazaade, senhora. - Com a cabeça baixa, olhando para os próprios pés, fala timidamente.

- Não precisa ter medo de mim Sherazaade. - Olho para a jovem docemente, demonstrando que não quero ser sua inimiga, e sim uma amiga.

- Não tenho, senhora. Só fiquei um pouco assustada.

- Me chame de Eylam, nada de senhora. - Dou um sorriso e a mesma retribui. - Podemos ser grandes amigas?

- Perdão senh... Eylam. Nós criados temos ordens de não termos nenhum tipo de contato com os patrões, a não ser quando nos chamam.

- Entendo... Mesmo com essa ordem estúpida, digo que você poderá se aproximar de mim sempre que quiser. Não a vejo como criada, e sim como uma amiga.

- Sim, senhora Agha. Agora preciso voltar aos meus afazeres, com licença.

* * * *

Ouço batidas na porta. Bem agora que estou na minha parte preferida do livro! Que vontade de matar a pessoa..
Batem novamente, desta vez as batidas são mais agressivas. Deve ser algum assunto urgente.

- Já vai.- Grito.

Assim que abro entra um Keren totalmente transtornado. Parece que algo está entalado em sua garganta, mas não consegue falar.
Ele caminha até mim e pega em minhas mãos.

- Está me assustando. O que houve? - Decido perguntar enfim.

Depois de um longo suspiro, ele toma coragem e fala.

- Sua mãe... Está internada porque tem um câncer cerebral.

Meu mundo desmorona, e tudo fica escuro...