Por um momento, eu me sentir completamente confusa. Mas, meu corpo começou a ficar trêmulo, inundando-se com as sensações dos seus lábios nos meus. Era como se nada houvesse mudado.
Depois de sete anos, meu corpo se acendeu em busca dos lábios de alguém, implorando para ser tocando. Quando a língua de Asher tocou a minha, meu corpo inteiro se acendeu e um gemido contido escapou pela minha boca.
Meu corpo se arqueou, sentindo cada pedaço do dele, meus lábios se abriram, prontos para beijá-lo permitindo-lhe que explorasse cada canto da minha boca com a sua língua, e, quando a sua tocava a minha boca e um choque dolorido correu pelo meu corpo quando a sua língua tocava a minha.
Eu estava mole, meu corpo completamente louco de desejo por ele. Cada maldito pedaço dele.
Eu não tinha forças o suficiente para afastá-lo, mas eu sei que preciso. Não posso ter uma recaída, permitindo que ele chegue até mim novamente.
Quando ele tirou a sua boca da minha para beijar meu pescoço, eu afastei, sacudindo a cabeça. Asher não era um homem que eu deveria voltar a ter alguma coisa, ele não confiável — ele traía a minha irmã, pelo amor de Deus!
— Isso não pode acontecer novamente — falei, uma voz fraca e decidida. — Não há mais nada em mim para você, Asher, essa história terminou.
Sem mais, me virei e fui embora, não querendo dar a ele um segundo olhar. Eu não voltaria a ser aquela estúpida garota novamente, mesmo que eu passe o resto da minha vida lutando contra isso. Havia algo em mim que Asher e nenhum outro homem vai destruir a minha força para recomeçar. Eu sempre estarei em primeiro lugar — pode me chamar de egoísta se quiser.
Indo até Mike, comecei a pensar o que diabos estava de errado comigo, Mike é um homem bom estava pronto para começar um relacionamento. Mas, conseguia ver no como amigo — um bom amigo.
— Tudo bem? — Ele perguntou, olhando para o meu rosto.
— Estou — menti, dando-lhe um sorriso doce. — ainda não tive tempo para lhe agradecer por ter organizado a sua noite para vir aqui comigo.
— De nada — ele sorriu. — Que pessoa negaria vim em uma festa com comida e bebida de graça?
— Eu não — dei um sorriso fraco.
Minha cabeça ainda estava me nublada com os sentimentos que Asher despertou em mim. Droga, esse homem não sai da minha mente — e nem do meu corpo, para ser sincera.
— Aquele cara está encarado você de novo — sussurrou ele, tocando o meu rosto.
Meu corpo afundou, sabendo que era Asher.
— Não importa — encolhi os ombros, tentando diminuir a intensidade do que o olhar de Asher poderia fazer comigo.
— Ora, ora, veja a nossa pequena princesa chamando a atenção dos homens no ambiente — o veneno na voz da minha irmã destilava por todos os lugares. — Principalmente do meu marido. Como sempre.
Meu coração afundou, olhando para saber se as outras pessoas estavam ouvindo. Eu tinha vergonha dessa parte do meu passado, mas era algo que eu tomava como um enorme aprendizado.
— Eu não quero que você faça um escândalo na festa da mamãe, Cynthia, então, por favor, deixe isso para quando terminar — murmurei, sem olhar para ela. — Você ainda não aprendeu que as sujeiras na família somem quando estamos em público. Você não aprendeu nada?
Sei que é golpe baixo atacar um período da sua vida em que ela não precisava se importar ou se preocupar com as aparências. Era um período que ela não tinha tanto dinheiro, mas ela podia se dar ao luxo de fazer duas viagens ao ano e compras mensais para itens básicos. Ela odiava essa época.
— Não me venha com regras elitistas — grunhiu, com os olhos furiosos. — Você não lembrou de nenhuma quando fodeu com o meu marido.
Encolhe-me internamente, imaginando o que deveria estar passando na cabeça de Mike ao ouvir essa pequena declaração. Droga, eu sabia que ele me julgaria — como a maioria dos homens fazem quando descobrem que uma mulher foi amante de alguém — tomando-me como uma mulher fácil e que pode ser facilmente enganada e manipulada.
— Cynthia — a voz dura de Asher soa atrás de mim.
Respirei fundo, olhando para ele e me sentindo pior do que estava. Caralho, Asher estava começando a me irritar e me deixar ainda mais envergonhada de quem eu era, quase odiando a minha inocência.
— Asher — Cynthia diz, com uma voz doce. — Vejo que se juntou a nossa pequena reunião de família. Ops, esqueci que você não é mais nada nessa família.
— Desculpe-me, Selena, não sei o que está errado com ela — murmurou, olhando com ternura para mim. — Cynthia, vamos, você está começando a envergonhar a si mesma.
Olhei para ele, respirando com dificuldade. Asher sempre tentou apaziguar a minha relação tempestuosa com a minha meia-irmã. Pena que Cynthia sempre achou que o mundo lhe devia alguma coisa e que deveriam pagar apenas por sua existência — quão errada ela está.
Ela deveria agradecer, sempre vivendo como um espirito livre. Eu nunca fui livre, realmente, já que os outros limitam quem eu sou.
Essa é minha chance de ser eu.
Suspirei, virando o meu olhar para Mike, me perguntando o que dizer a ele. Foi um erro? Eu me arrependo? Ainda sinto alguma coisa por ele?
Sim. Sim. Sim.
Não posso negar que ainda me sinto atraída por Asher, ele ainda estar sobre a minha pele, a memória muscular ainda anseia por ele, pelo seu toque, pelo o seu cheiro. Sinto falta da sensação da sua pele na minha, do seu gosto.
— Agora, eu entendo por que você se senti tão reticente comigo — Mike disse com a voz suave. — Não se preocupe, quando você estiver pronta, podemos falar sobre isso.
Por que eu não me apaixono por ele? Tipo: agora.
SEGUNDA-FEIRA. SEIS HORAS DA MANHÃ.
Gemi, não querendo me levantar da cama, ainda com uma pequena ressaca da noite mal dormida. Eu não estou acostumada a ficar acordada até tão tarde, por isso, tenho a intensa sensação que a falta de sono irá cobrar o seu preço durante alguns dias.
Eu sabia que tinha que levantar e começar o dia, havia prometido a minha mãe que tomaria café com ela antes de ir para a empresa e me afundar em trabalho. Respiro fundo, buscando forças para realizar tudo isso — na verdade, coragem, para poder atravessar esse almoço com a minha mãe.
Depois de tomar banho e me arrumar, caminho em direção ao elevador. Durante o caminho até a casa da minha mãe — meu antigo lar — peguei o meu celular e tirei uma foto, a postando nas minhas redes sociais. E isso me deu uma ideia do que fazer hoje.
Mesmo sendo uma empresa petrolífera, a Fortuns precisa buscar formas de uma integração social com seus clientes, funcionários e a comunidade em geral. Além disso, precisamos recrutar funcionários de alto padrão.
. E, a melhor forma possível de iniciar isso, é entrando com tudo na sociedade virtual, onde as notícias correm com a velocidade da luz. Nela, o usuário compartilha e demonstra a sua opinião ainda mais rapidamente, seja ela positiva ou negativa, causando um impacto maior naqueles que a leem.
Suspiro, sabendo que hoje será um grande dia.
O motorista estava me esperando, abrindo a porta assim que me viu passar pela porta do edifício. Prezo por funcionários tão atentos.
— Bom dia, Srta. Diaz — cumprimentou, sorrindo.
— Bom dia, James — devolvi o seu sorriso, entrando no carro.
Jogo minha bolsa no banco ao meu lado, rindo da imagem na tela: era a nova coleção de bolsas da Louis Vitton, eu quero.
— Desculpe, senhorita — disse James, chamando a minha atenção.
— Sim? — Perguntei, olhando-o atentamente.
Ele suspirou, ainda olhando para frente.
— Sei que fui designado apenas para atender as suas necessidades, seguindo a sua agenda, mas, antes de ser seu motorista, eu levava e buscava a srta. Houston na escola. Gostaria que a senhora pudesse me permitir fazer isso hoje, como a sr. Silveston me pediu.
Srta. Houston? Quem diabos é Srta. Houston? Asher tem uma irmã?
— É... uh... Ok, vou tomar café da manhã com a minha mãe e não sei quanto tempo isso vai levar — espero que dure, apenas, uma hora.
— Obrigado, senhorita — ele sorriu pelo retrovisor.
Depois de muito lutar, eu havia concordado em visitar minha mãe na minha antiga casa. Respirei fundo, me preparando para a enxurrada de emoções e de lembranças que vão me bater como um caminhão. Quando chegar na casa que foi meu lar por vinte e um anos.
Agora, era apenas uma casa.
Essa é a verdadeira prova que vou enfrentar em Nova York, é ali que vou descobri se vou desmoronar ou ser forte o suficiente para não quebrar em lágrimas. Sinto falta do calor do meu pai e do seu carinho, da minha mãe Rosana tocando no grande piano na sala, aconselhando-me cuidadosamente em meio as minhas dúvidas infantis.
— Chegamos — a voz de James interrompeu os meus devaneios.
Sorri tristemente, olhando para a fachada da porta, pensando em quantas vezes eu me vi sentada olhando para imponência da mansão da família Diaz. Sua cor creme nunca perdeu esse ar elegante e, aparentemente, sofreu com as ações do tempo.
Esperei que ele abra a porta para mim. E, para a minha surpresa, minha mãe estava esperando por mim na entrada. Hora da verdade.
— É tão bom ter você aqui — disse, abraçando-me quando me aproximei.
Quando nos afastamos, dei-lhe um sorriso sem graça e caminhamos em direção as portas de entrada.
Meu coração disparou ao olhar fixamente para porta, parecia que eu iria ser transportada para outro mundo. Um mundo onde eu vivia em uma redoma invisível, aprendendo a ser inalcançável e perfeita.
Mas, o destino resolveu mudar isso.
— Então, finalmente poderemos conversar — murmura, olhando bondosamente para mim. — Senti sua falta.
Engoli a replica que estava presa em minha garganta. Essa mulher foi uma mãe para mim desde os meus seis anos de idade, me ensinou o que meu pai queria que eu soubesse.
— Oi mamãe — falei, olhando para baixo. — Não posso demorar, tenho que reuniões importantes hoje — murmurei, buscando uma desculpa para sair dali.
— Oh meu Deus — ela sussurrou, apanhando o meu braço com o seu. — Você já está viciada em trabalho. Cuidado, trabalho demais faz mal a saúde.
Acenei, sabendo em primeira mão o que acontece quando uma pessoa trabalha demais. Meu pai, um verdadeiro workholic assumido, morreu de um ataque de coração durante uma reunião. Foi um enorme baque para uma pré-adolescente de doze anos de idade — solitária e com amigos que só apareciam em sua casa para chamar atenção da mídia.
Caminhamos em direção a porta, o meu coração se acelerou e as minhas mãos começaram a suar. Nesse momento, percebi que não estava pronta para enfrentar. Contudo, eu não podia falhar agora.
— Vovó — uma voz doce gritou.
Olhei para entrada da casa novamente, encontrando uma linda menininha de longos cabelos castanhos, olhos dourados e um doce sorriso no rosto. Mirei concentrada para ela, percebendo que aquela linda garotinha só poderia ser filha de Cynthia e Asher. A visão daquela garota foi quase como um soco no meu estômago.
Meu coração afundou com essa revelação, deixando-me completamente desestabilizada. Mesmo tentando negar, eu esperava que Asher tivesse terminado o seu casamento, mesmo que tudo tivesse indicado que ele era exatamente o contrário.
Como eu posso me deixar ser afetada por ele novamente? Não faz nem uma semana que eu voltei e ele já está confundindo a minha cabeça novamente, levando-me a ser afetada por suas ações.
— Mel, querida — minha mãe disse com a voz doce — diga olá para a sua tia Selena.
A pequena criança olhou para mim com extrema curiosidade, seu rosto franzido enquanto analisava o meu rosto. Tenho que sorrir ou fazer careta?
Sorri, pensando que é uma melhor opção.
Olá, pequena — falei suavemente.
Seus olhos voltaram para a minha mãe, ignorando-me completamente. Eu não sabia o que fazer, então fiquei parada ali observando os dois.
— Quero ir para a escola, vovó — disse, olhando-me de canto de olhos. Será que há algo errado com o meu rosto para que ela me olhasse assim?
— Desculpe-me, Selena — deu um sorriso sem graça e olhou severamente para a garota. — Seja educada com a sua tia, Melissa, então diga olá.
— Não, tudo bem — falei, tentando não fazê-la ficar em apuros.
— Vá para o carro, James irá leva-la hoje — ela disse, enquanto a levava em direção ao carro.
— O papai não vem me buscar? — Sua voz era triste.
— Sinto muito, querida, mas o papai está ocupado hoje.
Eu entendi o que isso significava. Asher estava proibido de aparecer aqui hoje por que eu estava aqui. Uma boa ideia da minha mãe, querendo me fazer sentir confortável novamente em sua casa e em sua presença. Essa era uma atitude que me deixa confusa e triste, pensar que a presença de alguém poderia derrubar o que eu sentia em minha própria casa.
A pequena Mel percorreu o resto do caminho correndo, sorrindo para James enquanto a minha mãe se aproximava de mim.
— Vamos entrar?
Hesitei, pensando no que ia acontecer quando entrasse ali. Mas, respirei fundo e engoli o pavor — era hora de mostrar ao passado que eu estava pronta para seguir em frente com tudo o que aconteceu.
Entrei e me vi absorvendo os detalhes. Algumas coisas mudaram, mas ainda combinando com o lugar. Havia ali um enorme quadro com a foto dos meus pais biológicos e outra do meu pai com a minha madrasta. Até hoje, eu não conseguia entender como ela aguentava observar a foto da mulher que meu pai jurou amar pelo resto da sua vida. Mas, tudo na vida é aprendizado.
— Venha, pedi para que preparassem o seu café da manhã favorito — ela sorriu, sua atitude mostrando que ela estava louca para me agradar.
— Obrigada.
Durante sete anos morando no Brasil, meus gostos haviam mudado e meu café da manhã agora é regado com frutas frescas e sucos. Sem pão ou bolos.
Suspirei, tentando controlar a minha vontade de sair dali e começar a trabalhar para esquecer o meu encontro com a filha de Asher.
Puta merda, vê-la machucou o meu coração com tanta força quanto uma bola de demolição. Aquela garotinha era a prova viva do que aconteceu depois que fui embora.
— Eles ainda tentaram fazer o casamento dar certo, mesmo quando tudo indicava que iria desmoronar a qualquer momento — a voz da minha mãe me tirou dos meus pensamentos.
Olhei para ela, completamente melancólica.
~— Asher e Cynthia — explicou ela diante do meu olhar. — Asher tentou com mais força para que desse certo, principalmente depois que Melissa nasceu — ela suspirou, olhando-me triste. — E eu vi aquele homem se enterrar tanto em miséria. Eu me sinto culpada pelo sofrimento dele. E o seu — sussurrou a última parte, olhando-me diretamente em meus olhos.
Engoli em seco, desviando o olhar. Não era algo que eu esperava ouvir, pelo menos, não agora. Houve um tempo que o que eu mais queria ouvir era o que ela havia acabado de dizer, mas esse tempo passou.
— Eu não quero falar sobre isso — tentei afastar o tremor que tomava conta do meu corpo e da minha voz — Tudo isso já passou, vamos seguir em frente, como eu venho fazendo a sete anos.
— Você não seguiu em frente, meu amor — disse ela, suspirando. — Essa é uma parte da sua vida que precisa ser finalizada. Mesmo que você acredite que conseguiu passar por isso, haverá sempre uma dúvida pairando em sua mente. Esse é um ótimo momento para descobrir tudo.
— O que você quer dizer? — Indaguei confusa.
— Volte para essa casa, perdoe a sua família e dê uma chance real a Asher — ela sorriu. — Quando isso acontecer, você não irá precisar fingir que está tudo bem.
Meu corpo começou a ser tomado por uma ira desconhecida. Eu não preciso de conselhos sobre o que me faz bem e o que eu preciso. Droga, eu estou me adaptando e conseguindo passar por tudo desde que cheguei aqui, mesmo sendo altamente afetada por tudo.
Suspirei, tentando diminuir todo o calor raivoso que me tomou. Eu não iria perder meu tempo discutindo algo com ela que apenas eu estou sentindo e que apenas eu sei o que pode fazer melhorar.
— Acho melhor ir embora — suspirei, decidida a não ouvir mais nada sobre isso.
— Não — ela segurou o meu braço, colocando na minha frente um prato com um pedaço de bolo. — Vamos conversa sobre outras coisas.
Respirei fundo e assenti, perguntando-lhe sobre as novidades — era um bom tema para começar uma conversa agradável, além de manter a minha mãe falando sem precisar muito da minha contribuição.
****
Preciso de amigos. Urgentemente.
Ficar em casa sozinha abre muito espaço na minha cabeça para pensar sobre o beijo de Asher. Respirei fundo, buscando alternativas para isso.
Ler? Eu teria que ir a uma livraria nesse final de semana para adquirir livros novos.
Trabalhar? Não, eu já estaria me tornando uma verdadeira viciada em trabalho.
Decidi ligar para Mike para indagar se ele queria ir ao cinema, jantar ou simplesmente andar por aí. Estou completamente entediada.
Pego o meu telefone e digito o número do seu celular, esperando que ele possa ao menos conversar. É entediante morar sozinha.
Acho que vou arrumar uma companheira de quarto, vou colocar o anúncio no jornal amanhã.
— Alô — a voz de Mike me tirou das minhas abstrações.
— Ei, Mike — falei alegremente. — Vamos sair?
Ouvi o seu suspiro cansado do outro lado da linha e pude adivinhar que esse não era um bom momento.
— Meu filho está doente — murmurou ele. — O médico diz que é gripe, mas eu acho que é outra coisa. Preocupações de pai.
— Se quiser posso ajudar — me ofereci, completamente pronta para qualquer coisa.
Tédio é tédio.
— Sério? — Sua voz soava completamente surpresa. — É que...
— Tudo bem se eu não puder ir.
— Não é isso, mas você pode ficar doente também.
— Ah, é — murmurei, imaginando que não era um bom momento para ficar doente. — Quem sabe na próxima.
— Desculpe-me, mas tenho que ir.
Me despedi dele e desliguei, pensando no que iria fazer, mas fui interrompida pelo som da campainha. Estranhei, geralmente o porteiro avisa quando alguém estranho estava chegando, mas deve ser alguém da família.
Suspirei, esse dia não acaba.
Sem preocupar em olhar no olho mágico e abri a porta, dando de cara a última pessoa que eu esperava ver: Asher.
Esse dia promete.
— Olá — ele me deu um grande sorriso. — Podemos conversar?
Hesitei, mordendo os lábios. Isso não era uma boa ideia.
Fiquei olhando para ele por uns bons cinco minutos, pensando sobre o que fazer. Mandá-lo embora? Deixá-lo entrar? Conversar na porta? Apenas fechar a porta?
Minha cabeça começa a rodar com tantas perguntas.
— Por favor — adicionou, seu sorriso quebrando um pouco.
Droga, droga, droga. Má ideia.
Agarrei o batente da porta com força, decidindo se é uma boa ideia deixa-lo entrar. Droga, olhar para ele está fazendo a minha decisão tender para deixa-lo entra.
— Entra — minha voz era derrotada.
Asher entrou com a cabeça erguida e uma postura confiante. Era quase como se ele fosse dono do lugar.
— Você ainda não decorou esse lugar — disse, absorvendo todo o ambiente.
— Quem disse que não? — Minha voz era petulante.
— Eu conheço os seus gostos, Selena — seu olhar intenso cravou no meu. — Essa decoração é muito impessoal, muito... minimalista.
Odeia ter que admitir, mas esse lugar não era nada como eu imaginaria a minha casa. Haveria cor, muitos moveis e objetos. Bagunça e vida.
Mas, eu não ia dá o braço a torcer.
— Talvez eu tenha começado a gostar desse tipo de casa — arqueei a sobrancelha. — Por que são sete anos...
Deixei a frase morrer e vi Asher minimamente se encolher. Comecei a me perguntar se era uma boa ideia deixa-lo entrar aqui, era muito... pessoal.
— Então... — falei, tentando fazê-lo falar.
Quanto mais cedo isso começar, mais cedo vai terminar.
— Acho melhor nos sentarmos — falou, dando-me um sorriso torto.
Droga, isso vai demorar. Suspirei e me sentei na poltrona bege, longe dele. Havia uma distância que eu não poderia transpor.
— Primeiro, eu quero te pedir desculpas — minhas sobrancelhas se levantaram em surpresa e ele continuou: — Existe tanta coisa que eu gostaria de te falar agora, tentando justificar as minhas atitudes, mas real era que eu era completamente apaixonado por você. Na verdade, eu ainda sou.
Meu coração deu uma guinada, aumentando o ritmo da minha pulsação. Minha respiração se tornou superficial e meu corpo começou a tremer e a soar. Eu não estava esperando que Asher fosse usar a hipótese de que está apaixonado por mim como uma arma para me ter de volta.
Isso não deveria me surpreender, Asher é um advogado habilidoso. Contudo, eu não conseguia parar o meu corpo de se aquecer com suas palavras, a quase criar... esperanças sobre tudo o que vivemos. Até que eu me lembro de tudo e minhas emoções são esmagadas novamente.
— Asher, eu... eu não confio em você — confessei, sendo o mais sincera possível. — Além disso, não podemos resolver ou ter qualquer tipo de relação quando eu não confio em você. Você mentiu, me manipulou e me usou por tempo demais para reconstruí tudo.
— E se eu dissesse que mudei? — Ele me olhou, seus olhos arregalados e sinceros.
— Um tigre não pode mudar as usas listras — esse ditado popular não poderia ser mais especifico.
— Mas, ele pode mudar em torno delas — respondeu, suspirando. — Podemos ser amigos, Selena, começar de novo e ver onde as coisas vão daí.
Hesitei, sabendo que é uma boa forma de fazer as pazes com o meu passado. Mas, droga, o meu corpo inteiro grita que isso não vai ser bom para mim. Nenhum pouco.
— Olha... que tal amigos distantes? — Tipo: eu aqui e você lá. Lá longe.
— Ahn, ok — ele sorriu, olhando ao redor. — Eu senti sua falta.
Meu corpo ficou pensou em minha mente se encheu de respostas ferinas e maliciosas, pronta para feri-lo. Ele teve uma filha, o que é resposta suficiente para o quanto ele estava sentido a minha falta.
Suspirei.
— Olha, Asher, eu não quero saber e nem vou perguntar sobre os sete anos que passamos separados. Sua vida e a minha são nossas para o que bem entender.
Ele abaixou o olhar e seus ombros caíram diante do meu. Meu coração afundou com isso, implorando para deixar as coisas bem com ele, consolá-lo e fazer se sentir melhor.
Droga de coração idiota.
— Ah, eu já vou indo — disse sem jeito, caminhando para a porta. — Foi bom ver você.
E abriu a porta e saiu, antes mesmo que eu chegasse até ele. Suspirei, só faltava Cynthia aparecer aqui remexendo com tudo.
Melhor nem pensar nisso, meu corpo não aguenta mais remexer o passado por hoje.
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HOMEWRECKER: Segunda Chance
RomanceCom vinte e um anos, Selena Diaz foi flagrada na cama com Asher Houston, o marido da sua irmã. Uma destruidora de lares. Um demônio. Uma vergonha. Após sete anos exilada, ela retorna para Nova York para assumir o negócio da família...