ASHER
Depois de uma noite de sono de merda, começo a pensar no que deveria fazer para tirar Melissa das garras da minha ex-mulher, Cynthia.
Meu telefone está tocando. Era a música do filme da Moana, ou seja, minha filha estava ligando.
— Alô? — Respondi, esfregando o olho devagar.
Depois de carregar um casamento fodido durante três anos, decidi que estava na hora de terminar, mesmo que a minha linda filha estivesse no meio de uma batalha litigiosa. E, no final, Cynthia acabou com a custódia.
Que clichê fodido eu fui me meter? De novo.
— Pai? — Minha menina perguntou. Não sei por que ela pergunta, já que geralmente sou eu que sempre atendo a sua chamada.
— Sim, querida? — Pergunto, minha voz doce e sonolenta.
— Minha mãe chegou e disse que eu deveria ter ido passar a noite com você — sua voz doce sussurrou, fazendo-me ficar alerta com o seu tom.
— Está tudo bem, amorzinho? — Indaguei, começando a imaginar tudo o que a sua mãe poderia ter dito a ela.
— Sim, mas eu queria poder ter ido à festa do pijama da Suzanne — choramingou.
Melissa era a única coisa boa que meu casamento me trouxe, apesar de tudo. Aquela linda garotinha balançou o meu mundo no primeiro grito, fazendo-me sentir o meu coração inchar e se preencher de amor.
— Eu sei, meu amor, mas se a sua mãe não deixou, eu não poderia fazer nada. Você pode ir na próxima, tudo bem?
Ela fez um pequeno som de “aham” e depois gritou, dizendo que não poderia se atrasar para a escolinha. Nos despedimos e eu fui me arrumar para ir ao trabalho.
Suspirei aliviado, Melissa estava bem.
Sem proferir uma palavra, caminho em direção ao meu escritório, rezando para que não haja nenhum cliente precisando de atenção hoje. Minha cabeça doía e meu humor estava uma merda.
Chegando ao escritório, a costa de uma linda morena chama a minha atenção, fazendo o meu pau ganhar vida. Respiro fundo, pensando que isso não poderia estar acontecendo, não aqui. Mas, quando ela se virou, meu coração disparou.
Era ela.
Nenhum de nós dois proferiu uma palavra sequer por um tempo eterno. Seus olhos viajaram pelo o meu corpo, como se estivesse tentando compreender se era realmente eu. Mas, havia algo nesse olhar que me fazia querer recuar e conduzir de volta para a minha casa. Aquela não era mais a Selena que eu conhecia, aquela mulher era completamente diferente. Não apenas por causa do cabelo, havia um fogo por trás daquele olhar — um fogo de quem sabe o que estava a procura na vida, um que não tinha antes.
Quando Selena levantou o olhar, eu pude imediatamente perceber isso. Selena havia se tornado uma mulher, linda e sedutora. Completamente segura de si e de todos ao seu redor.
— Asher — sua voz era gélida, quase como se estivesse pronta para me congelar ali. — É um prazer revê-lo.
Ao ouvir o meu nome saindo daqueles lábios, que tanto me assombravam a noite, fazendo-me relembrar a última vez que vi aqueles intensos olhos verdes. Tão límpidos e inocentes. Havia algo que me empurrava para ela, era como se houvesse dois imãs se atraindo e nos empurrando juntos. Eu não podia resistir. Eu a desejava.
— É um prazer ainda maior ver você, Selena — minha voz era plana, mas meus olhos ardiam.
A cada momento, eu estava mais viciado em seu corpo, na sua voz e no seu cheiro. Ela flutuava em cada pensamento meu.
Mas, eu fodi tudo. Destruir tudo.
Quando os meus olhos deslizaram para a sua boca, o tamanho da sala subitamente encolheu e o ar ficou mais quente. Eu queria simplesmente agarrá-la e beijá-la como antes, tomando cada centímetro da sua boca. Seduzi-la. Reivindicá-la. Tomá-la.
Claire interrompeu o momento, dizendo-me com uma voz doce:
— Sr. Houston, não esperávamos vê-lo aqui hoje — ela passou a mão no cabelo. — A Srta. Diaz da Fortuns veio cuidar de alguns assuntos, estava prestes a indicá-la para outros associados.
— Tudo bem, eu cuido disso — apressei-me a dizer, antes que Selena pudesse voltar atrás. — Vamos, Srta. Diaz, podemos cuidar de tudo agora — cordialmente apontei em direção a minha sala.
Essa é minha chance de absorver todas as mudanças nessa mulher na minha frente. Agora, era a comandante da maior empresa petrolífera do país, mulher com imenso poder nas mãos.
Sete anos atrás, eu havia cometido o erro de escolher meu casamento, de dá uma chance a Cynthia. Mas, jamais esqueci a mulher que me fez sentir novamente, sem máscaras, sem precisar ser frívolo ou agradar a todos. Era apenas eu.
Selena hesitou por alguns segundos, olhando em direção ao elevador. Eu sabia que ela não queria ficar sozinha comigo. Mas, vagarosamente, caminhou em direção ao meu escritório. Meus olhos foram em direção a sua bunda delineada por aquele lindo vestido vermelho. Selena tinha um corpo matador antes, mas agora era destruidor, como se mais curvas tivessem surgindo no seu corpo. Meu cérebro começou a imaginar maneiras de explorar cada uma delas.
Sacudi a cabeça, sabendo que eu não posso deixar a minha cabeça seguir por esse caminho.
— Eu não tenho muito tempo hoje — ela murmurou, sem olhar para mim. — Então, vamos apenas passar por essa conversa o mais rápido possível.
Pude perceber que eu ainda a afetava, mesmo que ela lutasse tanto para esconder. Havia uma mínima chance de tentar perfurar a armadura que Selena tanto tentava colocar ao seu redor.
Mas, eu lutaria para destruir essa muralha. Bravamente.
*****
Nossa “reunião” terminou antes mesmo de começar, Selena buscou uma desculpa para fugir do meu escritório, dizendo que estava atrasada para uma reunião no banco e que tinha que passar em uma loja de roupas para buscar seu vestido para a festa de hoje à noite. Ela ainda mentia com aquela voz apertada e estridente, como se alguém estivesse pronto para desmascará-la.
Era bom perceber que apenas algumas coisas não mudaram.
Contudo, eu não posso dizer que não fiquei irritado com a sua atitude, aquilo só me fazia ver o filho da puta que eu era. Imbecil. Bastardo. Tenho que fazer alguma coisa para que ela me ouça. Logo.
— Você não atendeu — murmurou Maya, entrando sem bater no meu escritório.
Caralho, o que essa mulher está fazendo aqui?
Estou irritado que a visita de Selena, mas que foi tão estranha que poderia ter sido melhor. Menos tensa e mais ardente.
Agora, Maya aparece aqui e eu começo a ficar completamente irritado com as suas ações.
— Eu não tenho tempo para as suas pirraças, Maya — disse secamente. Meu temperamento perfeito para ser rude, afiado e profundo, com o tipo de machucar e fazer fugir qualquer um, sem qualquer vontade de voltar. — Além dos mais, saia antes que eu chame a segurança.
Arrependo-me até hoje por me envolver com uma sugadora como ela. Jamais vou cometer o mesmo erro três vezes.
— Você não seria capaz — respondeu ela.
Inclinei a cabeça como se estivesse deliberando sobre o que ela havia acabado de me dizer, apesar de saber muito bem o que estava tentando fazer. Chantagem, pura e simples. Eu estava irritado, sem qualquer pensamento sobre o que ela estava prestes a querer dessa vez, mas eu não ia ceder. Nem um milímetro.
— Teste-me, Maya — grunhi, dando-lhe um sorriso raivoso. — Não estou com paciência para as suas merdas.
Ela deu um gritinho raivoso e se aproximou da minha mesa, olhando-me furiosa.
— Preciso de dinheiro — ela disse, olhando-me. — Além de querer alguns ingressos para a semana de moda para que eu seja fotografada pela mídia.
Senti meu corpo tencionar diante do seu pedido, as palmas das minhas mãos em punhos pressionadas contra a minha mesa. Essa mulher não entendi que essa merda não vai funcionar comigo. Não funcionou nenhuma vez.
— Comece com o showzinho — murmurei, olhando para ela, cruzando os meus braços para não saltar em cima dela.
— O quê?
— Você sempre começa com a sua história de ir para a mídia contar sobre o nosso caso de uma noite. E que nunca funciona, nem sei por que você tenta. Enquanto isso, estou esperando ansiosamente você ir e contar tudo.
— Você acha que eu não tenho coragem? — Indagou, e encarando-me boquiaberta, incapaz de acreditar que eu não estava acuado com as fotos que ela tirou depois da nossa única foda.
Como se eu me importasse com a minha reputação nesse momento.
Ela gemeu, caminhando em minha direção. Eu sabia a merda que estava indo acontecer, era o seu modus operandi, tentar usar o sexo para me atingir. A alguns anos atrás eu permitir que essa sanguessuga chegasse até mim, mas, essa foi a única vez, por que as consequências foram horripilantes e permanentes.
— Saia, Maya — minha voz soou fria.
Aquela vez eu era um fraco, mas, desta vez, havia uma coisa que eu precisava recuperar e precisava jogar fora tudo o que eu havia feito e seguir em frente. Selena era a minha chance de ser um homem melhor. Um pai melhor. Um ser humano melhor.
— Seu imbecil — disse ela, saindo da minha sala, me fazendo suspirar de alivio.
Era a minha chance de respirar aliviado até hoje à noite, quando reencontraria Selena e a faria me ouvir.
******
Sequer tive a chance de chegar até Selena está noite, pensei, olhando para a linda mulher com um generoso decote em seu longo vestido negro. Completamente fixando naquelas curvas que se tornaram melhores com o tempo. Além disso, ela estava animadamente pendurada nos braços de um homem barbudo de terno, sorrindo olhando para qualquer um que falava com ela.
Minhas mãos se apertaram em todo do copo de uísque que eu segurava, imaginando caminhar até ali e arrancá-la dos braços dele — cruzar o salão inteiro e arrancá-la dos seus braços.
Quando me virei, bebendo um longo gole da minha bebida, sentido a ardência na minha garganta, eu quase engasguei com a visão da minha ex-mulher caminhando na minha direção. Porra, essa noite só piora.
— Precisamos conversar — silvou, olhando-me com ódio.
Essa era sua expressão usual quando olhava para mim, querendo transmitir pelos seus olhos todo o rancor e toda a raiva que sentia depois das sucessíveis traições e não tê-la dado o poder de decidir sobre a minha vida. Cinthya não queria um marido, ela queria um homem que se moldasse aos seus desejos. Juro que tentei fazer o nosso casamento dar certo, mas havia algo preso nela que me irritava profundamente.
Eu sabia que a havia machucado inúmeras vezes, evocado emoções como dor, raiva e tristeza. Mas, nosso casamento foi uma forma de apará-la e um casamento de fachada, para ajudar a minha família a sair do buraco.
Eu não iria me sentir culpado por nunca ter me apaixonado por essa mulher.
— Agora não, Cinthya — murmurei, desviando dela. — Estamos em uma festa.
Eu sabia o que ela queria: dinheiro. Cinthya é uma sugadora financeira, acreditando que o mundo lhe deve e que todos são obrigados a pagá-la por apenas existir. Fico imaginando de onde veio essa personalidade mesquinha. Sua mãe, uma mulher honesta e gentil, casou-se por amor com um homem rico. Todos conhecem a história e como foi difícil lutar contra o preconceito da cidade.
Olhei em direção a Selena novamente, aqueles olhos costumam a me assombrar a cada noite, imaginando o que ela estava fazendo. O que eu tinha feito a nós dois deixava meu corpo gelado, pensando o que teria acontecido se eu tivesse enfrentado tudo para ficar com ela. Eu poderia estar mais feliz.
— Você tem que ouvir — sibilou Cinthya, chamando a minha atenção. — Selena cortou os meus cartões. Todos.
— Já não era sem tempo — dei de ombros, sentindo o meu humor ficar pior quando vejo aquele homem colocar as mãos na cintura de Selena e empurrá-la de encontro a ele. — Conversamos depois.
Caminhei apressadamente em direção aos dois, como um búfalo furioso. Eu precisava de um tempo a sós com Selena para ter uma conversa séria — precisávamos consertar tudo o que aconteceu, mesmo que isso possa levar um tempo. Preciso reconquistar a sua confiança, fazê-la entender que eu quero continuar de onde paramos. Agora sem impedimentos.
— Selena — murmurei, estendo a minha mão. — Vamos dançar?
Ela olhou para o cara que estava com ela, completamente em pânico. Ele era o seu namorado? Porra, eu não sei se lidaria muito bem com competição, não quando eu teria que esperar por ela, por mais algum tempo. Eu esperaria o resto da vida pela minha chance com ela.
Ela engoliu em seco, virando-se em busca de ajuda. Mas, quando o homem sussurrou algo em seu ouvido, ela relutantemente colocou a sua mão na minha, timidamente.
Uma grande vitória.
Deixando-a guiar o caminho, eu fico admirando as curvas de sua bunda naquele vestido, completamente acentuadas, fazendo-me imaginar como seria despi-la e acaricia-la ali.
Droga, esse não é o momento para pensar em sexo, eu tinha uma garota para conquistar.
— Não — foi tudo o que disse antes de colocar as mãos nos meus ombros e permitir que eu colocasse as mãos em sua cintura.
Sinto o seu corpo estremecer com o meu toque, fazendo-a se afastar e me dá um sorriso contido. Isso me deu esperanças, mesmo que fosse uma reação ambígua levando-me a divagar sobre isso.
Logo depois, Selena volta para os meus braços e começamos a nos mover ao ritmo da música. Isso me fez acreditar que Selena precisava se lembrar do que erámos, por isso, não resistir em perguntar:
— Lembra-se quando dançamos em seu quarto no dia do seu aniversário? — Murmurei, lembrando-me de como o seu corpo se encaixava no meu. Exatamente como agora. — Você está tão relaxada e feliz.
Desta vez, Selena olhou diretamente para o meu rosto, sua atenção completamente focada em mim, seu olhar cheio de uma tempestade de emoções. Raiva era a principal e mais forte delas.
— Eu não preciso que você carregue essas lembranças para a minha cabeça, Asher, eu estive lá, eu me lembro de cada maldito detalhe — rosnou, virando o rosto.
— Desculpe, eu só...
— Vamos colocar as coisas no lugar, Asher — sussurrou furiosa, apontando o dedo para o meu peito. — Eu não voltei por você e nem para você. Voltei por que queria ter de volta o que eu fui empurrada para longe de ter. Não existe a mínima chance de que eu possa voltar a ter qualquer coisa com você, essa garota cresceu e descobriu que existi um mundo lá fora que é cruel com todos — ela suspirou e foi embora, sem me dá a chance de dançar ou dizer alguma coisa a ela.
Eu não sabia o que fazer, Selena havia me abandonado no meio da pista de dança, com todas as pessoas nos olhando atônitos, sem saber que merda havia acontecido. O cara com quem Selena havia chegado, o loiro barbudo, ergueu o olhar para ela, que lhe sussurrou alguma coisa. A tensão era evidente no seu corpo e pude sentir a raiva tomar o meu quando o homem a tomou nos braços a levou para longe de mim.
Eram amantes?
Essa pergunta começou a consumir a minha cabeça, vendo a forma como ele se agarrava a ela. Merda, eu não sei se estava pronto para a ideia de ser um cavalheiro e esperar — mesmo que isso tenha passado pela minha cabeça.
Caminhei em direção a minha ex-sogra, Louisa, que estava conversando com outra senhora com imensos brincos, cordão e pulseira de diamante.
— Quando? — Indaguei contido, sem precisar completar a minha pergunta.
— Ontem pela manhã — ela respondeu suspirando.
A frase ricocheteou na minha mente.
Ontem? Se ela voltou ontem, então aquele homem deveria ter vindo do Brasil com ela? Eles se conheciam a tanto tempo? Será que...
Caminhei em direção ao canto da sala, observando-a rodopiar nos braços daquele homem, sorrindo alegremente. Lembro-me quando era eu que a fazia sorrir dessa forma. Quando a música flutuava pelo seu quarto e ela estava no meu braço, aberta e sem máscaras. Apenas ela e eu.
Mas, eu fui um completo idiota. Um idiota que a deixou ser empurrada para longe.
Fui fraco.
Imbecil.
Lembrar-me das curvas do seu corpo deslizando e se arqueando em baixo de mim me deixou duro e completamente irritado comigo. Essa não é a hora de ser comandado pelo o meu pau. Estava na hora de reconquistá-la devagar, com flores e o que eu realmente quero agora.
Ela precisa de um porto seguro. E fodidamente, eu serei esse porto seguro.
Suspiro, dando um sorriso quando a vejo se afastar para o banheiro.
Hora do round 2.
Quando ela entrou no banheiro, eu a empurrei para dentro — fazendo-a gritar — fechando a porta com o trinco atrás de mim.
— Agora vamos conversar — murmurei, encostando-me na porta.
Os músculos do rosto de se contraíram com a minha frase, aprumando o queixo aguçadamente, conforme os seus sentidos saltaram em alarme. Conheço Selena o suficiente para descobrir que ela estava arrumando uma forma para fugir dali. Dou um sorriso, percebendo que outra coisa não mudou tanto em todos esses anos.
— O que você quer? — Sua voz era petulante.
— Conte-me sobre o Brasil –falei a primeira coisa que pude pensar, pelo menos uma que não fosse pressioná-la demais.
Sua mão se estendeu e eu quase podia jurar que ela iria me acertar um tapa no meu rosto, mas pareceu decidir o que realmente iria fazer.
— Nada de interessante — suspirou. — Agora, me deixe sair, se era apenas isso que você queria saber.
Sem pensar, rodeei os meus braços em sua cintura e a empurrei contra a porta, prendendo-a com o meu corpo. Eu podia sentir a sua respiração acelerada em meu pescoço, seu peito subindo e descendo encostando no meu. Era tão malditamente bom.
Abaixei o meu rosto ao nível do dela, olhando diretamente para aquele mar verde. Olhá-los tão de perto, fazendo-me lembrar de quando estávamos os dois nus, com o meu pau profundamente dentro dela.
E, como um raio, o ambiente imediatamente pareceu mais quente — flamejante — as respirações se misturando.
— Quem é ele, Selena? — Perguntei, resistindo ao imenso desejo de beijá-la.
— Eu não preciso responder para você — ela disse, ofegante.
Selena empurrou as mãos em meu peito para que a soltasse. O sorriso colou em meus lábios e os músculos da sua face se endureceram. Um silêncio ardente nos rodeou, enrolando ao nosso redor. Meus olhos caíram para aquela linda boca pintada de vermelho.
Lutei contra o desejo que me esmagava por dentro, meus lábios palpitavam com selvageria, a minha respiração se reduziu e se tornou superficial. Eu queria beijá-la, tão furiosamente — tudo para descobrir se eu o seu sabor havia mudado.
Deve ter se tornado melhor agora que ela era uma mulher tão... diferente.
— Vamos, Selena — minha voz era rouca, e me deleitei com o prazer de ver a sua dela se arrepiar ao som da minha voz. — Conte-me sobre aquele homem lá fora.
Ela respirou fundo e sacudiu a cabeça, como se estivesse evocando força para conversar comigo de forma coerente.
— Isso não te interessa — sua voz estava mais forte. — Deixe-me ir.
— Não — murmurei, me aproximando mais dela. — Temos muito o que conversar, Selena.
— Você está sete anos atrasado, Asher — seus olhos se encheram de mágoa e tristeza. — Houve um momento durante todo esse tempo que eu me convenci de que estava na hora de seguir em frente e ser feliz.
Meu coração se contraiu com a sua declaração. Porra, eu não queria ouvir essa merda — não quando eu a tinha aqui, ao alcance das minhas mãos — especialmente, quando eu a vejo tão afetada com a minha proximidade.
As palavras cessaram quando eu me vi forçado a engoli em seco. O silêncio retornou quando os pensamentos de vê-la tão envolvida com aquele homem lá fora inundaram a minha mente. Um gosto nauseante rastejou pela minha boca a medida que as cenas ficaram mais e mais intimas.
— Vocês já...
— Não. — Interrompeu ela bruscamente... rispidamente.
O alívio revestiu o meu corpo, mas fiquei tenso assim que o pensamento de que eles poderiam começar tudo hoje à noite fez cambalhotas na sua cabeça.
Eu não sei se vou suportar a ideia de outro homem a tocando. Eu não ia deixa-la esquecer como éramos juntos. E sem pensar em mais nada, eu a beijei.
YOU ARE READING
HOMEWRECKER: Segunda Chance
RomansaCom vinte e um anos, Selena Diaz foi flagrada na cama com Asher Houston, o marido da sua irmã. Uma destruidora de lares. Um demônio. Uma vergonha. Após sete anos exilada, ela retorna para Nova York para assumir o negócio da família...