Capítulo 2

8 0 0
                                    


Blorgk acordou sentindo muita dor de cabeça e o braço que estava quebrado estava imobilizado. Quando olhou para o lado, reparou que se encontrava na enfermaria e que Mirka na cama ao lado, já estava acordada.

– Há quanto tempo que estou desacordado?

– Um dia e meio, a pancada que você levou foi muito forte, segundo o médico.

– E você, como está se sentindo?

– Tirando a frustação de ter vencido e perdido ao mesmo tempo, estou bem. – respondeu Mirka. – E você teve a maior sorte por ter conseguido passar para a final sem ter que lutar na semi-final e mesmo assim perdeu.

– Não precisa ficar falando sobre isso. Já estou sentindo vergonha o suficiente. Não preciso de ninguém esfregando isso na minha cara.

– Não seja assim, as probabilidades estavam contra você desde o início. Pra começar, Trarg é um monstro e seu braço está ruim desde o final da primeira luta.

– Mas se as armas tivessem fio, com certeza, eu teria vencido.

– Mas não tinham, então não seja um mal perdedor. Risos. Pelo menos você está vivo para tentar novamente no próximo torneio.

– Suponho que seja verdade. Quando que você sai daqui?

– Provavelmente amanhã, só estou um pouco fraca por causa da perda de sangue, o médico disse que vai me dar alta amanhã.

– Blorgk! Finalmente você acordou. Estava começando a ficar preocupado. – disse Vrash assim que entrou na enfermaria.

– Não se preocupe, Vrash, eu não morro tão facilmente. Como você mesmo diz, sou cabeça dura. Hahaha. Vrash, essa é Mirka, ela também lutou na arena.

– Oh! Fiquei sabendo da luta da guerreira que venceu, mas ficou impossibilitada de continuar a lutar. Muito prazer!

– Não precisa me lembrar disso.

– Como tinha dito, não consegui ver a última luta porque estava trabalhando, mas quando soube do que tinha acontecido vim o mais rápido que pude.

– Doutor, quando meu amigo Blorgk vai poder sair daqui?

– Se tudo correr bem, amanhã. Blorgk e Mirka vão receber alta, mas ele deve ficar pelo menos trinta dias com o braço imobilizado. Anteriormente seriam quinze dias, mas o seu amigo irresponsável aqui resolveu não escutar minhas recomendações e o forçou muito. Por pouco não fica com sequelas.

– Vou tratar de fazer com que ele fique em casa descansando. Obrigado, doutor.

– Bom, tenho que voltar ao trabalho. Vou ter que ficar os próximos sete dias trabalhando direto. – disse Vrash. – O que acham de daqui a oito dias nos encontrarmos na taverna Dragão do Deserto para bebermos, enquanto você me conta, em detalhes, sobre a luta contra Trarg? Claro que Mirka será muito bem-vinda.

– Posso estar lá sim, não vou poder trabalhar direito mesmo durante trinta dias. E você, Mirka?

– Como posso resistir a umas bebidas? Hahaha.

– Então está combinado, estarei lá assim que o sol se puser.

Blorgk viu Vrash sair da enfermaria. Ainda ficou um bom tempo conversando com Mirka sobre as lutas e sobre os lugares de onde eram. Mirka contou para ele que era filha de um chefe de uma das cinco aldeias de Orcs Negros, que se localiza mais a sul em Deserto Negro e que o pai dela, assim como a maioria da população, não estava satisfeito com o atual líder, que extorquia todas as cinco aldeias. A conversa continuou até que os dois acabaram por dormir. No dia seguinte, o médico deu alta para os dois e eles foram embora confirmando que se encontrariam em alguns dias.

AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora