Capítulo 3

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Os dois dias de preparação para a viagem passaram rapidamente. Blorgk preferiu que nem Vrash nem Rark fossem se despedir deles para que não levantassem nem um pingo de suspeita. Os camelos estavam equipados basicamente com uma grande quantidade de água, comida, barracas para pernoitar e outros equipamentos que os viajantes julgaram necessários; e já estavam prontos para sair. Mirka liderava, com Blorgk no meio e Trarg por último. Tiveram que gastar um pouco mais de prata no camelo que compraram para Trarg, que devido ao peso do orc, teve que ser um dos melhores que encontraram, que suportasse o grande orc durante toda a viagem. Se tudo desse certo, a viagem levaria dez dias para ir e dez para voltar e mais dez dias que Blorgk esperava ficar na aldeia de Mirka e conseguir o apoio dos líderes das cinco aldeias. Deserto Negro tinha somente cinco aldeias, porque fora a água que brotava abundante do lençol freático do Oásis Negro, que tinha vegetação abundante, Deserto Negro continha apenas mais cinco pontos onde era possível conseguir água. E foi em torno dessas fontes, que não se comparam à quantidade de água do Oásis Negro, que foram erguidas as aldeias. Os outros orcs que viviam pela região eram nômades; que necessitavam comprar água em uma das cinco aldeias ou no castelo para sobreviver no deserto.

Começaram a viagem antes de o sol nascer para evitar começar o percurso com calor intenso. Não se via mais nada além de areia negra originária da região em qualquer direção que olhassem. De vez em quando, avistavam um escorpião do deserto andando pelas dunas, na expectativa de conseguir caçar alguma coisa para sua próxima refeição. Avistaram também alguns abutres voando em círculo mais à frente, e quando passaram pelo local viram alguns ossos de orcs que praticamente não tinham mais carne neles. Em dado momento passaram por uma caravana de orcs nômades que nem os cumprimentaram. Afinal, qualquer um que estivesse andando pelo deserto tinha o potencial de ser bandido e querer roubar suas mercadorias. Na metade do sexto dia de viagem, o camelo de Trarg começou a mostrar sinais de fadiga.

– É melhor não forçarmos mais o camelo. – disse Blorgk. – Vamos parar mais cedo por hoje e deixar os animais descansarem e também nós mesmos.

– Tem certeza que comprou um camelo bom? – indagou Trarg. – Não era para ele aguentar até chegarmos na aldeia?

– Teoricamente sim, mas imagino que nenhum camelo está preparado para aguentar seu peso durante muito tempo. Acredito que se fosse um dos nossos camelos, ele já não teria aguentado.

– Bom, também não adianta mais reclamar. Vou montar minha tenda e descansar.

– Acho que todos devemos fazer isso.

Os três então foram comer um pouco do que tinham levado, que era queijo, carne de porco seca, pão que a essa altura da viagem estava duro e água para empurrar tudo para baixo. Após a refeição, foram dormir. Blorgk estava dormindo quando escutou barulho de alguma coisa andando fora da sua tenda. Pegou sua espada e ficou atento. Quando Mirka apareceu em sua tenda, sentiu ao mesmo tempo alívio e surpresa.

– Mirka? Aconteceu alguma coisa?

– Não aconteceu nada.

– Pensei que tivesse sido alguma coisa séria, já que você está aqui a essa altura da madrugada.

– Só não queria mais ficar sozinha, então vim. – Após dizer isso Mirka abaixou, deu um beijo em Blorgk, se despiu e deitou ao lado dele que dormia nu.

Antes de o sol raiar, os três já estavam montados em seus respectivos camelos e seguiam viagem com Mirka liderando a fila. Os dias seguintes passaram sem nenhum tipo de problema. Na manhã do décimo dia, os companheiros notaram, no horizonte, a aldeia orc.

– Finalmente! – disse Blork. – Parece que estamos chegando. Em quanto tempo acha que devemos chegar lá, Mirka?

– Parece que está mais perto do que realmente está. O deserto tem as suas ilusões. Devemos chegar ao anoitecer.

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2017 ⏰

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