Capítulo 2 - Tessa

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- Eu não acredito que semana passada aconteceu tudo isso na sua vida e de quebra você ainda ganhou um namorado, Lilly. Meu ponto alto foi ver o Luke implorando perdão para aquele menino estranho do 2° andar. - me expressei enquanto almoçava no refeitório com Lilly e Archie.

Lilly é minha melhor amiga e colega de quarto, dividindo o posto somente com o Archie. Ela é um amor, mas é totalmente o oposto de mim, na verdade não sei bem o que nos uniu. E Archie, bem, ele é o Archie. O gay mais bonito e concorrido da Bonnafont College. Ele é incrível.

- Agora você espiona os outros? - Lilly brincou com tom de reprovação - E essa semana foi dificil, mas tudo se resolveu, e no final Joe disse que ficaria pra sempre comigo - me derreti, mas mantive a postura.

- O que você estava fazendo perto do quarto do esquisito bonitão? - Archie se virou pra mim, ele sempre quer saber do menos importante primeiro.

- Nada. - respondi, e continuei comendo, esperando que eles mudassem o assunto.

- Não me diga que você foi atrás do Gabriel de novo. Qual o seu problema? - Archie não gosta muito do Gabriel. Lilly também não. Longa história. Em resumo, ele me traiu uma vez, roubou uma loja. O típico bad boy. Ele me prometeu que não faria de novo, acreditei e pronto.

- Fui, porém o problema é meu. Aprecio a preocupação mas já que não são meu pai, acho que não devem se meter onde não entendem. - odeio ser ríspida desse jeito, mas estou cansada de todo mundo me dizendo o que fazer.

- Tá. Mas quando o babaca do Gabriel fizer isso de novo, meu ombro vai estar no mesmo lugar - Archie se levantou e foi embora.

Lilly olhou pra mim e fez o mesmo.

Já tinha acabado de comer, então me levantei e fui para o quarto, tinha que preparar um desfile com roupas de inverno. Sozinha. A professora detestava a gente, não é possível. Quem faz isso logo no começo do período?

Tirei meu sapato e me joguei na cama. Peguei algumas revistas de moda, esperando que um anjo caísse com a melhor ideia do mundo.

Papai é um homem ocupado, não é qualquer um que tem um pai prefeito da cidade. Sempre tenta me subornar com roupas e acessórios por causa da pouca atenção que me dá. Costumo resistir, mas eu precisava de um carro porque não aguentava mais aqueles motoristas seguindo as ordens do meu pai, então cedi. Ele nunca deixa de avisar que vem, dessa vez não foi assim.

- Filha? Está aí? - meu pai perguntou, mas nem esperou resposta. Ele estava atordoado.  Entrou no meu quarto rapidamente.

- A que devo a honra? - ele odeia sarcasmo, mas eu não.

- Soube de tráfico na cidade e os assaltos estão aumentando. - direto ao ponto.

- Aham, e o que tenho com isso? Estou segura aqui, obrigada. - sinceramente não entendi.

- Tenho informações de que o filho de um dos cabeças dessa máfia estuda aqui. Quero eles fora da minha cidade, estou acompanhando o caso pessoalmente com os policiais.

- Ainda tentando entender o que você quer que eu faça com essa informação. Não é como se eu andasse com esse tipo de gente. -   retruquei.

- Quero que você observe esse menino. Quer dizer, quero que tente identificá-lo. E dirija-se a mim caso obtenha qualquer coisa que possa ajudar. Se conseguir, te dou o carro que quiser. - Ajeitou o terno e redirecionou-se para a porta.

Que ideia tentadora.

- Não sei como vou achar esse suposto menino no meio dessa quantidade enorme de estudantes. Vou ver o que posso fazer. Mas com uma condição. - agora é meu momento.

- Fala.

Eu esperei tanto tempo por isso. Foi como se estivesse no auge da minha carreira, se tivesse uma é claro. Finalmente poderia falar o que sempre quis, mas só saiu:

- Você vai parar de mandar gente atrás do Gabriel, e daqui em diante eu faço minhas próprias escolhas. SEM VOCÊ INTERFERIR. - deixei bem claro para não ocorrer nenhum mal entendido.

- Feito. - meu pai deixou o quarto rapidamente como se nem tivesse estado ali.

Exatamente naquele momento, eu trabalharia sério pela minha liberdade.

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