RISKY {Larry Stylinson}

I

[N/A]: Eu gosto de coisas extensas. Não sei explicar ao certo, só sei que me agrada a ideia de transformar algo pequeno em algo grande, que toma o triplo do tempo que eu posso oferecer, isso me fascina. Talvez seja por isso que o que eu escrevo possa ser tão cansativo para as pessoas, mas quando eu criei este perfil, eu jurei que não me importaria com mais nada e estou lutando para seguir isso.

Essa fanfic já foi postada há dois anos. Aqui, nesta mesma plataforma, com outra conta. Mas eu a escrevia com medo de desapontar alguém, escrevia aquilo que as pessoas queriam ler, não o que eu queria escrever. Então a fanfic começou a ganhar repercussão, muitos leitores surgiram, as leituras estavam aumentando rapidamente e, antes mesmo da fanfic chegar aos 10K, eu a apaguei. Portanto estou recomeçando. Mudando exatamente tudo.

É uma fanfic que eu amo tanto. É a primeira que eu escrevi, e eu decidi dar uma segunda chance a ela.

Espero estar fazendo a coisa certa.

-X-

London, England. 

— Vinte e oito mil libras! Acha isso muito? — Troy Austin mantinha o tom exasperado ao dirigir-se a mulher sentada elegantemente numa cadeira do outro lado da extensa mesa farta de comida. — Céus, isso é um grande problema, mulher, você não entende? É um grande prejuízo! São mais de quinhentas mil libras em prejuízo, o que farei? Deixarei tudo nas mãos dos oficiais para que eles tentem inverter a situação? — Seu maxilar travado junto dos punhos fechados poderiam facilmente confundir o homem bem-vestido e de boa aparência com um homem descontrolado e violento, o que não era verdade. Troy era calculista, ambicioso e, principalmente, sabia se portar em qualquer lugar que fosse, mesmo se esse lugar fosse a sala de jantar de sua casa. Porém, emaranhado nos problemas que aquela situação apresentava, não deixava de esconder suas inseguranças e receios.

A verdade era que a empresa da família administrada por Troy havia sofrido uma grande fraude. The Royals, uma das maiores e mais bem-sucedidas indústrias no setor primário e secundário havia acabado de passar por um furto sigiloso e extremamente qualificado, tão bem planejado e calculado que Austin só havia percebido a falta do dinheiro quase um mês depois da ação. O dinheiro havia sumido de sua conta bancária destinada a empresa como num passe de mágica, como se o dinheiro sequer existisse. 

E o que mais preocupava o homem de aparência cansada não era apenas quem era o autor de tal esperteza, mas também como o mesmo havia conseguido executar tal ato. Era praticamente impossível. Nem o melhor hacker do mundo conseguiria executar com tanta perfeição esse furto, não com a segurança incomparável que o sistema da empresa apresentava.

— Sente-se, por favor. Você está me deixando tonta andando de um lado para o outro, daqui a pouco cava um buraco nesse chão. — Jay diz calmamente enquanto passa um pouco de seu requeijão light em uma torrada quentinha. — Olhe, meu bem, você tem que se acalmar. Estresse só traz rugas, nada positivo. Sem falar que esse dinheiro não fará diferença nas nossas vidas, meu amor. O que é quinhentas mil libras a mais ou a menos para nós? Então pare de se preocupar e se junte a mim. — A mulher o olha cuidadosamente, analisando uma veia escura e grossa começando a crescer em um dos lados do pescoço do homem que estava do outro lado do cômodo e, revirando os olhos mentalmente, se prepara psicologicamente para a chuva de grosseria que estava por vir por parte de Troy. 

— Não faz diferença? Você diz isso porque não foi você que batalhou a vida toda para que a empresa virasse hoje o que é. Não é questão de dinheiro, é questão de honra. Você acha que deixarei que todo o dinheiro que meus funcionários lutam para conseguir, de repente, suma do mapa e que eu simplesmente me sento para assistir tudo de boca aberta? Não é assim que funciona! — Troy praticamente rosna, irritado demais para tentar transparecer tranquilidade em sua voz. — Sabe esse dinheiro que você diz não ter valor? É com ele que eu pago suas joias, roupas, sapatos e todas sua vontades, então, ao invés de ser uma ingrata que só pensa no que temos e não no que podemos perder, comece a raciocinar direito e tente enxergar os reais problemas desse furto.