lost

146 20 0
                                    

Me deixe ir

Essas palavras atormentavam Chanyeol já faziam dias.

Seus tornozelos pediam trégua, seus pés estavam prestes a formar calos, seus olhos permanecem marejados enquanto corria sem a intenção de parar.

Chanyeol passa em frente à porta da boate fechada na qual a viu pela primeira vez.

Chanyeol passa pela cafeteria na qual tomou um cappuccino com ela. Passa pelo beco, onde o mendigo nega não ter a visto desde o dia em que conversaram sobre alienígenas.

Chanyeol passa pela floricultura, onde ela dizia odiar flores por lhe trazer espirros. Seu chefe informa que Blue havia se demitido.

Chanyeol passa pelo parque, onde ambos deitavam sob a grama e observavam o céu.

Chega em sua tão recente casa, que já era considerada abandonada. Se senta nos degraus da entrada, desabando em lágrimas.

Blue estava perdida

Chanyeol não se perdoaria tão cedo.
O vento gelado bagunça seus cabelos despenteados a dias, secando algumas lágrimas de seu rosto.

Seu pescoço se vira, encarando inúmeras cartas que permaneciam entaladas abaixo da porta de entrada da casa de Blue.

Se agacha, retirando o amontoado dali e começa a checar.

Conta de luz, conta de água, tratamento.

A última carta trouxe um embrulho em seu estômago, suas mãos se tornam trêmulas.

-Olá?

Uma voz feminina preenche seus ouvidos, levanta sua nuca lentamente. Pode ter sua visão preenchida por uma mulher bem vestida de cabelos tingidos de loiro e um rosto familiar.

O garoto não responde à sua saudação, se levanta e volta a ficar cabisbaixo.

-Você é o Chanyeol?-A mulher se pronuncia novamente.

Ele assente com a cabeça, secando o resto de lágrimas em seu rosto com a manga do moletom.

-Prazer.-Ela estica sua mão.-Sou a mãe de Bárbara.

Chanyeol franze o cenho porém estica seu braço, cumprimentando-a com sua mão direita.

-Mais conhecida como Blue.-A mulher clareia sua mente.

•Everything is blue ∴ pcyOnde histórias criam vida. Descubra agora