- Vamos, Carina! Por favor!
Ana ainda insistia enquanto eu arrumava meu cabelo depois do treino.
- Falta na aula só hoje! - Gabi, sua amiga, ajudava.
- Eu não vou beber.
Más companhias, era isso o que eu havia conseguido.
- Ah, claro! - Gabi debochou. - Vai fazer um favor para nós.
Continuei a me trocar na frente delas, vestindo a roupa que havia trazido para o pós-treino. Fingi não perceber o olhar fixo de Ana recostada na pia enquanto Gabi digitava fervorosamente no celular.
- Duvido que você não vai beber. - Ana disse quase em um sussurro e eu a olhei para ter certeza de que estava falando comigo.
- Pode duvidar. O que eu tenho a ver com isso? - Dei de ombros. - Cadê a porra do meu celular? - Tateei os bolsos. - Sempre perco essa bosta.
- Tá aqui. - Ana abriu um dos bolsos da mochila e tirou meu celular de lá. - Você acabou de guardar. - Ela riu, balançando a cabeça em negação e andando até a saída do vestiário.
Gabi veio saltitante e me abraçou, me assustando com tanto contato físico.
- Gabi, não seja você, por favor. A Carina ainda é nossa amiga recentemente. - Ana pediu à amiga.
- Já era, filha. Não quero mais ser amiga de vocês. - Provoquei.
- Não! - Gabi me abraçou, quase me derrubando da escada.
- Oh, sua filha da puta! - Xinguei, fazendo-as rir.
- Me perdoa. Juro que não fico perto de você. - Gabi prometeu.
- Ótimo. Fica bem longe, sua gralha.
Fomos até o bar entre brincadeiras. Ana parecia um tanto distante, mas sempre rindo das palhaçadas de Gabi.
Ana sumiu para o bar enquanto nos ajeitávamos na mesa e logo voltou com um litrão e copos para todas, sentando na minha diagonal direita.
- Começaram as minhas músicas! Ninguém me segura! - Gabi se levantou, indo dançar mesmo que ninguém estivesse fazendo.
Olhei para a garota, sorrindo com a sua felicidade contagiante quando a mão de Ana na minha perna chamou a atenção.
- Achei que você não ia beber. - A garota tinha uma sobrancelha arqueada e eu quase perdi o fôlego lembrando do meu sonho.
- E eu não vou. - Dei de ombros.
- E o que esse copo tá fazendo cheio? - Com com sorriso de lado, Ana apontou com o olhar o copo que eu havia enchido para mim.
- Não sei. Vai que me dá sede. - Tinha uma expressão cínica no rosto, vendo minha amiga rir com a resposta.
- Claro.
Ana se recostou na cadeira e começou a morder seu copo, deixando-o cheia de marcas de mordida, enquanto intercalava entre beber do líquido amarelado de dentro.
Uma batida conhecida soou e eu pude ver Ana se levantar enquanto a amiga a chamava. Algumas pessoas dançavam junto às duas amigas, mas elas estavam mais interessadas em tocar uma a outra.
Eu sabia que elas já haviam ficado, Ana tinha me contado, mas conseguiam separar com perfeição a amizade do romance. Fiquei jogada na cadeira de madeira dobrável enquanto via as amigas imersas no jogo de sedução.
Enquanto Gabi passava as mãos no corpo de Ana descendo e subindo no processo, a outra se ocupava em rebolar, passar as mãos pelo cabelo e fechar os olhos, sentindo a música.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aceita-me [DEGUSTAÇÃO]
RomanceAna e Carina estão prestes a se formar no curso de Educação Física na Universidade de São Paulo. Carina, em um momento oportuno, ganha uma amiga que a abriga em sua casa de bom grado quando perde seu emprego. Ana ganha um novo motivo de desgraçament...