"Cas, para onde você vai quando entra no metrô? Você me disse que não estudava mais." Dean perguntou andando ao lado do Castiel, por ser sábado não tinha trabalho para ir, o que o deixou mais feliz, porque assim não teve de esperar a tarde chegar para andar com o outro. "Você pode não contar, se quiser."
"Não, tudo bem. Eu vou para a psiquiatra." Disse ele naturalmente. andando pelas bordas da calçada com os braços abertos como se tentasse se equilibrar em uma linha imaginária, parecendo tão puro quanto uma criança.
"Ah."
"Doutora Bradbury." Continuou Castiel, ainda sem erguer os olhos. "Ela é legal, me ajudou quando meus amigos perceberam que eu era uma perda de tempo."
"Não fale como se você fosse uma perda de tempo, Cas."
"Mas eu sou, Dean, quem encontraria felicidade ao meu lado?"
"Você é minha felicidade."
Castiel parou de andar e olhou para Dean com olhos curiosos e uma expressão confusa. Segundos depois, Dean pode ver um tom rosa tomar conta de suas bochechas e ele olhar para o chão, envergonhado. Lentamente, Castiel se aproximou e Dean prendeu a respiração por estarem tão perto.
"Posso segurar sua mão, Dean?" Perguntou calmamente e Dean quase explodiu com a maravilhosa sensação que tomou conta de seu corpo. Assentiu, não conseguindo formular uma resposta verbal, e sentiu o toque delicado envolver seus dedos.
Estava tão imerso naquele momento que não ouviu o que Castiel falou. "Desculpe, o que?"
"Você quer comer alguma coisa? Eu estou com vontade de tomar suco de framboesa."
Dean entrelaçou seus dedos e segurou como se não quisesse nunca mais soltar, o que talvez fosse verdade, considerando o quanto gostou de ter suas mãos juntas. Os dois andaram de mãos dadas pela calçada por duas ruas, até chegarem em uma pequena lanchonete que vendia o suco que Castiel desejava.
Havia três pessoas na fila e eles teriam de esperar pela vez. Castiel se aproximou ainda mais do Dean e deitou sua cabeça em seu ombro, provavelmente não era muito confortável, mas Dean sentiu um sorriso se formar em seu rosto quando o moreno fizera aquilo e tentou o máximo não se mexer para que ele saísse.
"O que vão querer, queridos?" A mulher perguntou sorridente, Castiel nem ao menos saiu daquela posição, o que Dean achou que seria constrangedor para a mulher, mas ela não comentou nada.
"Dois sucos de framboesa." Disse Dean pegando a nota de dez dólares que estava solta em seu bolso.
"Vocês são fofos." Disse a mulher enquanto fazia o suco.
Dean sorriu, envergonhado, mas ao mesmo tempo orgulhoso que alguém dissera aquilo sobre os dois. Ser relacionado como o namorado do Castiel era provavelmente a coisa que ele mais queria no momento. "Obrigado."
Os dois saíram da lanchonete bebendo seus sucos com os canudos, Castiel já não estava mais deitado em seu ombro, pois seria difícil andar se estivesse, mas suas mãos ainda não se separaram, e naquele momento, aquilo era tudo para Dean.
Incrível como até mesmo o silêncio era melhor quando compartilhado com Castiel.
O sol estava muito forte aquela manhã, tanto que não havia nem mesmo uma única nuvem no céu, era um dia bem quente, onde todos procuravam ficar embaixo de alguma sombra, e foi o que os dois fizeram ao decidirem sentar na grama da praça abaixo de uma árvore grande o bastante para criar sombra para os dois.
Para a surpresa do Dean, Castiel sentou ao seu lado, mas passou as pernas por cima de seu colo, de modo que ficasse mais aconchegado perto dele, sua cabeça na curva de seu pescoço, fazendo com que Dean escutasse com mais clareza os sons que ele fazia ao sugar o suco. Passou seu braço em volta da cintura do moreno e pousou sua mão em sua coxa.
Estava quente, mas aquela era uma boa posição.
De repente os barulhos em seu ouvido pararam e Dean sentiu algo molhado em sua camisa. Olhou para baixo e percebeu que o suco do Castiel estava derramando nele, mas felizmente conseguira colocar seu corpo no chão e pegar o outro antes que chegasse a sua calça. Baixou a cabeça um pouco mais e teve a certeza que Castiel caíra no sono novamente.
Beijou o topo de sua cabeça e então sentiu ele se mover. Dessa vez o sono não tinha durado muito e Dean sentiu o rosto queimar ao saber que Castiel havia o pegado no 'flagra'.
"Eu dormi novamente."
"Por alguns segundos, sim." Dean deu um pequeno sorriso.
"Oh." Castiel olhou para as próprias mãos e viu a mancha na camisa do outro. "Eu derramei meu suco em você? Me desculpe, Dean, eu não fiz por querer."
Dean olhou para o pequeno bico que Castiel fez com a boca e não aguentou de tão adorável que ele estava naquele momento. Aproximando o seu rosto, juntou seus lábios em um beijo quieto e inocente, como um selinho demorado.
Foi Castiel quem abriu a boca primeiro. Os dois então se beijaram apaixonadamente, bloqueando tudo a sua volta, o calor não estava mais no ar banhado pelos raios de sol, e sim em suas línguas que buscavam uma a outra. Dean sentiu que poderia se perder a ponto de morrer sem ar, uma vez que descobrira que queria sentir aquilo para sempre.
Agora ele entende o porque de sua vida antes ser tão entediante, não havia Castiel para encher seu dia de sensações tão bagunçadas e ao mesmo tempo tão bonitas quanto as pequenas luzes que você via quando coçava os olhos.
"Desculpe pela sua camisa." Castiel disse baixinho após o beijo cessar.
"Não tem problema, Cas, sério."
Dean fechara os olhos quando os dedos do Castiel começaram a alisar seu rosto de forma carinhosa, seus lábios ainda gritando pelos outros que antes estavam juntos aos seus.
"Dean," Começou Castiel "você antes disse que ficava entediado porque seus dias não mudavam, mas você ficaria entediado se os nossos se repetissem?"
Dean não respondeu, apenas sorriu e se levantou, segurando Castiel pela mão para que ele fizesse o mesmo. "Vamos para minha casa, eu vou fazer sanduíches para você."
Não era preciso uma resposta em voz alta para a pergunta anterior, estava escrito por toda a expressão no rosto do Dean.
Ele não se importaria que essa última semana se repetisse nem em centenas de vezes.
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Capítulo curtinho para finalizar a fic.
Espero que tenham gostado de Tired, amo vocês.