De volta. (10)

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  No avião, Tay sentou na janela, assim que ele saiu do chão, começou a olhar para baixo.

- Que foi Tay? -perguntou Sam curioso com toda aquela atenção, no chão.

- Estou esperando sairmos do território africano, assim você vai parar com essa frescura de ser preso.

- E o que vai fazer, me agarrar no avião? -Tay o encarou com os olhos brilhando. - Nem pense nisso.

- Fica calmo, não vou fazer nada demais.

- Sei...

  Como não era tão cedo, a maioria das pessoas no avião dormiram, inclusive Sam, Tay ficou se preparando, finalmente o avião tinha saído do território africano, no mesmo momento ele começou a beijar Sam, enquanto ele dormia, mas logo acordou.

- Tay, o que você está fazendo? -perguntou baixo e se afastando um pouco.

- Saímos do Quênia, saímos da África, o que eu mais quero é te agarrar.

- Eu também... mas estamos em um avião.

  Tay parecia triste por isso, então segurou na mão de Sam e tentou dormir, mas a situação mudou, alguns minutos depois, Sam deitou no peitoral dele, meio desajeitado.

- Eu quero muito estar com você, mas algumas horas a mais não vão fazer mal, certo?

- Tudo bem.

  A viagem foi longa e cansativa, chegaram quase se arrastando de cansaço, Tay colocou as malas em um carrinho, enquanto Sam tentava não dormir no banco do aeroporto.

- Para onde vamos Sam? -perguntou Tay, tentando o levantar do banco.

- Vou ver se ainda tenho casa. -respondeu pegando o celular.

- Claro que tem, a minha! -afirmou afastando o celular dele. - Vamos, depois eu levo você a casa dos seus pais.

- Sua casa é aqui perto?

- Tenho um apartamento no centro, acho que você vai gostar, tem uma vista linda da cidade.

- Eu recusaria, mas não estou com vontade de ir brigar com meus pais.

- Vem logo!

  Tay chamou um táxi, que os levou a um apartamento de luxo no centro da cidade, só o prédio era de cair o queixo, Sam era um pouco familiarizado com luxo, mas aquele lugar chegava a ser um exagero, o apartamento de Tay ficava na cobertura, a porta de entrada era digna de um palácio.

- Você mora aqui? -perguntou entrando na grande sala, bem decorada, em tons de marrom, preto e branco.

- As vezes, algum problema?

- Não, é que, estou acostumado a ver você correndo atrás de meninos que não querem tomar injeção, pulando em rios para salvar crianças, usando chinelo, sem camisa, de bermuda, não em um apartamento de luxo, é meio estranho... -Tay sorriu e colocou as malas no sofá.

- Sam, fica tranquilo, eu posso ser rico, mas isso não muda meu jeito, sou o mesmo cara de chinelo, aqui também.

- Eu sei... deixando isso de lado, poderia me apresentar a cama?

- Que apressado, mal chegamos.

- Tem uma coisa que nós precisamos fazer.

- Sei exatamente o que é.

  Tay andou em direção ao quarto, Sam o seguiu, como os outros cômodos do apartamento, era um lugar muito espaçoso, Tay tirou a blusa e a calça, deitou na cama, Sam também se despiu e deitou no peitoral dele.

- Boa noite.

- Durma bem.

  E dormiram a tarde inteira, o cansaço foi tanto, que Tay acordou depois das seis da tarde, ele levantou, tomou banho e foi comprar comida para preparar o jantar, Sam acordou sentindo o cheiro da comida, foi até a cozinha e viu Tay cozinhando como profissional.

- Que recatado...

- Boa noite, dormiu bem?

- Sua cama é muito macia, posso tomar banho?

- Fassa o que desejar, logo o jantar vai estar pronto.

- Obrigado, vou tentar descobrir qual porta leva ao banheiro.

- Boa sorte. 

  Sam abriu três portas e achou uma banheira bem confortável. Depois do banho se vestiu e voltou para a cozinha, Tay já tinha terminado tudo.

- Incrível, vou engordar. -eles se sentaram a mesa, Sam estava impressionado com os dotes de Tay.

- Espero que esteja gostando de minha humilde residência e dos meus aperitivos.

- Sinceramente, não acreditava quando me contava que cozinhava, mas você é ótimo na cozinha. 

- Tudo para lhe agradar... amanhã vamos buscar suas coisas?

- Para que? -perguntou confuso, afinal planejava só passar a noite na casa de Tay.

- Queria lhe convidar para morar comigo, aceita?

- Tay... eu amo você... -ele interrompeu Sam.

- Ama? -perguntou dando um sorriso largo.

- Amo. -afirmou olhando nos olhos dele, Tay foi até ele e o abraçou.

- Também te amo gatinho, então vai morar comigo!

- Tay, não posso, primeiro porque essas coisas tem que ser bem planejadas e... essa casa é linda, mas ela me dá agonia, não suporto lugares grandes demais...

- Sério?

- Desculpa, mas é que meus pais viviam no meio de gente rica, acabei me desapegando de coisas materiais...

- Eu também não gosta dessa casa, na verdade só uso ela para impressionar e quando preciso hospedar algum investidor.

- Queria me impressionar?

- É tudo o que mais quero.

- Depois de ter ajudado, a salvar um monte de vidas na minha frente, inclusive a minha, acha que não fico impressionado com você?

- Não custa nada tentar deixar você de boca aberta... mas minha outra casa fica no meio do mato e tem três cômodos, quer ir para essa ou ficar no apartamento palácio? -Sam sorriu, foi até Tay e beijou ele.

- Com você eu volto para o Quênia, e vivo numa casa de barro.

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