Back To The dance

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P.O.V Beatrice~

Acordei demasiado cedo no dia seguinte, deveriam ser umas 7:30 da manhã quando pisei no chão frio e escapei na ponta dos pés do quarto de Justin - o mesmo se encontrava dormindo todo desajeiado em um poltrona perto da cama, o que me deu muita pena -. Eu não queria estar ali quando ele acordasse, não queria ter que receber novamente seu olhar frio, não queria ver seus olhos desviando dos meus uma vez mais, nem seu corpo tenso ao me sentir por perto.

Me perguntava em que momento tínhamos chegado a esse ponto horrível, nós compartilhamos tantas coisas e hoje ele evitava me olhar para se sentir bem. Bom, isso era o que eu pensava.

Depois de tempo sem explicações, acabo tirando minhas propias conclusões sobre seu comportamento. E memso que fosse algo doloroso de se aceitar, era a verdade, a minha verdade pelo menos.

  Babi: Bea, o que faz acordada tão cedo?- dei um pequeno pulo por conta do susto mas me recuperei ao reconhecer sua voz.
  Eu: Perdi o sono.- murmurei entrando no meu quarto, ela me seguiu.
  Babi: Sério? Você nunca perde o sono.- sentou na minha cama me observando cuidadosamente.
  Eu: Eu estava no quarto de Justin.- esperei que ela entendesse, mas não funcionou.
  Babi: E qual o problema?- questionou confusa.

E eu parei para pensar. Afinal, qual era o problema? O que estava errado entre nós dois? Por que todo aquele clima tenso, como se não pudessemos mais suportar estar perto um do outro?

Era minha culpa, ou dele?

  Babi: Bea...- estalou um de seus dedos na minha frente.- Estou falando com você.- me repreendeu.
  Eu: Talvez ele não me ame mais.- comecei a falar sabendo que ela não entenderia nada, eu estava pensando alto.- Ou talvez tenha encontrado alguém melhor do que eu e minha bagunça, ouvi dizer que ele esteve com Tifanny na minha ausência, é verdade Babi?-
estreitei os olhos em sua direção, ela ficou pálida.
  Babi: Oh...- a olhei de uma maneira que fez com que ela desistisse de me contar outra mentira.- Ele esteve algumas noites fora, supostamente na casa dela. Mas Justin nos garantiu que esteve bêbado durante o tempo inteiro e, que não se deitou com ela em momento algum.- tentou amenizar a minha dor, não adiantou muito.
 
Suspirei fechando meus olhos, ele esteve com ela e eu não sentia vontade de nada. Não queria correr e gritar com nenhum dos dois, apenas queria me encolher em um canto e ficar em silêncio por longos minutos que poderiam ser horas.

Tomei uma decisão, talvez a menos imatura, mas eu era assim às vezes.

  Eu: Vou esquecê-lo.- avisei e ela gargalhou amarga, atitude que não entendi muito.
  Babi: Você fala assim como se fosse tão fácil tirar alguém da nossa vida, mas acho que para você de fato é.- ela comentou tendo toda a minha atenção.- Você literalmente expulsa alguém da sua vida com tanta facilidade, eu queria ser um pouco assim.- lamentou observando o nada.- Às vezes parece que você não sente nada, juro que se tu não fosse tão bondosa, sincera e se eu não te conhecesse bem como conheço, eu te acharia muito cruel.- suas palavras me assustaram um pouco, nunca pensei que alguém me veria dessa forma. Ainda mais ela.
  Eu: Não é bem assim Babi.- comecei a me defender.- Não é porquê eu consigo retirar pessoas da minha vida, quando elas começam a me fazer mal, que minhas emoções foram extintas. Ao contrário do que a maioria pensa, eu tenho sentimentos. Eu sinto, de uma forma intensa e devastadora. Mas, não posso deixar que me machuquem, não mais.- dei uma pausa melancólica.- As pessoas aprendem a controlar melhor seus atos com o passar dos anos, e principalmente, com o acúmulo de decepções. Não é questão de se tornar mais forte, e sim, de poupar o coração fraco de sofrer mais uma vez. Mas ter o total controle não muda o fato de que é difícil remover pessoas, romper amizades e laços que muitas vezes perduraram por anos. Só é menos doloroso sofrer com algo no começo, do que prolongar a dor e senti-la dez vezes mais tarde.- meus olhos quase marejaram, mas eu evitei chorar.
  Babi: Me desculpa, eu fui grossa.- rapidamente arrumou um jeito de me abraçar.
  Eu: Não foi não, você foi você.- sorri calma.- Não te julgo por me enxergar assim às vezes, tem hora que até eu não me reconheço.- disse com um ar divertido.
  Babi: Você é incrível.- beijou minha testa.- Tá com fome?- assenti desesperada.
  Eu: Muita fome.- comentei exagerada.
  Babi: Vou começar a preparar o café, vai tomar um banho por que você ainda tá com o cheiro da areia molhada.- reclamou como uma mãe faria e eu sorri.
  Eu: Tá bom mamãe.- zombei e sai correndo para o banheiro antes que ela jogasse algo em mim.

Stay With Me (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora