Cigarettes - taegi ver.

dezenove

—Oi, Taetae. – eu literalmente dei um pulo, porque em um instante eu estou arrumando os milhares de doces que ficam atrás de mim no balcão e no seguinte escuto a voz de Yoongi estupidamente perto e assim que me viro, tenho certeza disso, ele está pendurado no meu balcão a poucos centímetros de mim.

—Oi. – beijei sua bochecha e ele se afastou. 

—Faltam exatos trinta minutos pra você ir embora, então eu estava pensando; que tal você ir até minha casa, ver nosso quadro, conhecer meus melhores amigos então eu te trago de volta?

—Posso pensar no caso. – disse sem dar muita importância. Ele deixou uma nota no balcão, peguei um maço de cigarros e lhe entreguei.

—Obrigado, docinho. Eu vou te esperar lá fora. – confirmei com a cabeça.

  Os trinta minutos pareceram passar mais rápido do que de costume, eu estava já arrumando minhas coisas, mas Frank me parou.

—Como está você e Yoongi? – tentei ao máximo me esconder. Isso é constrangedor, eu me sinto sendo interrogado pelo meu próprio pai e sogro ao mesmo tempo.

—Como sempre. – murmurei, mas Frank não é burro. Burro sou eu.

—Tá, agora a verdade. – eu ri e o olhei envergonhado.

—Ele é mais legal do que eu esperava e também está sendo legal comigo. – admiti. Para um bom entendedor, meia palavra basta.

—Se as coisas continuarem indo bem, dê uma chance a ele, eu o conheço e Yoongi precisa de alguém e eu não consigo imaginar alguém melhor que você. Sabe, depois de tudo que ele passou, ele precisa de segurança, de alguém que o apoie. – encarei Frank confuso. 

—E pelo o que ele passou? – Frank abriu e fechou a boca repetidas vezes, parecia confuso com o que me responder.

—Ele deve estar te esperando, acho melhor ir rápido. – Frank se afastou em passos rápidos e apenas acenou pra mim.

  Eu estou estupidamente curioso sobre Yoongi, ele vive me escondendo as coisas e não responde boa parte das minhas perguntas. Ele não confia em mim? Mas é claro que não. Como eu sou burro. Por que ele confiaria em mim? Nem nos conhecemos há tanto tempo assim.

—E então? Vai comigo ou quer que eu te acompanhe até sua casa? – Yoongi perguntou assim que eu parei em sua frente, tirei o cigarro de entre seus dedos e o joguei fora.

—Vou com você. – Yoongi sorriu, pegou o capacete que estava ao seu lado e colocou em minha cabeça, logo colocando o outro em si.

Subimos na moto e eu segurei firme em sua cintura.

—Prometo que minha casa não é tão longe. 

—Prefiro que me prometa ir mais devagar. – praticamente berrei e ele riu ainda mais, por que ele tem que pilotar feito um louco? Ele não sabe que isso é perigoso?

  Pra minha sorte, quando ele disse que sua casa não era tão longe, ele não estava mentindo. Em poucos minutos chegamos e eu ficava cada vez mais assustados quando entramos em um bairro com casas cada vez maiores e mais bonitas.

  Yoongi parou a moto e eu forcei meu corpo a descer, ele tirou meu capacete e eu sinto cada vez mais vontade correr.

  Yoongi é um cara rico e bonito, por que ele iria querer alguma coisa comigo? Eu sou um cara qualquer, que não tem onde cair morto, que trabalha em uma lanchonete. Eu não tenho absolutamente nada a oferecer pra ele. 

—Se lembre, eu sou um cara qualquer, não deixo de ser um idiota que divide uma casa com dois amigos também idiotas. – confirmei com a cabeça.

  Ele segurou minha mão e me guiou até a casa, ele abriu a porta e eu estou me sentindo em uma mansão de luxo. Ok talvez eu esteja exagerando um pouco, mas o lugar é tão arrumado, bem decorado e bonito que eu acho que meus olhos estão brilhando, porque eu realmente não esperava uma casa arrumada vindo de Min Yoongi, mas logo tudo isso acabou, porque ele tampou meus olhos.

—Jimin, vai por uma roupa a g o r a. Hoseok, recolhe essa bagunça do sofá, eu me sinto dividindo a casa com duas crianças. 

—Como você é chato. – escutei uma voz fofinha e sorri, segurei as mãos de Yoongi e as tirei da frente dos meus olhos.

—Eu sou o Hoseok, e você deve ser o Taehyung, não é? – por Deus, que cabelo lindo que esse garoto tem, os fios dele brilham tanto e são tão perfeitos que eu tenho vontade de passar a mão e suas covinhas são tão fofas que me faz querer o apertar. 

—Oi. – Yoongi pousou suas mãos possessivamente em minha cintura e eu sorri me encostando em seu peito. 

—Eu sou o Jimin. – um garoto chegou apressado, se colocando ao lado de Hoseok. Será que o Yoongi tem algum amigo feio?

—Sabia que o Yoongi essa noite sonhou com você? Ele estava ge... – Hoseok tampou a boca de Jimin enquanto ria. 

—Ele não sabe o que diz, ignora ele. Vem, Chimchim, vamos... Vamos fazer qualquer coisa na cozinha. – Jimin foi arrastado pra fora da sala. Me virei e encarei Yoongi que tinha as bochechas extremamente vermelhas pela falta e sutileza de seus amigos. 

—O que ele ia dizer? – cruzei os braços e o encarei sério. 

—Eu não sei. Não viu Hoseok dizer? Ele não sabe o que diz. – preferi não questionar, talvez eu acabe me constrangendo também com a continuação da frase. – o quadro é aquele ali. – Yoongi apontou pra um quadro que estava no fim do corredor, eu me apressei a ir até ele. Parece mais colorido ainda do que da última vez que o vi, ainda mais bonito.

—Ficou perfeito. – olhei pra Yoongi, que agora estava de volta ao meu lado.

—Se você quiser, pode ficar com ele. – neguei com a cabeça.

  Me virei e o olhei por alguns segundos, ele é realmente bonito, estupidamente bonito. Sem aviso algum deixei um beijo rápido em seus lábios, o surpreendendo. Eu não sei por que eu fiz isso, mas eu não estou nem um pouco arrependido ao ver o sorriso que abriu em seus lábios. 

—Pode ficar mais um pouco aqui? Assistimos algum filme junto com aqueles dois idiotas e depois te levo pra casa.

—Tudo bem. – sorri ao sentir os dedos de Yoongi se entrelaçarem com os meus.

  Eu não queria ceder tão fácil a ele, mas eu já não sei mais como me controlar e eu sinceramente não estou me importando com isso.