Antigamente 3

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Já estava de noite, e eu andava pelas ruas de capuz na cabeça, segurando minha filha em meu colo, eu tinha que arranjar um lugar para ficarmos, já estava ficando frio, saio andando atrás de um hotel barato, mesmo eu estando sem dinheiro, eu poderia implorar, pela minha filha. Cheguei até um hotel, nem um pouco luxuoso e vou até a recepção.

" oi..qual o preço da diária?" Perguntei olhando para a recepcionista, ela era velha e parecia mau humorada.

" quantos dias quer ficar?" Ela me olhou esperando a resposta.

" é que..eu..não tenho nada moça..eu to sem dinheiro..levaram tudo o que tinha..e minha filha não tem culpa..eu só queria um quarto pra passar essa noite fora do frio com minha filha.."olhei para ela, sua expressão fechou mais ainda, virando uma expressão brava.

" você quer ficar em um quarto de graça?? Ah! Você acha que é fácil assim!? Vir aqui nesse hotel, que já é uma porcaria e pedir um quarto sem mais nem menos!"

" m-mas..minha filha senhora..não posso ficar com ela nesse frio.. por favor..só por uma noite" olhei para ela.

" não interessa! Você mesmo disse! Sua filha não tem culpa de você ser um vagabundo! Inútil! Vai procurar um emprego e me deixe em paz!" Ela respondeu gritando de raiva, só olhei para ela, e concordei com a cabeça, mas a minha vontade era sacar minha arma e fazer aquela velha me dar a chave do melhor quarto daquele maldito hotel pra mim e para minha filha, certamente seria o que a mãe dela faria ou até pior, mas ela não estava mais com a gente.

" okay! Tudo bem..eu já estou indo.." bufei de raiva e sai o mais rápido possível daquele lugar sem olhar para trás, sai andando e entrei em uma lanchonete mais próxima, a bebê não parava de chorar, me sentei em uma mesa com ela em meus braços, abre minha bolsa e preparei uma madeira de leite pra ela, enfim ela quando coloquei a mamadeira em sua boca ela parou de chorar, suspirei e me encostei na cadeira daquela lanchonete sem perceber acabei pegando no sono. Acordei com alguém cotucando meu ombro sem parar, abre meus olhos e logo olhei para a bebê em meu colo, ela estáva dormindo toda encuidinha segurando em minha blusa, segurei ela com mais firmeza e olhei para quem estava me acordando, era uma moça, provavelmente a garçonete.

" senhor..nós já vamos fechar.." ela olhou para a bebê e sorriu.

" e-eu..não tenho lugar para ficar essa noite, será que eu não poderia ficar aqui só por essa noite? Por favor..é por ela.." olhei para a moça que me olhou com uma cara de dó, e eu odiava isso.

" eu..não sei..meu chefe vai me matar se descobrir que deixei alguém ficar aqui dentro.." ela disse me olhando.

" por favor..levaram todo dinheiro que eu tinha.." responde olhando para ela.

" olha..eu tenho um apartamento..é pequeno..mas você e ela podem dormir no sofá..vai ser melhor pra ela do que ficar aqui..você pode acabar pegando no sono e derrubando ela.." ela passou sua mão sobre a cabeça da bebê e sorriu, sorri de volta e me levantei.

"Muito obrigado..eu..nem sei como te agradecer..sério obrigado.."olhei para ela, era jovem deveria ter seus 17 ou 18 anos, mesmo assim tinha uma bondade que eu nunca jamais imaginei que alguém teria comigo e com minha filha.

" não precisa agradecer..não poderia deixar você com um bebê nesse frio seria muita crueldade..vamos la.." ela me olhou e pegou minha bolsa e colocou em sua costas.

Saímos daquela lanchonete e fomos para o seu apartamento, era só um apartamento pequeno, mas muito melhor que a rua, era um lugar seguro, um lugar que eu e a mãe da bebê sempre procurávamos, era perfeito. Sorri ao entrar naquele apartamento, pela primeira vez a anos, não me sentia um fugitivo.

" eu vou pegar alguns cobertores pra vocês..se quiser..pode tomar um banho..deve estar exausto.." ela falou arrumando o sofá onde eu dormi.

" é..faz um tempinho que eu não tomo um banho..obrigado mais um vez.." falei olhando para ela.

" vai la..eu posso ficar com ela pra você.." ela se aproximou de mim para que eu entregasse a bebê para ela, mas eu não sabia se podia confiar.

" ta tudo bem..eu vou cuidar dela pra você.." ela sorriu e me olhou.

" ta.." responde e entreguei minha filha em seus braços cuidadosamente, e beijei sua mãozinha.

" ela é linda..o banheiro é ali..tem uma toalha la se precisar.." ela falou olhando para a bebê em seu colo, concordei com a cabeça e peguei minha bolsa e fui até o banheiro, tirei minha arma do cós da calça e a guardei na bolsa, tirei minha roupa que estava mais suja que eu mesmo e entrei debaixo do chuveiro, eu mal me lembrava daquela sensação boa de sentir a agua morna caindo sobre meu corpo.

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