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Eu ouvia os gritos naquela enorme casa, assim que colocamos os pés fora da sala. Dinah estava sorrindo, e meu coração disparado. Ela me guiava, segurando minha mão com firmeza, enquanto tentava decifrar de onde vinham os barulhos. Deveria ser quase quatro horas da madrugada, e a casa já estava praticamente vazia. A música alta foi desligada.

"E QUE DIABOS VOCÊ TEM NA CABEÇA, SETH?" Ouvi alguém gritar. Fitei Dinah de forma assustada, e ela apenas fez um sinal para que eu não fizesse barulho. Assenti, e então voltamos a andar. Passamos pela sala, e dessa vez todas as luzes já se encontravam acesas, iluminando a casa de uma forma exagerada.

Caminhamos mais um pouco, e então chegamos na cozinha, onde vimos uma sombra. Dinah rapidamente me puxou, nos colocando em baixo da mesa. Ela pegou o celular, e não vi o que ela fazia, mas consegui ver as pernas da mulher que havia recém entrado no cômodo. A mesma andava de forma impaciente, e só quando fitei Dinah, percebi que ela deixava o celular tocar no mudo. Olhei quem chamava e tive de tampar a boca para não fazer barulho rindo.

Aquela mulher que andava pela cozinha, era simplesmente a mãe dela, que ligava para o celular de Dinah insistentemente.

Eu não estava conseguindo segurar mais os barulhos. Eu queria rir. Queria rir por achar a situação engraçada, queria rir por estar nervosa... mas eu não podia o fazer. Em um ato de ajuda, eu acho, Dinah juntou nossos lábios, me tirando de qualquer mundo em seguida. Me fazendo flutuar. Outra vez.

Ouvimos barulhos de salto, e logo olhamos ao mesmo tempo para onde antes Sra. Hansen estava. Não havia mais ninguém na cozinha.

"Onde está sua irmã, Seth? Você sabe, Regina?" A mulher perguntou da sala.

"Não..." Um garoto e uma garota falaram juntos. Dinah segurou minha mão, e logo nos tirou de baixo da mesa, caminhando até o que parecia um corredor. Tinha uma escada, que logo subimos, parando em outro corredor cheio de portas. Ainda havia resquícios da festa por todos os cantos.

Dinah abriu uma porta no final do corredor com uma chave dourada, ainda sendo milimetricamente cautelosa. Entramos no cômodo, e ela voltou para fechar a porta, em seguida acendeu uma luz fraca, apenas para saber onde estava e ia. Observei o quarto bem dizer impressionada, pois era grande e bonito. A cama grande de casal tinha lençóis azuis e perfeitamente alinhados, assim como os travesseiros. Os móveis tinham coloração madeira clara, desde um pequeno guarda roupas, até o que eu imaginei ser um closet. Haviam diversos aparelhos; uma TV grande, um vídeo game... tinha um teclado também, e logo ao lado, um MacBook. Dinah sorriu e foi até outra porta, que soube ser um banheiro. Ela saiu com um controle de carro, e quando estava prestes a segurar minha mão para caminharmos de volta até a porta, ouvimos falas vindas do corredor. Ela me encarou, e com um sorriso sapeco, correu até o closet, saindo com dois moletons e indo até a janela. Jogou os mesmos para fora e em seguida colocou o controle na boca, passado para o lado de fora do quarto pela janela.

Ela me chamou e arregalei meus olhos, apontando para a saia. Dinah virou os olhos e deu de ombros, sorrindo novamente em seguida. Ouvi a voz mais próxima no corredor e corri, a vendo chegar para o lado em seguida. Assim que minhas costas bateram contra a parede do lado de fora da casa, a porta do quarto de Dinah foi aberta, e então a de olhos castanhos correu pelo telhado, pisando em pontos estratégicos.

Ela desceu por uma espécie de escada cheia de plantas, e senti meu coração disparar ao perceber que eu também tinha que correr por aquele telhado.

Felizmente tudo ocorreu bem, quando me dei conta, ela segurava minha cintura, me ajudando com os últimos degraus. Ao invés dela me deixar ficar no chão, porém ela virou de costas, num pedido mudo para que eu subisse em suas costas. Dinah já segurava as peças de roupa que tinha jogado pela janela anteriormente.

"Isso não vai funcionar!" Exclamei em sussurro. Dinah virou os olhos e me fitou por cima dos ombros. Virei os meus e subi em suas costas, logo tendo Dinah a correr pelo quintal, de forma cuidadosa passando pela piscina, e a todo momento encarando a porta dos fundos da casa.

Eu estava rindo, cuidando para não o fazer alto, e finalmente senti meu peito aliviar ao que Dinah abriu um portão nos fundos, saindo em uma rua estreita, onde havia apenas um carro.

Desci da suas costas e ela fechou o portão de madeira, logo corremos para o carro.

E foi quando entramos, que nossas gargalhadas invadiram o veículo rapidamente ligado.

Dinah pisou no acelerador e o carro partiu, nos levando o mais rápido possível para fora daquela rua.

"Você é louca!" Falei, limpando meus olhos lacrimejados de tanto rir.

"Still regret nothing cause we... We don't care..." Sorri. "Você pode me dizer onde fica sua casa. Sabe ir até lá?" Assenti. Eu havia pesquisado a região no mapa, apenas por precaução, já que ainda não conhecia direito a cidade.

"Na verdade..." Mordi meu lábio inferior, percebendo que Dinah desviava seu olhar até mim algumas vezes. Ela não parecia mais estar tão bêbada. Aliás, ela parecia completamente sóbria. "Eu não queria ir para casa." Confessei. Devolvi o olhar e Dinah sorriu.

"E onde a senhorita quer ir?"

"Qualquer lugar." Dinah franziu o cenho. "Só quero que vá comigo. E fique até amanhecer, então eu precisar voltar para casa."

Over • Dinally Version {Dinah G!P}Onde histórias criam vida. Descubra agora