Capítulo l

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Sophia POV

- O que é que vais levar vestido? – Pergunta Anna, entrando no quarto com dois vestidos. Os dois eram bonitos, um preto e o outro era estampado de padrões loucos e chamativos.

- Levar vestido para onde? – Sophia continuava a ler o seu livro, sem demostrar interesse nos vestidos ou no que Anna estava a dizer.

- Tu sabes que hoje há festa no campus – Anna disse.

- E tu sabes que eu não me interesso pelas festas do campus – digo.

- Eu sei – Anna concorda sentando-se na cama e pousando os vestidos – É por isso que vamos a um lugar diferente. Estou farta das festas do campus.

- Não sei, Anna – Fechei o meu livro – não estou com espírito.

- Ah, pelo amor de Deus, Sophia – Recebo uma sacudidela da Anna – Desde que acabaste com o Harry que não vais a lado nenhum.

O que, tenho de admitir, era verdade. Mas a Anna tem que compreender que fora uma relação de um ano e meio que, mesmo que não haja grande paixão, marca as pessoas. Bem, pelo menos uma delas.

Não tinha aparecido nas últimas duas festas porque não queria ver o Harry; Sabia que ele estaria lá e pior, que estaria acompanhado. Ainda por cima, estando em Novembro está um gelo lá fora. Podemos estar no outono, mas Boston é uma cidade fria, ainda que não tenha nevado.

- Tudo bem – Concordei – Mas com uma condição: eu escolho a minha roupa.

***

Chegando ao destino eu não queria acreditar no que estava a ver. Um boi mecânico no meio da sala, palha espalhada pelo chão e homens com chapéus. Cowboys. Os homens estavam a montar o boi e riam quando um deles caía e até quando alguém se magoava. Assemelhava-se a uma competição daquelas que a maioria das pessoas do oeste não tiraria proveito ao assistir. Sorte que eu vim do sul.

- Tu trouxeste-me para o meio dos cowboys? - Perguntei rindo.

- Vai ser giro! E, ei!, prometi que seria diferente. – Anna disse a bater palmas de entusiasmo. – Queres beber alguma coisa?

- Não, ‘tou bem. – Respondi.

- Vê se pescas algum cordeirinho – E saiu piscando o olho e rindo.

Não me interessava em “pescar” cordeirinhos. Estava interessada em voltar para casa e continuar a minha sessão de leitura. Eu estava louca quando aceitei vir para este sítio, embora o ambiente me seja familiar. Era estranho, não por estar perto de cowboys ou por estar a testemunhar uma corrida ao “monta o boi” que, mais cedo ou mais tarde vai acabar com uma ambulância, mas por estar vendo isso tudo em Boston. Seria normal eu observar isso em casa, no Louisiana – o que não era assim tão provável – ou quando fosse visitar a tia Lurdes ao Texas.

A demora de Anna prolongava-se e pelo tempo que estava passando percebi que já não voltaria. Deveria estar a falar com algum rapaz e as outras raparigas que vieram connosco, o mesmo.

Era até um pouco irónico. Refiro-me á situação, claro. Toda a gente está a dançar alegremente ao som de música country ou a assistir aos homens a montar e a tentar montar o boi. Outros estão ainda saboreando o sabor do álcool e há ainda os que estão apenas a namoriscar com alguém. Eu serei provavelmente a única pessoa, parada no meio deste salão, a observar o meio que me rodeia.

Dirigi-me à porta e fui para fora; Não a mesma porta que entrei, porque no meio da multidão, não a consegui encontrar, por isso, dadas as circunstâncias entrei na primeira que vi, que me levou ao exterior. Não era nada impressionante: Hectares de terra e em alguns sítios, julgo eu aleatórios, haviam umas cercas com animais por dentro.

UnconditionallyOnde histórias criam vida. Descubra agora