03

112 27 5
                                    

O foco não me pertencia mais,
olhava para trás e tentava me concentrar,
mas só tinha decepção para dar.
A dor era silenciosa como a noite chuvosa,
o som dos meus soluços era o sonoro do sereno,
gotas d'água caindo de um céu impiedoso,
insensível como as palavras,
assustador como raios clareando a escuridão.
Sozinha.
Cercada de companhias ignorantes,
mentes cegas que não escutam outros porquês,
gente perdida no breu da mentira
enganos sem explicação, uma ficção
ilusão, quimera e tristeza fantasiadas de precisão
dores querendo franqueza numa calada taciturnidade,
falas com mistério e reticências de letras formadas,
mas nunca ditas, compreendidas e ouvidas.

DesafogarOnde histórias criam vida. Descubra agora