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A minha mão treme toda vez que tento falar.
Minha voz se torna uma partícula, um assobio que não cansa de lutar.
Estou cansada, exausta.
A vida se move numa lentidão onde as lágrimas não param de jorrar.
Queria que alguém pudesse me ouvir, me levar para longe daqui
para um lugar onde as coisas não são em vão,
sem egoísmo, apenas a pureza em palavras verdadeiras
e não a insipiência em tons amargos e faces ásperas,
intolerando o impossível e sendo prepotente com suas ordens.

Minha voz não é só mais uma, ela alcança o insólito,
vai além do normal, do temperamento tradicional
ultrapassa o superficial e aproxima-se da veracidade.
Fuja se não suportar a dor do rigor,
aqui não suporta mais a rispidez do seu desequilíbrio.

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