Capítulo 1

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O último dia de férias é sempre aquele dia que você reza para passar devagar, quase rastejando, não seria diferente para Melissa, que está no último ano do ensino médio.

Aos olhos da sociedade onde vive, a garota de cabelos castanhos claros é a menina mais bem educada e comportada, porém só ali. Melissa gosta de farra, gosta de adrenalina, o motivo desse comportamento é até hoje desconhecido, nem mesmo a própria garota entende seus gostos peculiares.

Às 22 horas, Melissa e suas amigas Esther e Alison, estavam pulando a janela de seu quarto para irem ao​ racha, no qual Melissa não tinha permissão para ir,  pois seus pais consideravam "inapropriado" e "lugar de drogado", mas ela não liga, pois como dizem "más influencias não influenciam boas cabeças". Ao pularem a janela e chegarem ao jardim, correram em silêncio até o carro de Henry e Patrick, seus amigos.

              Mel

Assim que chegarmos ao racha, todos haviam feito suas apostas, uns já estavam bêbados, outros estavam quase lá, uns estavam se deitando e outros apenas dançando.

Muitas vezes me perguntaram o porquê de eu frequentar esses lugares, e a resposta é sempre a mesma, simples e objetiva, gosto da adrenalina, da sensação de fugir dos padrões que meus pais me impõe. Destruir aquilo que os amigos deles dizem ser o correto para uma garota da minha linhagem fazer. Meus pais Adam e Clarisse, são donos das 2 empresas mais bem sucedidas de Nova York, e por serem uma espécie de "famosos" querem me inserirr nesse meio onde não me encaixo, apesar de enganar bem quando é preciso.

Quando chegamos ao bar, queríamos fazer um brinde, e eu logo propus um shot de tequila, tudo bem, não tenho idade, mas já disse que o errado é meu forte? Obviamente, não sou assim o tempo todo, estudo tiro notas boas, faço cursos e participo de eventos beneficentes. Não porque me obrigam, mas sim pôr que gosto, acho importante ajudar, porque se eu for para o inferno por estar mentindo e fazendo coisas erradas, pelo menos não irei me torturar tanto.  

  — Ao último dia de farra, ao último dia de ressaca, ao último dia de paz — Esther diz levantando seu copo.

  — Ao último dia de liberdade! — levanto o meu junto com os outros e logo em seguida viramos e fazemos o processo de lamber o sal e chupar o limão. 

Esther e Henry eram namorados. Alison e Patrick, bem, estão em um relacionamento aberto não aberto é complicado até para mim. E eu? Bem, sou a solteirona do grupo, a vela, a estranha, a única que não namora. Acho desnecessário ter um namorado só para falar que tem, prefiro ter algo real no meio da bagunça.

30 minutos depois, os carros já estavam em suas posições, o racha iria começar.

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E quando você é aquele tipo de pessoa fechada e traumatizada? O que acontece? Tyler é esse tipo de pessoa, órfã, largado, independente e ignorante. Isso *ignorante* é a palavra ideal para ele. Seus pais morreram quando tinha apenas 4 anos, desde então morou em um orfanato e agora aos 17 arrumou um emprego e um apartamento onde mora sozinho. O menino de olhos azuis esverdeados e cabelos loiros gosta de uma confusão.

             Tyler

Nunca fui aquele tipo de pessoa que faz tudo certo, e anda na linha. Desde que minha mãe morreu sou assim, a confusão em pessoa. Beber, brigar e arrumar encrenca, tudo que me traga adrenalina, sou assim e não vou ou quero mudar.

Meu chefe decidiu me matricular numa escola particular, já que a minha não era boa o suficiente para ele. Comecei trabalhando em uma oficina e agora trabalho como auxiliar administrativo em uma empresa no centro. Ótimo!

Hoje era meu último dia de liberdade e libertinagem. Amanhã começo na nova escola e no meu novo emprego. Ou seja, hoje é dia de putaria.

Meus amigos e eu, John e Isaac, iriamos ao racha de hoje, apenas para nos despedir da farra e pegar umas vadias.

Quando chegamos, os carros já estavam em suas posições. Show time!

After The Storm Onde histórias criam vida. Descubra agora