Capítulo 2

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Mel

Estava do lado da pista, apenas esperando o racha começar. Escutei várias pessoas gritando "Briga! briga! briga!". Num coro grotesco, olhei na direção do aglomerado de gente, uma rodinha havia se formado. Tentei ficar na ponta dos​ pés​ em meu all star, mas falhei miseravelmente, não consegui ver nada. Fui acotovelando meio a multidão, não sabia o que era mas, poderia ser um dos garotos que se meteu em confusão. Quando cheguei bem no meio das confusão, me deparei com uma cena de pura covardia, três contra um. O cara que estava apanhando jogado ao chão em tentativas falhas de revidar, chutava o ar sem conseguir atingir nenhum de seus agressores, enquanto o trio o chutava sem trégua. Mesmo não conhecendo o cara, não podia deixar aquilo continuar.

Comecei a gritar para que parassem, tentei puxar os caras mas acabei levando um tapa no rosto fazendo o canto da minha boca sangrar. Não desisti, se tem uma coisa que não aceito é covardia! Não deixaria que bastassem ainda mais nele. Continuei gritando até que eles parassem, ajudei o garoto de cabelos loiros e roupas pretas a levantar.

- Ele é tão frouxo, que a namoradinha tem que vir socorrer - o barbudo grande diz, enquanto o loiro se apoiava em mim, olhava para eles com ódio nos olhos e cuspindo sangue.

- Eu não sou namorada dele - digo nervosa - vocês é que são uns covardes, 3 contra 1! - digo olhando para o estado do garoto que se apoiava em meu ombro, manchando minha blusa branca com seu sangue.

Os caras saem da pista zombando e sorrindo do loiro apoiado em mim. Tento segurar o garoto que não tinha forças para segurar seu próprio peso. Um homem forte e alto me ajudou a levá-lo para ao banheiro e senta-lo na pia, agradeçi ao moço. Pego um papel molhado e começo a passar em seu rosto, numa tentativa meio inútil de curar as feridas sangrando em seu belo rosto.

- Quem é...quem é você? - pergunta em meio a tosses e gemidos de dor.

- Sou a garota que te salvou da covardia - digo limpando seu nariz - O que fizeram com você... - sussurro

- Eu estava dando conta, não preciso da sua pena

- Pena? Não tenho pena de você, mas acho covardia então resolvi ajudar - digo franzindo o rosto.

- Eu não te pedi ajuda - diz grosso e rouco - Ai caralho, essa porra arde - reclama enquanto jogo água em sua mão ensanguentada.

- Não deixaria ninguém morrer naquelas condições, odeio injustiça! - digo.

- Que se foda! Já pode ir salvar seu próximo injustiçado - diz, pegando o papel e se vira para o espelho.

- Quanta petulância! Salvei sua vida e nem um obrigada recebo! Educação passou longe hein seu Mané! - ralho nervosa.

- Não te pedi ajuda, não sou educado com quem não quero! Se meteu porque quis. Agora, some daqui porra! - diz o moleque contorcendo seu belo rosto numa careta de dor.

Apenas dou um sorriso sínico e vou para fora, seguir meu caminho.

Tyler

Estava dando conta, não precisava de ajuda, ainda mais dessa garota mimada, porra velho queimou meu filme, que Merda!

Olho meu rosto no espelho e vejo vários cortes e arranhados, brigam como meninas aqueles viados. Limpo todos os machucados, e quando finalmente param de sangrar vejo que meu olho direito está roxo e minha boca está cortada. Ótimo.

Volto para festa e vou até o bar, porque nada melhor para curar machucado do que álcool e nicotina, peguei uma cerveja e um cigarro.

O Porsche branco tinha ganho, novidade. Peguei meu dinheiro e resolvi ir embora, para mim a noite acabou.

- Qual é cara, vai vazar? - pergunta Isaac, mais trocando as pernas do que falando.

- Preciso ir, a noite para mim já deu, estou sem paciência - digo tragando meu último cigarro.

- Bem florzinha você hein? - diz uma garota que nunca vi na vida.
- Vamos lá para casa, que eu te mostro o florzinha - digo revirando os olhos e ela morde os lábios. Vadia.

- Falou então cara, amanhã as 19h no seu apê? - Isaac grita enquanto ando até meu carro junto com a vadiazinha. Levanto a mão em sinal de ok e vou embora.

Mel

Depois de ter ajudado um cara grosso, ignorante e mal agradecido voltei para festa e peguei minha bebida. Alison estava mais bêbada que todos, mal se aguentava em pé. Esther já estava caída em algum canto, e eu? Bom, eu estou de boa... até meu telefone tocar, peguei ele no bolso da jaqueta e vi "mãe" no visor. Puta que o pariu!

Corro até o lugar mais longe do som e atendo.

- MELISSA, ONDE VOCÊ ESTÁ? - ela grita nervosa.

- É...é...Eu...eu estou na casa da Esther, ela passou mal e pediu para eu vir - Invento na hora, mesmo que não a engano, mas vai me dar algum tempo.

- É mesmo? As 3 da manhã? quero você em casa em 10 minutos, você está bem encrencada - diz e desliga o celular na minha cara.

Corro até os meninos e peço desesperadamente para alguém me levar para casa...
Estou fodida!
[...]

PS: Nossa mel na imagem de capa ♡ Victoria Justice ♡

After The Storm Onde histórias criam vida. Descubra agora